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O futuro está ficando cada vez mais claro

para as empresas, a notícia é alarmante: 70% dos profissionais que possuem um emprego fixo desejam sair de onde estão, segundo pesquisa Love Mondays. essa insatisfação indica o que deve ocorrer amanhã – e os gestores têm de começar a se adaptar logo

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Escritórios e fábricas cheios de robôs. Para muitos, essa é a visão do trabalho no futuro. Não é difícil imaginar de onde vem essa ideia. Segundo um estudo do 

McKinsey Global Institute, bastante citado neste Dossiê, até 800 milhões de empregos podem sumir até 2030 por conta da tecnologia.

Mas nem só de automação é feito o futuro. Talvez as principais mudanças ocorram no aspecto mais humano do mercado laboral – e elas já estão ocorrendo. Diversas pesquisas têm mostrado, por exemplo, que a geração Y, acredita que a felicidade não está em conseguir bens materiais ou status, e sim em acumular experiências de vida. Essa visão de mundo inevitavelmente influencia suas escolhas profissionais e faz com que busquem um trabalho que lhes dê satisfação.

 É claro que o dinheiro continua sendo importante, mas não é o que levará as pessoas a permanecerem em um emprego com o qual não se identificam. No Brasil, para se ter uma ideia, um levantamento que fizemos com 4.492 usuários do Love Mondays que têm emprego fixo revelou que 70% deles desejavam mudar de empregador. O principal motivo, citado por 29,6%, foi a vontade de encontrar algo mais conectado com seu propósito de vida. O segundo mais citado (28,9%) foi a dificuldade de crescer na empresa atual. O salário só apareceu em terceiro lugar, com 24,6%, seguido por liderança insatisfatória (6%), baixa qualidade de vida (5,8%) e ambiente de trabalho ruim (5%).

O trabalho tem sido visto cada vez mais como algo que precisa fazer sentido e como algo que permita à pessoa ter tempo e recursos para aproveitar a vida fora do escritório. A própria ideia de estar em um escritório em horário comercial não é mais tão importante quando todas as informações e as ferramentas de que precisamos estão na nuvem e podem ser acessadas de qualquer lugar com internet. 

Isso traz para as empresas os desafios de começar a oferecer trabalho do futuro já no presente, fazendo com que o trabalho se encaixe na vida das pessoas – e não o contrário,  ou seja, não são as pessoas (ou não somente as pessoas) que têm de se encaixar em seus empregos. Pelo menos, essa é a demanda que percebemos em nossa plataforma. E nossas pesquisas revelam as tendências contra as quais as organizações não deveriam mais brigar.

Em primeiro lugar, a flexibilidade é um conceito-chave, com políticas de horários e locais de trabalho flexíveis (incluindo o home office).  Em segundo lugar, muda o líder. A nova liderança é a do poder da influência, não do simples mandar ou, pior, o do microgerenciamento. Um bom líder será aquele que valoriza os resultados e estimula o aprendizado da equipe ao longo do processo; é aquele que respeita a diversidade e a individualidade de seus colaboradores e incentiva a colaboração. 

Em terceiro lugar, a cultura e os valores da organização devem combinar com esse tipo de liderança, porque atrair e reter bons talentos vai requerer mais esforço do que nunca. Um estudo do Love Mondays mostra que, para todos os níveis de renda, o principal indicador de satisfação no local de trabalho não é o salário, e sim a cultura e os valores da organização, seguidos de perto pela qualidade da liderança e pelas oportunidades de carreira na empresa. Não basta oferecer bons salários e benefícios convencionais: a pessoa precisa se sentir ligada à missão e aos valores da empresa. 

(Não significa que todas as empresas deverão ter a mesma cultura e os mesmos valores. Um ambiente competitivo, por exemplo, pode ser ruim para algumas pessoas, mas extremamente estimulante para outras.) 

Quem acha que o mercado não saberá como são de verdade a cultura e os valores da empresa está muito enganado. A tecnologia já promove a transparência no setor laboral. Plataformas como Love Mondays permitem que os profissionais postem salários e avaliações de ambientes de trabalho e entrevistas de emprego de maneira sigilosa. E as pessoas escolhem empresas e empregos com base em avaliações na internet, não só hotéis e restaurantes – o que é ótimo.

Em quarto lugar, e muito importante, as empresas realmente precisam incentivar o aprendizado contínuo – não só para promover a felicidade do profissional, mas para garantir sua sobrevivência (e a da empresa) em um mercado em transformação. 

Nenhuma tecnologia poderá substituir inteiramente os seres humanos; as empresas vão continuar a precisar deles e vão precisar se adaptar. Desde já.

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