Uncategorized

O gap dos LÍDERES DE FINANÇAS

Pesquisa mostra que CFOs sabem que precisam desenvolver novas capacidades, pois seu papel se amplia para incluir cada vez mais responsabilidades não financeiras
Este estudo, aqui traduzido em linguagem visual, foi realizado por Rishi Kanr, Eric Kutcher e Mitra Mahdavian, da consultoria McKinsey, sediados no escritório do Vale do Silício, com colaboração de Yubing Ji e James Manyika. O texto em que HSM Management se baseou foi publicado na McKinsey Quarterly.

Compartilhar:

**Vale a leitura porque…**

… os líderes das áreas financeiras de hoje são responsáveis por mais do que finanças. Na média, cinco funções além das tradicionais agora se reportam ao CFO: riscos, compliance, fusões e aquisições e até segurança cibernética e digitalização.
… a maioria compreende que seu papel continua a mudar e tem expectativa de ajustar seu rumo, mas não sabe ao certo que novas capacidades deve adquirir

Diante dos avanços tecnológicos e das responsabilidades crescentes, os _chief financial officers_ (CFOs) continuam os mesmos? 

Na pesquisa global mais recente sobre o papel do CFO, realizada pela McKinsey em 2016, os líderes de finanças relatam que não. Eles já vêm recebendo novas incumbências, tais como tornar digitais certas atividades da empresa e gerenciar a segurança cibernética, além das tradicionais tarefas financeiras [_veja quadro na próxima página_]. E, embora a maior parte já tenha compreendido que não basta manter apenas seu papel tradicional, eles acreditam que nem eles nem suas companhias estão preparados para lidar com essa mudança. 

**UM RETRATO FIEL**

Muitos líderes da área financeira já são responsáveis por mais do que finanças. Na média, cinco funções além das tradicionais agora se reportam ao CFO. Mais da metade deles afirma que riscos, compliance e fusões e aquisições dizem respeito diretamente a eles, e 38% são responsáveis pela área de tecnologia da informação (TI). Alguns CFOs administram a segurança cibernética e a transformação digital, o que sugere quão diversificada é a lista de demandas desses profissionais. 

Em torno de quatro entre dez CFOs dizem que passaram a maior parte de seu tempo no último ano atuando além da tradicional especialidade de finanças. Entre as atividades novas, eles precisaram focar, com mais frequência, liderança estratégica, transformação organizacional e gestão de desempenho _[veja quadro na página 96]._

Além disso, os próprios CFOs, bem como seus colegas do nível sênior, acreditam mesmo que os líderes de finanças possam criar valor de diversas maneiras, não necessariamente cumprindo tarefas tradicionais. Se 18% deles relatam que, em 2015, criaram mais valor para a companhia por meio da atuação tradicional em finanças, 22% citam liderança estratégica como a atividade com a qual criaram mais valor. 

Em 2017, os CFOs preferem investir ainda menos tempo em seu papel tradicional e mais em liderança estratégica (dois terços de todos os entrevistados dizem que CFOs deveriam investir mais tempo nisso), transformação organizacional, gestão de desempenho, tecnologia e big data. 

O estudo levantou, ainda, quais responsabilidades não financeiras, incluindo as relacionadas com a tecnologia, colocam os CFOs em alerta: transformação digital e segurança são os itens mais citados. Menos de um em três acredita que as empresas para as quais trabalham tenham as capacidades necessárias para serem competitivos nesses fronts. 

Um problema: os líderes financeiros reconhecem a necessidade de ir além dos manuais, mas poucos dizem que usam métodos inovadores para tomar decisões. Por volta de dois entre três CFOs afirmam que as empresas ainda não têm a agilidade, o planejamento de cenários e a tomada de decisão descentralizada de que precisarão para serem competitivas nos próximos anos. 

Similarmente, muitos dizem que as companhias usam controles financeiros básicos em suas decisões, mas poucos afirmam que se usam práticas mais avançadas. Se definem orçamentos no nível do projeto, utilizam métricas comparáveis nas unidades de negócios e acompanham resultados de projetos específicos – todas práticas que apoiam um processo robusto de alocação de capital –, não usam tanto quanto deveriam táticas que poderiam fomentar aprendizado ou inovação. Por exemplo, apenas 30% dos CFOs afirmam que suas empresas analisam formalmente investimentos feitos três a cinco anos atrás, e um quarto, que estão usando métodos para identificar oportunidades de financiamento. 

![](https://revista-hsm-public.s3.amazonaws.com/uploads/077d4c29-8af5-46c7-88f4-2bcdfa07c862.jpeg)

![](https://revista-hsm-public.s3.amazonaws.com/uploads/507ef157-6578-445b-944b-29c553ce0439.jpeg)

**COMO OS CFOS PODEM MELHORAR** 

Para entregar valor conforme suas responsabilidades evoluem, os CFOs têm de desenvolver capacidades em outras áreas de negócios, assumir um papel de liderança mais ativo e repensar suas estratégias mais usuais, a fim de superar pressões externas e encontrar novas oportunidades de investimentos. Sugerimos iniciativas 45 em três frentes: 

**1. Confirmar liderança proativa e estratégica.** De acordo com o estudo, os CFOs percebem algumas de suas contribuições à alta gestão diferentemente do modo como outros executivos percebem. O gap se verifica no relativamente pouco envolvimento do CFO em decisões estratégicas – ou seja, os líderes de finanças têm mais espaço do que imaginam para alavancar sua expertise e influência. Muitos dos executivos seniores não financeiros acreditam, aliás, que os CFOs deveriam investir mais tempo em liderança estratégica nos próximos anos. O que fazer? Os CFOs devem começar a ser mais explícitos na articulação de seus papéis, o que pode ajudá-los a aumentar o comprometimento e a eficácia da equipe executiva. 

