Empreendedorismo
9 min de leitura

O poder de uma banca avaliadora na construção coletiva de ecossistemas inovadores

Selecionar startups vai além do pitch: maturidade, fit com o hub e impacto ESG são critérios-chave para construir ecossistemas de inovação que gerem valor real
Pedagoga, com MBA em Gestão de Pessoas: Desenvolvimento Humano de Gestores pela FGV e em Liderança, Inovação e Gestão 4.0 pela PUC/RS, além de uma extensão em Generative AI pelo MIT. Atualmente, atua como professora convidada na pós-graduação em Administração da Conexão FGV e como Community Leader & CS no Learning Village.
Biólogo, empreendedor com experiência de 10 anos na área da educação e inovação. Especialista em Pedagogia da Cooperação e Metodologias colaborativas. Community Leader, no Learning Village, 1° HUB de inovação com foco em desenvolvimento de pessoas na América Latina. Facilitador de treinamento HSM e SingularityU Brazil . Fundador do Aprenda e Empreenda. Mentor de negócios sociais na Glocal Aceleradora.

Compartilhar:

A capacidade de julgamento muitas vezes é algo que pouco pensamos e é feita automaticamente, reproduzindo certos maneirismos e vícios cognitivos que podem não ser a melhor capacidade de pensamento naquele momento, mesmo que ainda estejamos executando as mesmas ações em grande parte do nosso tempo.

Por conta disso, encontramos esta questão em nosso trabalho, no Learning Village, quando nós, Sofia Sczenzi e Guilherme Lopes, que estamos escrevendo este artigo a quatro mãos, buscamos refeltir sobre os caminhos percorridos para garantir uma curadoria eficaz em um ecossistema de inovação.

Análises criteriosas sobre startups são momentos intensos e cruciais para o seguir daquele projeto empreendedor e do sonho da pessoa que está ali construindo, por isso, tomamos o cuidado de rever este processo, se baseando nos tipos de análise criteriosa que fazíamos e as ações diante destes momentos importantes com as startups.

Neste artigo, compartilhamos os caminhos percorridos para garantir uma curadoria eficaz em um ecossistema de inovação, baseada em uma análise criteriosa das startups. A banca avaliadora desempenha um papel fundamental nesse processo. Trata-se de um comitê especializado responsável por analisar startups interessadas em ingressar no ecossistema, garantindo que aquelas selecionadas tenham alto potencial de impacto, inovação e crescimento. Por isso, apresentamos aqui três pontos essenciais para a realização de uma curadoria estruturada e assertiva após uma reflexão conjunta:

1. Formação da Banca

A banca deve ser composta por membros internos e externos ao hub, promovendo diversidade de perspectivas. Para assegurar uma avaliação técnica e imparcial, é essencial que parte dos avaliadores tenha um olhar isento, trazendo clareza e objetividade ao processo.

2. Estudo Prévio da Startup e Tese do Hub

Ter um entendimento profundo da startup e de seu histórico é indispensável para uma curadoria eficaz. Além disso, conhecer a tese do hub e conectá-la à solução apresentada fortalece a análise e o alinhamento estratégico durante a banca avaliadora.

3. Construção da Ficha de Avaliação

Nossa ficha de avaliação foi cuidadosamente desenvolvida pelo time, com base em modelos amplamente utilizados no ecossistema de inovação. Esse processo contou com insights valiosos obtidos por meio de conversas com mentores e avaliadores experientes, garantindo que os critérios reflitam os pilares essenciais do hub.

Esses elementos são determinantes para um processo de curadoria bem estruturado, assegurando que as startups selecionadas estejam alinhadas às demandas do ecossistema e possam efetivamente conectar soluções a desafios reais do mercado.

Como lideranças da comunidade LV, temos juntos anos de experiência no ecossistema de startups, atuando como mentores, avaliadores e palestrantes, em que pudemos vivenciar de perto os desafios e oportunidades envolvidos no crescimento e na escalabilidade dessas empresas. Foi nesse contexto que compreendemos, na prática, a importância estratégica de uma banca avaliadora estruturada — não apenas como um mecanismo de seleção, mas como um processo essencial para garantir que as startups ingressantes tenham o potencial de gerar impacto, inovação e contribuir para a construção de comunidades colaborativas e resilientes.

Nosso time é uma equipe comprometida em explorar novos caminhos, sempre focada na efetividade das relações e na geração de valor. Mais do que aceitar o processo, essa equipe o abraçou de forma genuína, permitindo que construíssemos juntos uma jornada estratégica e significativa.

Especialistas em inovação e empreendedorismo reforçam a importância de um processo de seleção bem estruturado para fortalecer comunidades empreendedoras.

