Transformação Digital, Espaço lifelong learning

O elo entre a educação básica e o mundo corporativo

Por meio da inovação é possível promover transformação social e, ao mesmo tempo, preparo para o mercado de trabalho
Gestora de tecnologias da Secretaria de Educação do Estado de São Paulo. Recebeu diversos prêmios importantes pelo trabalho desenvolvido na educação pública - vencedora do prêmio Professores do Brasil 2018, vencedora da Aprendizagem Criativa Brasil do MIT 2019, recebeu a medalha dos pacificadores da ONU. Em 2019 foi a primeira mulher brasileira e a primeira sul americana a chegar entre os top 10 do Global Teacher Prize, Nobel da Educação, sendo considerada uma das 10 melhores professoras do Mundo. É integrante da comissão em direitos humanos da Secretaria Municipal de Direitos Humanos.

Compartilhar:

Em um mundo em constante transformação, não é arriscado dizer que a tecnologia e a inovação chegaram para ficar. E com elas novas formas de compreendermos e interagirmos com o mundo. A cultura digital faz parte do nosso cotidiano, das nossas carreiras e, claro, da educação.

As [softs skils](https://revistahsm.com.br/post/soft-skills-para-profissionais-de-marketing) (habilidades socioemocionais) e as hard skils (habilidades técnicas) são essenciais e envolvem o desenvolvimento de capacidades relacionadas a inovação, colaboração, criatividade, [pensamento crítico](https://revistahsm.com.br/post/pensamento-critico-e-integrado-sao-diferenciais-na-sua-carreira), resoluções de problemas, empatia etc, que se tornaram requisitos básicos para o ingresso no mercado de trabalho. E as empresas seguem totalmente conectadas aos novos tempos, com a ampliação da inteligência artificial, IoT (Internet das coisas), programação, robótica, além da cultura maker, que traz novas oportunidades com a cultura do faça você mesmo.

Pesquisa recente realizada pela [consultoria PwC](https://www.pwc.com.br/pt/estudos/servicos/consultoria-negocios/2019/prepare-se-forca-trabalho-futuro-19.pdf), relata que 64% dos CEOs das empresas consideram a capacidade de inovar mais relevante do que a eficiência operacional de seus funcionários. E se o assunto é relevante para o mercado de trabalho, deveria ser discutido no âmbito da educação formal, desde a nossa mais tenra idade, certo?

Foi por entender essa importante necessidade que em 2015 junto aos estudantes em uma escola carente da zona sul da cidade de São Paulo desenvolvemos o trabalho de robótica com sucata, que nasceu de uma problemática real – o lixo que impedia as crianças e jovens de irem à escola em dias de chuva, devido a alagamentos e doença como dengue e leptospirose. 

Robótica com sucata trouxe a necessidade de ensinar novas maneira de ensinar com as metodologias ativas, programação e robótica ao problema real do lixo e permitiu que os estudantes tivessem a oportunidade de vivenciar um aprendizado significativo pautado na educação integral, podendo intervir na sociedade como protagonista e aumentar sua autoestima. O trabalho recebeu 12 prêmios e me fez em 2019 ser a primeira mulher brasileira e a primeira sul americana a chegar no top 10 do *Global Teacher Prize* (o maior prêmio de educação do mundo) considerado o nobel da Educação.

Atualmente o trabalho é uma política pública na rede Estadual de Ensino do Estado de São Paulo com a missão de impactar 2,5 milhões de estudantes dos anos finais e médio e recentemente mais um desdobramento, com a inauguração do primeiro Centro de Inovação da educação básica de São Paulo. O espaço conta com 07 salas equipadas para fomentar a cultura maker e digital, desenvolver habilidades em programação, robótica, modelagem 3D, prototipagem e fabricação digital. Além disso, o centro conta com um hub de inovação voltado a *edtechs* e mentorias para apoiar estudantes e professores, resolver problemas da educação e aproximar a cultura da inovação da sala de aula, aliado ao projeto de vida dos estudantes, sendo o primeiro de quinze centros que serão espalhados em todo o Estado de São Paulo.