**2. Adotar atitude de investidor e mais práticas inovadoras.** Muitos CFOs estão cientes dos interesses dos stakeholders financeiros, porém menos da metade deles concorda que suas empresas mantenham o caixa baixo – o que leva investidores a entender que a companhia será disciplinada em investimentos. Esse dado salienta a importância de demonstrar disciplina em relação ao capital, convertendo a mentalidade de investidor em gestão do dia a dia. Também pode significar a adoção de processos financeiros inovadores – por exemplo, deixar um típico processo anual de orçamento para adotar orçamentos flexíveis, decisões rápidas e um sistema de gestão de desempenho. Manter essa atitude de investidor pode ajudar a evitar mal-entendidos que chamam a atenção dos investidores ativistas. Menos de um terço dos CFOs que participaram do estudo crê que as empresas estejam aptas a gerir investidores. 

![](https://revista-hsm-public.s3.amazonaws.com/uploads/34af3856-4aa3-46bd-9d70-54061888a2bb.jpeg)

**3. Aderir a avanços tecnológicos.** Se novas tecnologias e tendências estão contribuindo para a evolução do papel do CFO, elas também podem tornar mais fácil para ele a compreensão da atual complexidade do ambiente de negócios. Há um amplo espectro de ferramentas que podem ajudar os líderes de finanças a se beneficiar do big data e da digitalização de processos financeiros. Por exemplo, existem softwares que automaticamente completam tarefas lógicas padronizadas e de repetição, como o processamento de transações ou a integração de dados com base nos quais se extrai conhecimento sobre o negócio. Os CFOs devem, cada vez mais, usar tais ferramentas para liderar esforços complexos de planejamento de recursos, entre outros desafios que têm sido colocados sob sua alçada.

Compartilhar:

Artigos relacionados

Calendário

Não, o ano ainda não acabou!

Em meio à letargia de fim de ano, um chamado à consciência: os últimos dias de 2024 são uma oportunidade valiosa de ressignificar trajetórias e construir propósito.

Uncategorized
Há alguns anos, o modelo de capitalismo praticado no Brasil era saudado como um novo e promissor caminho para o mundo. Com os recentes desdobramentos e a mudança de cenário para a economia mundial, amplia-se a percepção de que o modelo precisa de ajustes que maximizem seus aspectos positivos e minimizem seus riscos

Sérgio Lazzarini

Gestão de Pessoas
Os resultados só chegam a partir das interações e das produções realizadas por pessoas. A estreia da coluna de Karen Monterlei, CEO da Humanecer, chega com provocações intergeracionais e perspectivas tomadas como normais.

Karen Monterlei

Liderança, times e cultura, Cultura organizacional, Gestão de pessoas
Entenda como utilizar a metodologia DISC em quatro pontos e cuidados que você deve tomar no uso deste assessment tão popular nos dias de hoje.

Valéria Pimenta

Inovação
Os Jogos Olímpicos de 2024 acabaram, mas aprendizados do esporte podem ser aplicados à inovação organizacional. Sonhar, planejar, priorizar e ter resiliência para transformar metas em realidade, são pontos que o colunista da HSM Management, Rafael Ferrari, nos traz para alcançar resultados de alto impacto.

Rafael Ferrari

6 min de leitura
Liderança, times e cultura, ESG
Conheça as 4 skills para reforçar sua liderança, a partir das reflexões de Fabiana Ramos, CEO da Pine PR.

Fabiana Ramos

ESG, Empreendedorismo, Transformação Digital
Com a onda de mudanças de datas e festivais sendo cancelados, é hora de repensar se os festivais como conhecemos perdurarão mais tempo ou terão que se reinventar.

Daniela Klaiman

ESG, Inteligência artificial e gestão, Diversidade, Diversidade
Racismo algorítimico deve ser sempre lembrado na medida em que estamos depositando nossa confiança na inteligência artificial. Você já pensou sobre esta necessidade neste futuro próximo?

Dilma Campos

Inovação
A transformação da cultura empresarial para abraçar a inovação pode ser um desafio gigante. Por isso, usar uma estratégia diferente, como conectar a empresa a um hub de inovação, pode ser a chave para desbloquear o potencial criativo e inovador de uma organização.

Juliana Burza

ESG, Diversidade, Diversidade, Liderança, times e cultura, Liderança
Conheça os seis passos necessários para a inserção saudável de indivíduos neuroatípicos em suas empresas, a fim de torná-las também mais sustentáveis.

Marcelo Franco

Lifelong learning
Quais tendências estão sendo vistas e bem recebidas nos novos formatos de aprendizagem nas organizações?

Vanessa Pacheco Amaral