Transformação Digital

O que aprendi em 100 dias trabalhando na nuvem

Compartilho com vocês oito experiências vividas em uma empresa 100% digital, a eXp Realty
Elisa Rosenthal é a diretora presidente do Instituto Mulheres do Imobiliário. LinkedIn Top Voices, TEDx Speaker, produz e apresenta o podcast Vieses Femininos. Autora de Proprietárias: A ascensão da liderança feminina no setor imobiliário.

Compartilhar:

“Você precisa conhecer meu amigo, ele trabalha numa empresa que é do seu mercado, o imobiliário”. Foi com essa convocação feita por uma amiga que mora em Denver, Colorado, Estados Unidos, que tudo começou.

Quando Rebecca Saltman me apresentou por e-mail a Rick Jason, ela reforçou a importância de nos conectarmos para que pudéssemos também conversar sobre o projeto de capacitação que eu estava desenhando para o movimento Mulheres do Imobiliário, o Capacita.

A sintonia foi imediata e, após um e-mail, dois calls e pouco mais de 45 dias, já negociava meu retorno ao mercado como executiva na imobiliária digital que mais cresce no mundo, a eXp Realty.

Hoje, depois de 100 dias trabalhando de forma 100% remota e digital, compartilho oito ensinamentos desse modelo de trabalho em [nuvem que promete estar sempre presente no futuro dos negócios](https://mitsloanreview.com.br/podcasts/cloudly-01-cloud-computing-a-grande-disrupcao):

### 1. Além de lucrativa, a diversidade gera empregos

O primeiro passo para estar como head de Growth e especialista em onboarding de uma empresa que possui mais de 52 mil corretores associados no mundo aconteceu devido ao Mulheres do Imobiliário, movimento que idealizei e do qual sou cofundadora, e que promove a equidade em todo o setor imobiliário nacional.

Graças ao programa interno One eXp, que fomenta a diversidade e a inclusão racial e de gênero, as primeiras conversas que tive com os altos executivos da companhia foram muito mais orientadas aos projetos sociais e de impacto de conscientização pela equidade de gênero do que sobre as conhecidas “hard skills”.

### 2. O networking feminino é poderoso

Conheci a Rebecca Saltman durante a certificação em liderança shakti, quando estava na San Diego University (Califórnia). Ao todo, estivemos menos de 30 dias juntas presencialmente, do começo do curso até a graduação, que aconteceu na Croácia. Contudo, a distância física não foi, em momento algum, fator impeditivo para que pudéssemos cultivar uma amizade verdadeira e genuína.

Nossos encontros pelo Zoom, WhatsApp ou redes sociais mantiveram nossos assuntos em dia, a ponto de ela perceber e sentir que a apresentação ao fundador da Denver Lifestyle Real Estate, Rick Janson, poderia gerar frutos – o que, de fato, aconteceu.

### 3. O digital é leve, rápido e sustentável

Da primeira ligação até a contratação final, foram menos de dois meses. Conversei com pessoas do Colorado, Califórnia, Flórida e no Reino Unido. Ora com vídeo, ora sem vídeo. Por último, foi por meio da plataforma “gamificada” da Virbela, empresa adquirida pela eXp em 2018, na qual usei um avatar para conversar com a diretora global de operações, Meghan Kelley.

Sem precisar sair de casa, fiz entrevistas de emprego, negociei com o RH, digitalizei meus documentos e assinei minha contratação. Tudo sem imprimir uma só folha de papel.

### 4. A empresa está onde você quiser

A liberdade de levar a empresa onde você quiser representa uma conquista que amplia muito as possibilidades. Desde momentos de mais qualidade com a família até a flexibilidade de ferramentas que a empresa oferece e que estão, literalmente, na palma da mão. Basta ter uma conexão com a internet e “voilà”.

### 5. A liberdade pode ser traiçoeira

O que você faz quando não tem ninguém olhando? Isso diz muito sobre autoliderança e sobre a sua responsabilidade sobre a gestão do tempo. Quando o trabalho é remoto, saber organizar a agenda para que a produtividade continue, mesmo quando ninguém está cobrando, é o grande desafio do exercício da autogestão.

Fazer pausas ao longo do dia é essencial para manter a saúde mental. Além disso, saber exercer a compensação entre a jornada de trabalho e as necessidades pessoais também é algo que ajuda muito a flexibilizar a agenda quando é preciso, sem perder o compromisso com a entrega.

### 6. Comunique com a língua do mundo

No modelo digital, o que evidencia as fronteiras físicas que separam os países é o fuso horário. Para falar com colegas que estão em locais distintos é preciso saber se comunicar de forma síncrona e assíncrona. Explico: a comunicação síncrona é feita quando os emissores e receptores estão ao vivo. Isso acontece com as plataformas de videoconferência, lives e experiências como o [ClubHouse](https://mitsloanreview.com.br/post/clubhouse-diversidade-e-inclusao).

Já na comunicação assíncrona o emissor e o receptor não precisam estar simultaneamente juntos. Para que a comunicação ultrapasse as fronteiras, o inglês e o espanhol ainda são as línguas mais faladas.

### 7. Você não precisa estar com o vídeo ligado sempre

Nessa experiência com uma cultura global, aprendi que não é preciso estar com o vídeo ligado o tempo todo. Isto é libertador.

