Uncategorized

O poder da estratégia com método

A tentação de focar o curto prazo em um mundo instável é cada vez maior nas empresas brasileiras; esse é um erro gigantesco, contudo, e deve ser corrigido com um processo de três passos
é sócio da Falconi Consultores de Resultado e especialista em estratégia com 18 anos de experiência.

Compartilhar:

No início da década de 1960, a ideia de um professor de Harvard trouxe uma das mudanças de mentalidade mais significativas para o mundo da gestão organizacional.  Alfred D. Chandler propôs, no livro Strategy & Structure, que a estrutura das empresas deveria estar a serviço de uma meta e um propósito maior de longo prazo, que ele chamou de estratégia. 

O crescimento das maiores corporações norte-americanas, conforme sua pesquisa, estava ligado a um processo de escolher primeiro as alternativas, segundo recursos e competências, e depois criar um corpo organizacional que conduziria a empresa em direção ao futuro. Seu maior seguidor, o também professor de Harvard Michael Porter, aprofundou e levou muito além seus estudos.

A adoção de uma metáfora militar – strategos, a arte do comandante – originou um novo campo de estudo e novas ferramentas de gestão que ajudam as empresas a formular sua “estratégia” da maneira mais eficiente possível. No entanto, algo se perdeu no processo. “Estratégia” se tornou uma palavra mágica no ambiente empresarial; o adjetivo “estratégico” passou a ser usado para acrescentar glamour a iniciativas operacionais quaisquer.  

A “arte do comandante”, que é a capacidade de fazer escolhas de longo prazo e executá-las, ficou esquecida em alguma gaveta. A consequência foi o descrédito que passou a rondar as estratégias empresariais. Tornou-se comum ouvir de altos executivos que “em janeiro todos os planos vão para a estante e nós vamos trabalhar” ou de gerentes de linha que “aqui no operacional o mundo é diferente”.  

Na década de 1990, Henry Mintzberg, no livro Ascensão e Queda do Planejamento Estratégico, criticava a confusão de papéis e a falta de pragmatismo dos processos de planejamento. 

Mas será que a capacidade de pensar estrategicamente perdeu mesmo o sentido para as organizações? Será que, em um mundo turbulento, veloz e instável, o melhor mesmo é tocar o dia a dia e prestar contas a cada três meses? Entendo que não, ao contrário. Em um ambiente ameaçador,  a empresa que mantém viva a gestão estratégica e sabe escolher melhor tem maior chance de sobreviver. 

A estratégia é necessária diante de dois fatores: limitação de recursos e competição. Ou seja, se a empresa não tem recursos humanos e financeiros para fazer tudo o que desejaria fazer, precisa de estratégia. Se existem outras organizações no mercado que querem a mesma receita e os mesmos clientes que ela, também precisa de estratégia. Diante disso, a definição de uma estratégia clara permitirá que a empresa faça duas coisas: alocar seus recursos da maneira mais eficiente possível e antecipar os movimentos de seus competidores diferenciando-se deles. Podemos chamar essa competência de maturidade estratégica.  

**COM MÉTODO**

Como resgatar a estratégia nas organizações? Na Falconi, temos aprimorado a abordagem de formulação estratégica com a aplicação do método cartesiano de solução de problemas aos processos de planejamento tradicionais. Como nos ensina o professor Vicente Falconi, o método é simples e intuitivo, embora tenha complexidade. O resultado é a criação de uma abordagem mais pragmática, que permite o aprendizado da organização ao longo do processo e, consequentemente, torna a formulação estratégica sustentável.

Compartilhar:

Artigos relacionados

A aposta calculada que levou o Boticário a ser premiado no iF Awards

Enquanto concorrentes correm para lançar coleções sazonais inspiradas em tendências efêmeras, o Boticário demonstra que compreende um princípio fundamental: o verdadeiro valor do design não está na estética superficial, mas em sua capacidade de gerar impacto social e econômico simultaneamente. A linha Make B., vencedora do iF Design Award 2025, não é um produto de beleza – é um manifesto estratégico.

