Uncategorized

O megapotencial da internet das coisas

As empresas precisam inovar e liderar esse processo, como fizeram com a internet fixa e a móvel, o que representa um desafio, mas também uma enorme oportunidade de negócios
Cientista-chefe do C.E.S.A.R, presidente do conselho de administração do Porto Digital e professor-titular de engenharia de software da Universidade Federal de Pernambuco.

Compartilhar:

A internet tem uns 20 anos. primeiro, conectava pessoas. depois, chegaram as empresas e começaram a prestar serviços às pessoas e umas às outras, online, em equipamentos fixos. A rede móvel tem uns 10 anos, mais ou menos a idade das redes sociais. de novo, primeiro as pessoas foram para as duas, seguidas pelas empresas, que, convenhamos, ainda não chegaram realmente “lá”, em nenhuma das duas. inovação corporativa leva tempo… 

Agora começa a tomar forma a internet das coisas, ideia tão antiga quanto a internet, uma convergência de pelo menos três visões: dos objetos e suas capacidades de processar informação, comunicar-se e controlar as próprias ações e as de outros objetos; da rede, como infraestrutura essencial para esses objetos interagirem; e, por fim, de uma visão semântica, do significado dos objetos em rede. 

Mesmo que ache que ainda não está na internet das coisas, você está, desde que seu smartphone passou a transmitir a posição do carro para um serviço em rede –sem o que você não conseguiria seguir uma rota em tempo real. A internet das coisas não só já está em nossa vida, como veio para ficar. No entanto, seu potencial só será realizado quando as empresas assumirem a liderança do processo, como foi nos outros casos. Eis o coração deste artigo: a liderança da internet das coisas é um grande desafio e uma grande oportunidade para as empresas. É um desafio porque os gestores –e os aparatos regulatórios– estão em uma velocidade muito aquém do ritmo da rede. E é uma oportunidade porque o corre-corre atual tem caráter mais experimental do que de serviços estáveis, confiáveis, que podem ser usados por muitos, para mudar o patamar de complexidade, sofisticação e uso de muitas coisas. 

Conto uma possível história de internet das coisas, localizada na rede elétrica, e o leitor identifica o desafio e a oportunidade: os medidores de energia de sua casa são eletromecânicos, tecnologia de quase 100 anos, e são lidos por uma pessoa, quando são, uma vez por mês. Um medidor digital, conectado, poderia fazer tantas medidas quantas fossem programadas. 

Eletrodomésticos, como coisas em rede, poderiam interagir com o medidor e, daí, com o fornecedor de energia. O consumidor “diria” para sua máquina de lavar que precisa das roupas limpas em 72 horas, pelo menor custo possível. Resultado? Máquinas de lavar negociariam preço de energia. E o gerador solar da casa do consumidor, bem como seu carro elétrico, conectados, negociariam a venda de energia. 

Tais efeitos sistêmicos precisam de muito mais do que alguns sensores e atuadores controlados com um app no smartphone, porque, em rede, conta o “efeito rede” –quanto mais coisas, sistemas e pessoas conectados, mais valor gerado. 

No caso da rede elétrica, a agência reguladora, a Aneel, já teve um plano de chegar a 100% de medidores digitais até 2009, meta que passou para 2021, mas o mercado prevê menos de 50% em 2020! Enquanto isso, 100% dos medidores chineses serão “smart” em 2020, pois já são 50% hoje. Só que a rede das coisas vai bem além da eletricidade –pense em seu carro recebendo o aviso do próprio recall, por exemplo. As empresas não podem esperar a oportunidade de inovar na internet das coisas virar obrigação (e continuar um desafio).

Compartilhar:

Artigos relacionados

Quando o colaborador é o problema

Ambientes tóxicos nem sempre vêm da cultura – às vezes, vêm de uma única pessoa. Entenda como identificar e conter comportamentos silenciosos que desestabilizam equipes e ameaçam a saúde organizacional.

Inovação & estratégia, Empreendedorismo, Tecnologia & inteligencia artificial
2 de setembro de 2025
Como transformar ciência em inovação? O Brasil produz muito conhecimento, mas ainda engatinha na conversão em soluções de mercado. Deep techs podem ser a ponte - e o caminho já começou.