Faz-se importante ressaltar que critérios bem definidos garantem que as startups selecionadas estejam alinhadas à tese do hub, facilitando colaborações estratégicas e criando sinergias valiosas.

A banca avaliadora e sua importância

A banca avaliadora utiliza uma ficha de avaliação abrangente, considerando aspectos essenciais para a seleção das startups no Learning Village. Um dos principais critérios é a maturidade, que avalia o nível de desenvolvimento da startup, desde sua fase inicial até sua capacidade de escala. O grau de inovação também é analisado para entender o quão disruptiva e diferenciada é a solução apresentada.[GD1] [GD2] [SS3] 

Outro ponto crucial é a relevância do problema, ou seja, a importância da dor que a startup se propõe a resolver no mercado. O impacto ESG também é um fator essencial, avaliando considerações ambientais, sociais e de governança dentro do modelo de negócio. O fit com a tese do Learning Village garante que a startup esteja alinhada com a proposta do hub, potencializando sinergias e oportunidades de colaboração. Para ter fit com o LV, a startup precisa entregar Inovação, Tecnologia e Escalabilidade.

Inovação: A startup deve apresentar soluções criativas e diferenciadas, capazes de transformar mercados ou resolver problemas de maneira única. A inovação é essencial para gerar vantagem competitiva e atrair investidores e parceiros estratégicos.

Tecnologia: A base tecnológica da solução precisa ser robusta e escalável, garantindo eficiência operacional e sustentabilidade a longo prazo. O uso de tecnologia de ponta facilita a adaptação a novos desafios e permite otimizar processos.

Escalabilidade: O modelo de negócio deve permitir crescimento acelerado sem a necessidade de aumentos proporcionais nos custos. A escalabilidade é crucial para atrair investimentos e garantir que a startup possa se expandir para novos mercados de maneira sustentável.

A qualidade do pitch  é um fator determinante, pois reflete a capacidade da equipe em comunicar sua proposta de forma clara e impactante. O modelo de negócio é analisado para verificar sua viabilidade e sustentabilidade financeira, enquanto o alcance de mercado examina o potencial de crescimento e escalabilidade da solução.

Por fim, a proposta de valor para a comunidade é um critério essencial para compreender como a startup pode contribuir [GD4] [SS5] para o ecossistema de inovação do Learning Village, promovendo colaboração e compartilhamento de conhecimento.

A startup passa por alguns processos até ser de fato nossa residente e os elucido a seguir:

                                                                             Fonte: Esquema descrito pelo autor

Com o crescimento do ecossistema de startups, hubs de inovação têm se tornado espaços essenciais para fomentar conexões entre empreendedores, investidores e corporações. A seleção criteriosa das startups garante um ambiente colaborativo que potencializa o desenvolvimento de soluções inovadoras.

Uma referência relevante para entender a dinâmica de seleção de startups e ecossistemas de inovação é The Startup Community Way, de Brad Feld e Ian Hathaway. O livro explora como construir comunidades de startups resilientes e dinâmicas.

A banca avaliadora assegura que o ecossistema de startups seja composto por empresas alinhadas à sua proposta, promovendo um ambiente de alto valor agregado e contribuindo para o crescimento conjunto.

Com uma curadoria alinhada aos pilares do hub, é possível construir uma comunidade engajada, garantindo um ecossistema rico em geração de negócios e entrega de valor efetivo. Isso proporciona uma experiência enriquecedora para todos os stakeholders e atende às métricas estabelecidas como objetivos a serem alcançados.

Startups selecionadas por meio de um critério estruturado têm maiores chances de sucesso, pois estão inseridas em um ambiente que favorece o desenvolvimento de soluções escaláveis, sustentáveis e inovadoras.

Empreendedores podem utilizar os critérios da banca para avaliar suas próprias startups antes de submeterem-se ao processo seletivo, aprimorando seus modelos de negócio, pitches e estratégias de mercado.

A seleção certa transforma startups em protagonistas do ecossistema de inovação.

Compartilhar:

Pedagoga, com MBA em Gestão de Pessoas: Desenvolvimento Humano de Gestores pela FGV e em Liderança, Inovação e Gestão 4.0 pela PUC/RS, além de uma extensão em Generative AI pelo MIT. Atualmente, atua como professora convidada na pós-graduação em Administração da Conexão FGV e como Community Leader & CS no Learning Village.
Biólogo, empreendedor com experiência de 10 anos na área da educação e inovação. Especialista em Pedagogia da Cooperação e Metodologias colaborativas. Community Leader, no Learning Village, 1° HUB de inovação com foco em desenvolvimento de pessoas na América Latina. Facilitador de treinamento HSM e SingularityU Brazil . Fundador do Aprenda e Empreenda. Mentor de negócios sociais na Glocal Aceleradora.