O excesso de vídeos é um dos fatores que colaboram para a elevação do estresse, o que gerou até um termo específico, o [zoom fatigue](https://www.revistahsm.com.br/post/diversidade-e-inclusao-em-pauta-na-pandemia). A “fadiga de zoom”, em português, é o cansaço mental relatado por quem participa de videoconferências em excesso — uma reclamação feita por 9 entre 10 pacientes de Adán Pelegrino Jardim, psicólogo especializado em terapia cognitiva.

Conectar por meio de uma plataforma que utiliza avatares é um dos benefícios que a empresa oferece, ao utilizar dessa solução para reuniões, treinamentos e formações.

### 8. Conectividade ainda é um problema brasileiro

Estar conectado num país em que 25% (ou um em cada quatro) dos brasileiros não têm acesso à internet, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), indica que esta possibilidade ainda é um privilégio. Em números totais, isso representa 46 milhões de pessoas.

Em áreas rurais, o índice de pessoas sem acesso é ainda maior que nas cidades, chegando a 53,5%. Em áreas urbanas são 20,6%. Investir em conectividade e ampliação das redes de distribuição, portanto, significa também aumentar as possibilidades de emprego para a população brasileira.

## NUVEM, UM FUNDAMENTO

O trabalho em nuvem já não é mais “uma situação imposta pela pandemia”; é, de fato e de direito, uma realidade que cria oportunidades para as pessoas e as empresas. Onde você se encaixa?

*Gostou do artigo da Elisa Tawil? Saiba mais sobre experiências com trabalho em nuvem assinando gratuitamente [nossas newsletters](https://www.revistahsm.com.br/newsletter) e escutando [nossos podcasts](https://www.revistahsm.com.br/podcasts) em sua plataforma de streaming favorita.*

Compartilhar:

Artigos relacionados

Marketing & growth
21 de outubro de 2025
O maior risco do seu negócio pode estar no preço que você mesmo definiu. E copiar o preço do concorrente pode ser o atalho mais rápido para o prejuízo.

Alexandre Costa - Fundador do grupo Attitude Pricing (Comunidade Brasileira de Profissionais de Pricing)

5 minutos min de leitura
Bem-estar & saúde
20 de outubro de 2025
Nenhuma equipe se torna de alta performance sem segurança psicológica. Por isso, estabelecer segurança psicológica não significa evitar conflitos ou suavizar conversas difíceis, mas sim criar uma cultura em que o debate seja aberto e respeitoso.

Marília Tosetto - Diretora de Talent Management na Blip

4 minutos min de leitura
Inovação & estratégia, Marketing & growth
17 de outubro de 2025
No Brasil, quem não regionaliza a inovação está falando com o país certo na língua errada - e perdendo mercado para quem entende o jogo das parcerias.

Rafael Silva - Head de Parcerias e Alianças na Lecom

3 minutos min de leitura
Bem-estar & saúde, Tecnologia & inteligencia artificial
16 de outubro de 2025
A saúde corporativa está em colapso silencioso - e quem não usar dados para antecipar vai continuar apagando incêndios.

Murilo Wadt - Cofundador e diretor geral da HealthBit

3 minutos min de leitura
Bem-estar & saúde
15 de outubro de 2025
Cuidar da saúde mental virou pauta urgente - nas empresas, nas escolas, nas nossas casas. Em um mundo acelerado e hiperexposto, desacelerar virou ato de coragem.

Viviane Mansi - Conselheira de empresas, mentora e professora

3 minutos min de leitura
Marketing & growth
14 de outubro de 2025
Se 90% da decisão de compra acontece antes do primeiro contato, por que seu time ainda espera o cliente bater na porta?

Mari Genovez - CEO da Matchez

3 minutos min de leitura
ESG
13 de outubro de 2025
ESG não é tendência nem filantropia - é estratégia de negócios. E quando o impacto social é parte da cultura, empresas crescem junto com a sociedade.

Ana Fontes - Empreendeedora social, fundadora da Rede Mulher Empreendedora (RME) e do Instituto RME

3 minutos min de leitura
Gestão de pessoas & arquitetura de trabalho, Estratégia
10 de outubro de 2025
Com mais de um século de história, a Drogaria Araujo mostra que longevidade empresarial se constrói com visão estratégica, cultura forte e design como motor de inovação.

Rodrigo Magnago

6 minutos min de leitura
Gestão de pessoas & arquitetura de trabalho, Liderança
9 de outubro de 2025
Em tempos de alta performance e tecnologia, o verdadeiro diferencial está na empatia: um ativo invisível que transforma vínculos em resultados.

Laís Macedo, Presidente do Future is Now

3 minutos min de leitura
Gestão de pessoas & arquitetura de trabalho, Bem-estar & saúde, Finanças
8 de outubro de 2025
Aos 40, a estabilidade virou exceção - mas também pode ser o início de um novo roteiro, mais consciente, humano e possível.

Lisia Prado, sócia da House of Feelings

5 minutos min de leitura

Baixe agora mesmo a nossa nova edição!

Dossiê #169

TECNOLOGIAS MADE IN BRASIL

Não perdemos todos os bondes; saiba onde, como e por que temos grandes oportunidades de sucesso (se soubermos gerenciar)

Baixe agora mesmo a nossa nova edição!

Dossiê #169

TECNOLOGIAS MADE IN BRASIL

Não perdemos todos os bondes; saiba onde, como e por que temos grandes oportunidades de sucesso (se soubermos gerenciar)