Coprodução HSM Management + Degreed

O futuro da educação corporativa

"Desenvolvimento de equipes e o futuro da aprendizagem nas organizações" foi o tema do Papo de negócio coproduzido pela HSM Management e Degreed
É colaboradora de HSM Management e especialista no setor varejista; já cobriu o NRF seis vezes.

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O cenário atual do mundo corporativo é regido pela alta complexidade e por transformações que ocorrem em velocidade sem precedentes. Aliado a isso, há outro desafio, o desenvolvimento dos profissionais. Segundo levantamento da Robert Half, consultoria de recrutamento, 42% das vagas não são preenchidas porque a área de RH não encontra profissionais aptos. O que leva à pergunta: quantas oportunidades as empresas estão perdendo ao deixar de investir no desenvolvimento contínuo de seus colaboradores?

A pandemia, e os modelos de trabalho que nasceram dela, revelou a necessidade de acelerar o desenvolvimento de novas habilidades na força de trabalho e de forma contínua. Uma pesquisa da McKinsey, realizada globalmente, revelou que 69% dos entrevistados estão mais focados no desenvolvimento de habilidades de suas equipes do que antes da pandemia. Mas, quais habilidades são essas? Liderança, gestão de pessoas, pensamento crítico, e tomada de decisão apareceram no topo da lista entre aquelas que as empresas estão priorizando. Essa e outras questões foram discutidas durante o *Papo de negócio: [Educação corporativa reimaginada: o futuro da aprendizagem nas organizações](https://www.youtube.com/watch?v=_ET0v1UhZpM)*, evento coproduzido pela __HSM Management__ e pela Degreed.

Na visão de Debora Mioranzza, vice-presidente de vendas para América Latina e Caribe da Degreed, é importante que cada organização faça uma análise de onde está e onde quer chegar. “Vivemos uma revolução nos processos de aprendizagem corporativa. Saímos de um modelo de conteúdo único e vamos para um hub de habilidades, no qual é possível focar nas capacidades técnicas e comportamentais que mais fazem sentido para cada colaborador e para o negócio”, analisa.

Nesse novo modelo, o conteúdo só é formulado após um diagnóstico. Ao identificar quais são as dores da companhia, e quais habilidades precisam ser desenvolvidas ou aceleradas, o conteúdo é formulado. “Com um olhar estratégico é possível gerenciar uma jornada de aprendizado que acompanhe a evolução das habilidades de forma ágil e em escala”, diz Mioranzza.

O impacto no negócio é nítido. A Dasa, rede que integra 55 marcas de saúde, tinha o objetivo de colocar cada um dos 50 mil colaboradores no centro do processo de aprendizado. Para isso, contou com uma série de ações, como a criação do Mapa de Habilidades, solução que proporcionou à empresa enxergar quais capacidades são mais demandantes para o negócio, e das trilhas de conhecimento. Cada colaborador tem acesso a sistemas, ferramentas e conteúdos de referência customizados para seu momento atual e também para prepará-lo para dar o próximo passo na carreira. “A intenção é criar um movimento contínuo, tanto de protagonismo como de lifelong learning, em que a própria pessoa percebe seu crescimento”, observa Bianca Develly, superintendente de desenvolvimento organizacional da Dasa.

No início do projeto, a empresa precisou caprichar em campanhas de engajamento e ações de comunicação para gerar adesão. “Hoje, a engrenagem funciona e a energia dedicada a isso é bem menor”, verifica Develly. Uma estratégia certeira foi o uso de influenciadores, que são colaboradores altamente envolvidos com a plataforma de aprendizado. Ao compartilharem conteúdos, eles acabam influenciando colegas em sua jornada de desenvolvimento. “Descobrimos que um conteúdo tem 25% mais chances de ser visto quando compartilhado por um colega”, comenta ela.

Muito além de ativar a conta da plataforma de conhecimento, a Dasa quer que o colaborador torne-se um usuário recorrente. Hoje, 32% deles visitam a plataforma mensalmente, mostrando que a cultura de aprendizagem contínua está frutificando. Para atrair essa recorrência, a empresa distribui conteúdo em distintos formatos como podcast, vídeo e artigos. “A [tecnologia](https://www.revistahsm.com.br/post/tecnologia-inteligente-estimula-a-criatividade) é um grande habilitador de toda essa transformação”, observa Mioranzza.

Agilidade é uma premissa. A empresa se move de forma ágil e a área de treinamento acompanha. “Foi-se o tempo em que tudo era centralizado na Universidade Corporativa, que demorava muitos meses para reagir a uma demanda. Agora, quando uma demanda é detectada, criamos uma solução de educação em um tempo cada vez menor”, diz Develly.

Foi assim quando a companhia desenhou uma solução para aumentar a adesão dos colaboradores pelos conteúdos de habilidades técnicas, especialmente as de tecnologia – acessados em menor volume do que os de capacidades comportamentais. “Precisávamos que o colaborador acelerasse seus conhecimentos nessa área, que é muito importante para o negócio. Após monitorar as demandas, chamamos líderes e construímos trilhas de conhecimentos endossadas por eles. Com o patrocínio deles a estes conteúdos, inclusive com muitos atuando como mentores, tivemos maior penetração e hoje a busca por [habilidades](https://www.revistahsm.com.br/post/um-nivel-a-mais-de-personalizacao-no-aprendizado) técnicas e comportamentais está equilibrada”, comenta a superintendente.

Aliás, o papel da liderança é crucial para que uma nova cultura de aprendizado corporativo ganhe corpo dentro das organizações. “Se antes falávamos em lead by example, hoje falamos em learn by example”, comenta Mioranzza. “O líder tem uma capacidade ímpar de influenciar na prática, seja seguindo, ele próprio, trilhas de conhecimento e mostrando o quanto isso independe de posição hierárquica, seja construindo situações favoráveis por meio de indicação de conteúdos extras, afinal podemos aprender o tempo todo”, diz a vice-presidente da Degreed.

Colocar a educação corporativa como prioridade gerou valor para o negócio da Dasa ao impactar indicadores. A última pesquisa de clima realizada pela Great Place to Work (GPTW) mostrou um aumento de 28 pontos após a implementação das ações. Para Mioranzza, o tripé do futuro da educação corporativa é formado pelo aprendizado em escala (plataformas com acesso a dados para a tomada de decisão), pela agilidade (para colaborar e inovar), e pelo foco no que é mais importante (habilidades mais relevantes para o momento). “O futuro já começou”, finaliza a executiva.

[Confira aqui o evento completo.](https://www.youtube.com/watch?v=_ET0v1UhZpM)

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