Tecnologia & inteligencia artificial, Inovação & estratégia
19 de setembro de 2025
Sem engajamento real, a IA vira promessa não cumprida. A adoção eficaz começa quando as pessoas entendem, usam e confiam na tecnologia.

Leandro Mattos - Expert em neurociência da Singularity Brazil

3 minutos min de leitura
Cultura organizacional, Gestão de pessoas & arquitetura de trabalho
17 de setembro de 2025
Ignorar o talento sênior não é só um erro cultural - é uma falha estratégica que pode custar caro em inovação, reputação e resultados.

João Roncati - Diretor da People + Strategy

3 minutos min de leitura
Inovação
16 de setembro de 2025
Enquanto concorrentes correm para lançar coleções sazonais inspiradas em tendências efêmeras, o Boticário demonstra que compreende um princípio fundamental: o verdadeiro valor do design não está na estética superficial, mas em sua capacidade de gerar impacto social e econômico simultaneamente. A linha Make B., vencedora do iF Design Award 2025, não é um produto de beleza – é um manifesto estratégico.

Magnago

4 minutos min de leitura
Cultura organizacional, Bem-estar & saúde, Gestão de pessoas & arquitetura de trabalho
15 de setembro de 2025
O luto não pede licença - e também acontece dentro das empresas. Falar sobre dor é parte de construir uma cultura organizacional verdadeiramente humana e segura.

Virginia Planet - Sócia e consultora da House of Feelings

2 minutos min de leitura
Marketing & growth, Inovação & estratégia, Tecnologia & inteligencia artificial
12 de setembro de 2025
O futuro do varejo já está digitando na sua tela. O WhatsApp virou canal de vendas, atendimento e fidelização - e está redefinindo a experiência do consumidor brasileiro.

Leonardo Bruno Melo - Global head of sales da Connectly

4 minutos min de leitura
Liderança, Cultura organizacional, Inovação & estratégia, Tecnologia & inteligencia artificial
11 de setembro de 2025
Agilidade não é sobre seguir frameworks - é sobre gerar valor. Veja como OKRs e Team Topologies podem impulsionar times de produto sem virar mais uma camada de burocracia.

João Zanocelo - VP de Produto e Marketing e cofundador da BossaBox

3 minutos min de leitura
Cultura organizacional, compliance, Gestão de pessoas & arquitetura de trabalho, Liderança
10 de setembro de 2025
Ambientes tóxicos nem sempre vêm da cultura - às vezes, vêm de uma única pessoa. Entenda como identificar e conter comportamentos silenciosos que desestabilizam equipes e ameaçam a saúde organizacional.

Tatiana Pimenta - CEO da Vittude

5 minutos min de leitura
Cultura organizacional, Gestão de pessoas & arquitetura de trabalho, Inovação & estratégia
9 de setembro de 2025
Experiência também é capital. O ROEx propõe uma nova métrica para valorizar o repertório acumulado de profissionais em times multigeracionais - e transforma diversidade etária em vantagem estratégica.

Fran Winandy e Martin Henkel

10 minutos min de leitura
Inovação
8 de setembro de 2025
No segundo episódio da série de entrevistas sobre o iF Awards, Clarissa Biolchini, Head de Design & Consumer Insights da Electrolux nos conta a estratégia por trás de produtos que vendem, encantam e reinventam o cuidado doméstico.

Rodrigo Magnago

2 minutos min de leitura
Tecnologia & inteligencia artificial, Cultura organizacional, Gestão de pessoas & arquitetura de trabalho
5 de setembro de 2025
O maior desafio profissional hoje não é a tecnologia - é o tempo. Descubra como processos claros, IA consciente e disciplina podem transformar sobrecarga em produtividade real.

Diego Nogare

6 minutos min de leitura