Além de promover [transformação social](https://revistahsm.com.br/post/voce-sabe-o-que-e-inovacao-social), onde esses jovens saem de um lugar de consumidores de tecnologia para o de produtores de inovação, esse importante passo rumo à educação inovadora é a certeza de que os estudantes estarão melhores preparados para assumir futuros desafios no mundo corporativo. E isso é uma excelente notícia para o ecossistema todo.

Compartilhar:

Artigos relacionados

ESG
Compreenda como a parceria entre Livelo e Specialisterne está transformando o ambiente corporativo pela inovação e inclusão

Marcelo Vitoriano

4 min de leitura
Tecnologias exponenciais
O anúncio do Majorana 1, chip da Microsoft que promete resolver um dos maiores desafios do setor – a estabilidade dos qubits –, pode marcar o início de uma nova era. Se bem-sucedido, esse avanço pode destravar aplicações transformadoras em segurança digital, descoberta de medicamentos e otimização industrial. Mas será que estamos realmente próximos da disrupção ou a computação quântica seguirá sendo uma promessa distante?

Leandro Mattos

6 min de leitura
Tecnologias exponenciais
Entenda como a ReRe, ao investigar dados sobre resíduos sólidos e circularidade, enfrenta obstáculos diários no uso sustentável de IA, por isso está apostando em abordagens contraintuitivas e na validação rigorosa de hipóteses. A Inteligência Artificial promete transformar setores inteiros, mas sua aplicação em países em desenvolvimento enfrenta desafios estruturais profundos.

Rodrigo Magnago

4 min de leitura
Liderança
As tendências de liderança para 2025 exigem adaptação, inovação e um olhar humano. Em um cenário de transformação acelerada, líderes precisam equilibrar tecnologia e pessoas, promovendo colaboração, inclusão e resiliência para construir o futuro.

Maria Augusta Orofino

4 min de leitura
Finanças
Programas como Finep, Embrapii e a Plataforma Inovação para a Indústria demonstram como a captação de recursos não apenas viabiliza projetos, mas também estimula a colaboração interinstitucional, reduz riscos e fortalece o ecossistema de inovação. Esse modelo de cocriação, aliado ao suporte financeiro, acelera a transformação de ideias em soluções aplicáveis, promovendo um mercado mais dinâmico e competitivo.

Eline Casasola

4 min de leitura
Empreendedorismo
No mundo corporativo, insistir em abordagens tradicionais pode ser como buscar manualmente uma agulha no palheiro — ineficiente e lento. Mas e se, em vez de procurar, queimássemos o palheiro? Empresas como Slack e IBM mostraram que inovação exige romper com estruturas ultrapassadas e abraçar mudanças radicais.

Lilian Cruz

5 min de leitura
ESG
Conheça as 8 habilidades necessárias para que o profissional sênior esteja em consonância com o conceito de trabalhabilidade

Cris Sabbag

6 min de leitura
ESG
No mundo corporativo, onde a transparência é imperativa, a Washingmania expõe a desconexão entre discurso e prática. Ser autêntico não é mais uma opção, mas uma necessidade estratégica para líderes que desejam prosperar e construir confiança real.

Marcelo Murilo

8 min de leitura
Empreendedorismo
Em um mundo onde as empresas têm mais ferramentas do que nunca para inovar, por que parecem tão frágeis diante da mudança? A resposta pode estar na desconexão entre estratégia, gestão, cultura e inovação — um erro que custa bilhões e mina a capacidade crítica das organizações

Átila Persici

0 min de leitura
Tecnologias exponenciais
A ascensão da DeepSeek desafia a supremacia dos modelos ocidentais de inteligência artificial, mas seu avanço não representa um triunfo da democratização tecnológica. Embora promova acessibilidade, a IA chinesa segue alinhada aos interesses estratégicos do governo de Pequim, ampliando o debate sobre viés e controle da informação. No cenário global, a disputa entre gigantes como OpenAI, Google e agora a DeepSeek não se trata de ética ou inclusão, mas sim de hegemonia tecnológica. Sem uma governança global eficaz, a IA continuará sendo um instrumento de poder nas mãos de poucos.

Carine Roos

5 min de leitura