Artigos relacionados

Inovação e comunidades na presença digital

A creators economy deixou de ser tendência para se tornar estratégia: autenticidade, constância e inovação são os pilares que conectam marcas, líderes e comunidades em um mercado digital cada vez mais colaborativo.

Bem-estar & saúde
8 de dezembro de 2025
Com custos de saúde corporativa em alta, a telemedicina surge como solução estratégica: reduz sinistralidade, amplia acesso e fortalece o bem-estar, transformando a gestão de benefícios em vantagem competitiva.

Loraine Burgard - Cofundadora da h.ai

3 minutos min de leitura
Bem-estar & saúde, Liderança
5 de dezembro de 2025
Em um mundo exausto, emoção deixa de ser fragilidade e se torna vantagem competitiva: até 2027, lideranças que integram sensibilidade, análise e coragem serão as que sustentam confiança, inovação e resultados.

Lisia Prado - Consultora e sócia da House of Feelings

5 minutos min de leitura
Finanças
4 de dezembro de 2025

Antonio de Pádua Parente Filho - Diretor Jurídico, Compliance, Risco e Operações no Braza Bank S.A.

3 minutos min de leitura
Inovação & estratégia, Marketing & growth
3 de dezembro de 2025
A creators economy deixou de ser tendência para se tornar estratégia: autenticidade, constância e inovação são os pilares que conectam marcas, líderes e comunidades em um mercado digital cada vez mais colaborativo.

Gabriel Andrade - Aluno da Anhembi Morumbi e integrante do LAB Jornalismo e Fernanda Iarossi - Professora da Universidade Anhembi Morumbi e Mestre em Comunicação Midiática pela Unesp

3 minutos min de leitura
Tecnologia & inteligencia artificial
2 de dezembro de 2025
Modelos generativos são eficazes apenas quando aplicados a demandas claramente estruturadas.

Diego Nogare - Executive Consultant in AI & ML

4 minutos min de leitura
Estratégia
1º de dezembro de 2025
Em ambientes complexos, planos lineares não bastam. O Estuarine Mapping propõe uma abordagem adaptativa para avaliar a viabilidade de mudanças, substituindo o “wishful thinking” por estratégias ancoradas em energia, tempo e contexto.

Manoel Pimentel - Chief Scientific Officer na The Cynefin Co. Brazil

10 minutos min de leitura
Cultura organizacional, Liderança
29 de novembro de 2025
Por trás das negociações brilhantes e decisões estratégicas, Suits revela algo essencial: liderança é feita de pessoas - com virtudes, vulnerabilidades e escolhas que moldam não só organizações, mas relações de confiança.

Lilian Cruz - Fundadora da Zero Gravity Thinking

3 minutos min de leitura
Estratégia, Marketing & growth
28 de novembro de 2025
De um caos no trânsito na Filadélfia à consolidação como código cultural no Brasil, a Black Friday evoluiu de liquidação para estratégia, transformando descontos em inteligência de precificação e redefinindo a relação entre consumo, margem e reputação

Alexandre Costa - Fundador do grupo Attitude Pricing (Comunidade Brasileira de Profissionais de Pricing)

4 minutos min de leitura
Inovação & estratégia
27 de novembro de 2025
A pergunta “O que você vai ser quando crescer?” parece ingênua, mas carrega uma armadilha: a ilusão de que há um único futuro esperando por nós. Essa mesma armadilha ronda o setor automotivo. Afinal, que futuros essa indústria, uma das mais maduras do mundo, está disposta a imaginar para si?

Marcello Bressan, PhD, futurista, professor e pesquisador do NIX - Laboratório de Design de Narrativas, Imaginação e Experiências do CESAR

4 minutos min de leitura
Bem-estar & saúde, Liderança
26 de novembro de 2025
Parar para refletir e agir são forças complementares, não conflitantes

Jose Augusto Moura - CEO da brsa

3 minutos min de leitura

Baixe agora mesmo a nossa nova edição!

Dossiê #170

O que ficou e o que está mudando na gangorra da gestão

Esta edição especial, que foi inspirada no HSM+2025, ajuda você a entender o sobe-e-desce de conhecimentos e habilidades gerenciais no século 21 para alcançar a sabedoria da liderança

Baixe agora mesmo a nossa nova edição!

Dossiê #170

O que ficou e o que está mudando na gangorra da gestão

Esta edição especial, que foi inspirada no HSM+2025, ajuda você a entender o sobe-e-desce de conhecimentos e habilidades gerenciais no século 21 para alcançar a sabedoria da liderança