Uncategorized

O exemplo da educação da China e o promissor mercado de e-Learning

Administrador de empresas com especialização em gestão de conhecimento e storytelling aplicado à educação. Luiz é coautor do livro “Olhares para os Sistemas” e é CEO da NextGen Learning.

Compartilhar:

Startups, capital de risco, incentivos do Governo parecem ser palavras distantes do cotidiano comum de pais e filhos de qualquer país, mas, na China, elas estão totalmente ligadas a um assunto muito caro às famílias: a educação das crianças.

Potência no e-Learning, a China testa possibilidades tecnológicas para que os alunos aprendam de forma interessada e estejam prontos não só para o mercado de trabalho global, mas para se desenvolverem de forma mais feliz e plena. 

Os chineses querem que as gerações futuras também se sintam capacitadas e com domínio de conhecimentos para que, enfim, assumam postos de liderança e estejam sempre um passo à frente quando o assunto é tecnologia.

A expectativa de investimento no setor de Educação chinês para 2019 foi apresentada no _Global Education Technology Summit_, em Beijing, no final do ano passado, e impressiona: a consultoria HolonIQ previu **4,5 bilhões de dólares em EdTech startups do país.** Para efeito comparativo, os Estados Unidos investiram 1,45 bilhão no segmento, em 2018.

Fato é que o sistema de ensino chinês está crescendo com a ajuda de ferramentas como inteligência artificial (AI, na sigla em inglês), reconhecimento facial e robôs inteligentes que ajudam os alunos a aprenderam o conteúdo como se fossem “tutores digitais”. É inegável que a China está colocando seus esforços na questão: o Governo estabeleceu uma meta de que, até 2030, o país precisa se tornar líder em pesquisas e implantação de AI.

As tendências do mercado no _Summit_ mostram que as empresas estão empenhadas em encontrar formas de melhorar a relação na sala de aula. Uma delas é um formato de rápida avaliação, por teste online, que agrupa os estudantes de acordo com seus resultados, conhecimentos e habilidades. 

Outra inovação está em ambientes com softwares que fazem a leitura do rosto e ajudam a traçar **o** **estado emocional de cada aluno** – nem sempre crianças e jovens se comunicam sobre o tema – para que os professores estejam atentos à classe com mais proximidade. 

A empresa _Squirrel_, uma das maiores de AI no país, usa algoritmos que calculam as dificuldades de cada aluno. Se ele não está bem em matemática, por exemplo, são exercícios da disciplina que serão oferecidos na plataforma – um professor fica ao lado do aluno para tirar dúvidas.

Há ainda máquinas inteligentes que emitem _feedbacks_ de provas, o que pode representar mais tempo que o professor tem disponível para discutir dúvidas e aprofundar temas que a classe precise aprender no “mundo real”. Apesar de parecer “um futuro muito distante”, vejo que são essas novidades tecnológicas que ditarão os novos formatos de se ensinar e aprender, globalmente. 

A HolonIQ, inclusive, divulgou uma análise mais recente constatando que, além da China, a Índia concentra investimentos de capital de risco no segmento de tecnologia educacional (as duas representam 70% dos investimentos globais). 

Se sempre estivemos de olhos abertos para as inovações tecnológicas que surgem de ambos os países, essa é a hora de direcionarmos nosso olhar para a forma com que eles estão trabalhando com e-Learning. Temos o desafio de descobrir como aplicar em nossas salas de aula, mas sinto que o estímulo que a China e a Índia nos trazem é um motivador importante.

Compartilhar:

Artigos relacionados

Calendário

Não, o ano ainda não acabou!

Em meio à letargia de fim de ano, um chamado à consciência: os últimos dias de 2024 são uma oportunidade valiosa de ressignificar trajetórias e construir propósito.

Empreendedorismo, Diversidade, Uncategorized
A entrega do Communiqué pelo W20 destaca o compromisso global com a igualdade de gênero, enfatizando a valorização e o fortalecimento da Economia do Cuidado para promover uma sociedade mais justa e produtiva para as mulheres em todo o mundo

Ana Fontes

3 min de leitura
Diversidade
No ambiente corporativo atual, integrar diferentes gerações dentro de uma organização pode ser o diferencial estratégico que define o sucesso. A diversidade de experiências, perspectivas e habilidades entre gerações não apenas enriquece a cultura organizacional, mas também impulsiona inovação e crescimento sustentável.

Marcelo Murilo

21 min de leitura
Finanças
Casos de fraude contábil na Enron e Americanas S.A. revelam falhas em governança corporativa e controles internos, destacando a importância de transparência e auditorias eficazes para a integridade empresarial

Marco Milani

3 min de leitura
Liderança
Valorizar o bem-estar e a saúde emocional dos colaboradores é essencial para um ambiente de trabalho saudável e para impulsionar resultados sólidos, com lideranças empáticas e conectadas sendo fundamentais para o crescimento sustentável das empresas.

Ana Letícia Caressato

6 min de leitura
Empreendedorismo
A agência dos agentes em sistemas complexos atua como força motriz na transformação organizacional, conectando indivíduos, tecnologias e ambientes em arranjos dinâmicos que moldam as interações sociais e catalisam mudanças de forma inovadora e colaborativa.

Manoel Pimentel

3 min de leitura
Liderança
Ascender ao C-level exige mais que habilidades técnicas: é preciso visão estratégica, resiliência, uma rede de relacionamentos sólida e comunicação eficaz para inspirar equipes e enfrentar os desafios de liderança com sucesso.

Claudia Elisa Soares

6 min de leitura
Diversidade, ESG
Enquanto a diversidade se torna uma vantagem competitiva, o reexame das políticas de DEI pelas corporações reflete tanto desafios econômicos quanto uma busca por práticas mais autênticas e eficazes

Darcio Zarpellon

8 min de leitura
Liderança
E se o verdadeiro poder da sua equipe só aparecer quando o líder estiver fora do jogo?

Lilian Cruz

3 min de leitura
ESG
Cada vez mais palavras de ordem, imperativos e até descontrole tomam contam do dia-dia. Nesse costume, poucos silêncios são entendidos como necessários e são até mal vistos. Mas, se todos falam, no fim, quem é que está escutando?

Renata Schiavone

4 min de leitura
Finanças
O primeiro semestre de 2024 trouxe uma retomada no crédito imobiliário, impulsionando o consumo e apontando um aumento no apetite das empresas por crédito. A educação empreendedora surge como um catalisador para o desenvolvimento de startups, com foco em inovação e apoio de mentorias.

João Boos

6 min de leitura