Eline Casasola - CEO da Atitude Inovação

5 minutos min de leitura
Liderança, Empreendedorismo, Gestão de pessoas & arquitetura de trabalho, Inovação & estratégia
1 de setembro de 2025
Imersão de mais de 10 horas em São Paulo oferece conteúdo de alto nível, mentorias com especialistas, oportunidades de networking qualificado e ferramentas práticas para aplicação imediata para mulheres, acelerando oportunidades para um novo paradigma econômico

Redação HSM Management

0 min de leitura
Inovação & estratégia, Marketing & growth
1 de setembro de 2025
Na era da creator economy, influência não é mais sobre alcance - é sobre confiança. Você já se deu conta como os influenciadores se tornaram ativos estratégicos no marketing contemporâneo? Eles conectam dados, propósito e performance. Em um cenário cada vez mais automatizado, é a autenticidade que converte.

Salomão Araújo - VP Comercial da Rakuten Advertising no Brasil

3 minutos min de leitura
Inovação & estratégia, Liderança
29 de agosto de 2025
Estamos entrando na temporada dos planos estratégicos - mas será que o que chamamos de “estratégia” não é só mais uma embalagem bonita para táticas antigas? Entenda o risco do "strategy washing" e por que repensar a forma como construímos estratégia é essencial para navegar futuros possíveis com mais consciência e adaptabilidade.

Lilian Cruz, Cofundadora da Ambidestra

4 minutos min de leitura
Empreendedorismo, Inovação & estratégia
28 de agosto de 2025
Startups lideradas por mulheres estão mostrando que inovação não precisa ser complexa - precisa ser relevante. Já se perguntou: por que escutar as necessidades reais do mercado é o primeiro passo para empreender com impacto?

Ana Fontes - Empreendedora social, fundadora da Rede Mulher Empreendedora (RME) e do Instituto RME

3 minutos min de leitura
Inovação & estratégia, Gestão de pessoas & arquitetura de trabalho, Tecnologia & inteligencia artificial
26 de agosto de 2025
Em um universo do trabalho regido pela tecnologia de ponta, gestores e colaboradores vão obrigatoriamente colocar na dianteira das avaliações as habilidades humanas, uma vez que as tarefas técnicas estarão cada vez mais automatizadas; portanto, comunicação, criatividade, pensamento crítico, persuasão, escuta ativa e curiosidade são exemplos desse rol de conceitos considerados essenciais nesse início de século.

Ivan Cruz, cofundador da Mereo, HR Tech

4 minutos min de leitura
Inovação
25 de agosto de 2025
A importância de entender como o design estratégico, apoiado por políticas públicas e gestão moderna, impulsiona o valor real das empresas e a competitividade de nações como China e Brasil.

Rodrigo Magnago

9 min de leitura
Cultura organizacional, ESG, Gestão de pessoas & arquitetura de trabalho
25 de agosto de 2025
Assédio é sintoma. Cultura é causa. Como ambientes de trabalho ainda normalizam comportamentos abusivos - e por que RHs, líderes e áreas jurídicas precisam deixar a neutralidade de lado e assumir o papel de agentes de transformação. Respeito não pode ser negociável!

Viviane Gago, Facilitadora em desenvolvimento humano

5 minutos min de leitura
Gestão de pessoas & arquitetura de trabalho, Estratégia, Inovação & estratégia, Tecnologia e inovação
22 de agosto de 2025
Em tempos de alta complexidade, líderes precisam de mais do que planos lineares - precisam de mapas adaptativos. Conheça o framework AIMS, ferramenta prática para navegar ambientes incertos e promover mudanças sustentáveis sem sufocar a emergência dos sistemas humanos.

Manoel Pimentel - Chief Scientific Officer na The Cynefin Co. Brazil

8 minutos min de leitura
Inovação & estratégia, Finanças, Marketing & growth
21 de agosto de 2025
Em tempos de tarifas, volta de impostos e tensão global, marcas que traduzem o cenário com clareza e reforçam sua presença local saem na frente na disputa pela confiança do consumidor.

Carolina Fernandes, CEO do hub Cubo Comunicação e host do podcast A Tecla SAP do Marketês

4 minutos min de leitura