Direto ao ponto

O que o ativismo social ensina às empresas

A complexidade e a voracidade das mudanças exigem dos líderes abordagens que transcendem a gestão tradicional de projetos

Compartilhar:

Organizações civis e comerciais frequentemente lutam contra inércia, complexidade e turbulência para fazer as coisas. Por isso, a sociedade civil muitas vezes vê o mundo dos negócios como um modelo de disciplina, com sua ênfase em metas, mensuração, eficiência e responsabilidade. E espera tirar dali lições sobre como agir.

Mas para os problemas complexos, dinâmicos e com múltiplas partes interessadas, as empresas também têm muito a aprender com o ativismo social. É o que argumentam Martin Reeves e Roselinde Torres no artigo para o BCG Henderson Institute, do Boston Consulting Group.

Para os autores, estruturas matriciais multidimensionais, camadas excessivas, procedimentos complexos, agendas concorrentes e políticas internas podem prejudicar a execução de planos robustos. Na verdade, um objetivo explícito de muitos programas de transformação organizacional é remover essas barreiras.

Em teoria, afirmam, a tecnologia digital também deveria facilitar as coisas, aumentando o alcance, a velocidade e a facilidade de comunicação. Na prática, vemos as mesmas falhas da ação coletiva em contextos digitais. Com os desafios empresariais e sociais aumentando a necessidade de mudanças sincronizadas, é importante que os líderes entendam como fazer a ação coletiva funcionar em um mundo cada vez mais conectado.

E para ampliar a abordagem além da gestão tradicional de projetos, é preciso olhar para outros domínios nos quais a ação coletiva é necessária, como o ativismo social. Ainda não há um manual para uma ação coletiva efetiva em um mundo interconectado, mas é possível derivar alguns princípios úteis do ativismo social e da ciência de sistemas, bem como da observação do fracasso e do sucesso de iniciativas de mudanças complexas:

1. Facilite a ação de alguém. Concentre-se em motivar a ação voluntária.
2. Transmita o valor de sua iniciativa, concentrando-se no propósito que sustenta os planos e as metas.
3. Para criar unidade, não apenas transmita informações, mas conte histórias. Elas podem ser ferramentas poderosas, criando um significado holístico, apelo.
4. Amplie o número de pessoas que o apoiam, construindo esse aumento em iniciativas preexistentes.
5. Comprometa-se com os objetivos publicamente e enfrente os desafios mais difíceis. Isso é sinal de compromisso.
6. Perceba a diversidade em sua base de apoio desde o início. Aliste pessoas de diferentes pensamentos e origens.
7. Use a tecnologia para facilitar a ação coletiva, mas considere-a como um “multiplicador de forças” ao invés de algo que por si só garante o sucesso.
8. Lidere ações coletivas.

Compartilhar:

Artigos relacionados

Relacionamentos geram resultados

Em tempos de alta performance e tecnologia, o verdadeiro diferencial está na empatia: um ativo invisível que transforma vínculos em resultados.

ESG
13 de outubro de 2025
ESG não é tendência nem filantropia - é estratégia de negócios. E quando o impacto social é parte da cultura, empresas crescem junto com a sociedade.

Ana Fontes - Empreendeedora social, fundadora da Rede Mulher Empreendedora (RME) e do Instituto RME

3 minutos min de leitura
Gestão de pessoas & arquitetura de trabalho, Estratégia
10 de outubro de 2025
Com mais de um século de história, a Drogaria Araujo mostra que longevidade empresarial se constrói com visão estratégica, cultura forte e design como motor de inovação.

Rodrigo Magnago

6 minutos min de leitura
Gestão de pessoas & arquitetura de trabalho, Liderança
9 de outubro de 2025
Em tempos de alta performance e tecnologia, o verdadeiro diferencial está na empatia: um ativo invisível que transforma vínculos em resultados.

Laís Macedo, Presidente do Future is Now

3 minutos min de leitura
Gestão de pessoas & arquitetura de trabalho, Bem-estar & saúde, Finanças
8 de outubro de 2025
Aos 40, a estabilidade virou exceção - mas também pode ser o início de um novo roteiro, mais consciente, humano e possível.

Lisia Prado, sócia da House of Feelings

5 minutos min de leitura
Cultura organizacional, Gestão de pessoas & arquitetura de trabalho
7 de outubro de 2025
O trabalho flexível deixou de ser tendência - é uma estratégia de RH para atrair talentos, fortalecer a cultura e impulsionar o desempenho em um mundo que já mudou.

Natalia Ubilla, Diretora de RH no iFood Pago e iFood Benefícios

7 minutos min de leitura
Bem-estar & saúde, Gestão de pessoas & arquitetura de trabalho
6 de outubro de 2025
Como a evolução regulatória pode redefinir a gestão de pessoas no Brasil

Tatiana Pimenta, CEO da Vittude

4 minutos min de leitura
Liderança, Cultura organizacional, Gestão de pessoas & arquitetura de trabalho
3 de outubro de 2025
Ser CEO é mais que ocupar o topo - para mulheres, é desafiar estereótipos e transformar a liderança em espaço de pertencimento e impacto.

Giovana Pacini, Country Manager da Merz Aesthetics® Brasil

3 minutos min de leitura
Tecnologia & inteligencia artificial, Gestão de pessoas & arquitetura de trabalho
3 de outubro de 2025
A IA está redefinindo o trabalho - e cabe ao RH liderar a jornada que equilibra eficiência tecnológica com desenvolvimento humano e cultura organizacional.

Michelle Cascardo, Latam Sr Sales Manager na Deel

5 minutos min de leitura
Inovação & estratégia, Tecnologia & inteligencia artificial
2 de outubro de 2025
Na indústria automotiva, a IA Generativa não é mais tendência - é o motor da próxima revolução em eficiência, personalização e experiência do cliente.

Lorena França - Hub Mobilidade do Learning Village

3 minutos min de leitura
Cultura organizacional, Gestão de pessoas & arquitetura de trabalho, Inovação & estratégia
1º de outubro de 2025
No mundo pós-IA, profissionais 50+ são mais que relevantes - são pontes vivas entre gerações, capazes de transformar conhecimento em vantagem competitiva.

Cris Sabbag - COO da Talento Sênior

4 minutos min de leitura