Uncategorized

O encantamento e suas ramificações

Guilherme Soárez, CEO da HSM

Compartilhar:

Imagine a cena: a vendedora da loja atende o telefone. No outro lado da linha, uma senhora que mora em uma cidade distante pergunta se a unidade tem tele-entrega, porque seu afilhado, cuja família reside ali, faz aniversário hoje e ela precisa enviar um presente. Tele-entrega não há, nem modo de pagar a distância, mas a colaboradora se oferece para levar o presente ela mesma e usa seu cartão de crédito para efetuar a compra – a madrinha  pode enviar um cheque à loja para reembolsá-la depois. Antes de ir à casa do garoto, a vendedora ainda pede a uma colega que a acompanhe fantasiada de Minnie Mouse e enche balões coloridos. A história é real. Aconteceu na loja Renner de um shopping center da gaúcha Canoas e o telefonema era de São Paulo. Teve enorme impacto sobre o aniversariante e companhia, e a funcionária em questão recebeu, pela iniciativa, uma pulseira, um prêmio em dinheiro e o reconhecimento como “a melhor do mês”. Eu a compartilho por conta da entrevista logo no início desta revista, em que o CEO da Renner, José Galló, aborda sua filosofia de encantamento. É uma estratégia executada para valer e deveria servir de inspiração a todas as nossas empresas. Eu a compartilho também porque a iniciativa da colaboradora da Renner foi empreendedora e o tema do intraempreendedorismo é um dos pontos fortes desta edição. Trata-se da grande arena em que as organizações disputarão espaço e é coberto em duas reportagens. A primeira elenca os sete pontos fundamentais para superar os obstáculos e fazer acontecer nessa área, além de compartilhar os processos e práticas de empresas estabelecidas que vêm conseguindo implementar o espírito de startup. A segunda fala do conceito de originalidade, que é a capacidade de inovar, desenvolvido por Adam Grant, professor da Wharton School – e tem muitas surpresas. Faço o storytelling de Canoas igualmente por causa do artigo de Richard Florida sobre a ascensão do capitalismo criativo e o índice de criatividade global – trata-se de uma das maiores chances de o Brasil ser competitivo um dia, como sabemos, e está na hora de levá-la realmente a sério. Percebemos no ranking de Florida (no qual o Brasil é o 29º colocado) a importância dos talentos, e nada é mais estimulante ao talento do que a liberdade para empreender, concorda? O caso da madrinha e seu afilhado ainda me dá a oportunidade de costurar aqui mais um conteúdo relevante destas páginas: o texto de nossa diretora Angela Maciel sobre a importância da emoção no aprendizado. Na Renner, não à toa, as histórias de encantamento são registradas por escrito; elas, e os sentimentos que invocam, são usadas para ensinar. Por fim, o conceito de encantamento me permite uma ligação direta com o assunto  de capa: a influência de Steve Jobs cinco anos após sua morte. Ele foi o líder mais consistentemente admirado pela maioria dos CEOs, eu incluído, e é apontado como o verdadeiro inspirador desse boom de inovação empresarial que vivemos. Mas será Jobs insubstituível? Nosso Dossiê revisa suas contribuições ao mundo dos negócios sem o calor do momento, com novas lições sobre seu estilo de gerenciar (inovando, mas não apenas), sua empresa (a Apple), sua indústria (a computação)  e seus herdeiros (três?). Tudo isso pode ser um bom abridor de horizontes futuros. Imperdível.

Compartilhar:

Artigos relacionados

Inovação

Living Intelligence: A nova espécie de colaborador

Estamos entrando na era da Inteligência Viva: sistemas que aprendem, evoluem e tomam decisões como um organismo autônomo. Eles já estão reescrevendo as regras da logística, da medicina e até da criatividade. A pergunta que nenhuma empresa pode ignorar: como liderar equipes quando metade delas não é feita de pessoas?

Liderar GenZ’s: As relações de trabalho estão mudando…

Mais da metade dos jovens trabalhadores já não acredita no valor de um diploma universitário — e esse é só o começo da revolução que está transformando o mercado de trabalho. Com uma relação pragmática com o emprego, a Geração Z encara o trabalho como negócio, não como projeto de vida, desafiando estruturas hierárquicas e modelos de carreira tradicionais. A pergunta que fica: as empresas estão prontas para se adaptar, ou insistirão em um sistema que não conversa mais com a principal força de trabalho do futuro?

Liderança
Transições de liderança tem muito mais relação com a cultura e cultura organizacional do que apenas a referência da pessoa naquela função. Como estão estas questões na sua empresa?

Roberto Nascimento

6 min de leitura
Inovação
Estamos entrando na era da Inteligência Viva: sistemas que aprendem, evoluem e tomam decisões como um organismo autônomo. Eles já estão reescrevendo as regras da logística, da medicina e até da criatividade. A pergunta que nenhuma empresa pode ignorar: como liderar equipes quando metade delas não é feita de pessoas?

Átila Persici

6 min de leitura
Gestão de Pessoas
Mais da metade dos jovens trabalhadores já não acredita no valor de um diploma universitário — e esse é só o começo da revolução que está transformando o mercado de trabalho. Com uma relação pragmática com o emprego, a Geração Z encara o trabalho como negócio, não como projeto de vida, desafiando estruturas hierárquicas e modelos de carreira tradicionais. A pergunta que fica: as empresas estão prontas para se adaptar, ou insistirão em um sistema que não conversa mais com a principal força de trabalho do futuro?

Rubens Pimentel

4 min de leitura
Tecnologias exponenciais
US$ 4,4 trilhões anuais. Esse é o prêmio para empresas que souberem integrar agentes de IA autônomos até 2030 (McKinsey). Mas o verdadeiro desafio não é a tecnologia – é reconstruir processos, culturas e lideranças para uma era onde máquinas tomam decisões.

Vitor Maciel

6 min de leitura
ESG
Um ano depois e a chuva escancara desigualdades e nossa relação com o futuro

Anna Luísa Beserra

6 min de leitura
Empreendedorismo
Liderar na era digital: como a ousadia, a IA e a visão além do status quo estão redefinindo o sucesso empresarial

Bruno Padredi

5 min de leitura
Liderança
Conheça os 4 pilares de uma gestão eficaz propostos pelo Vice-Presidente da BossaBox

João Zanocelo

6 min de leitura
Inovação
Eventos não morreram, mas 78% dos participantes já rejeitam formatos ultrapassados. O OASIS Connection chega como antídoto: um laboratório vivo onde IA, wellness e conexões reais recriam o futuro dos negócios

Vanessa Chiarelli Schabbel

5 min de leitura
Marketing
Entenda por que 90% dos lançamentos fracassam quando ignoram a economia comportamental. O Nobel Daniel Kahneman revela como produtos são criados pela lógica, mas comprados pela emoção.

Priscila Alcântara

8 min de leitura
Liderança
Relatórios do ATD 2025 revelam: empresas skills-based se adaptam 40% mais rápido. O segredo? Trilhas de aprendizagem que falam a língua do negócio.

Caroline Verre

4 min de leitura