Uncategorized

O tempo do ganha-ganha-ganha chegou. Você está preparado?

À medida que as cidades ao redor do mundo se preparam para a tão esperada reabertura do comércio e serviços, empresas e empreendedores procuram se adequar às medidas de segurança e higiene que, agora, entram para nossa rotina também no ambiente de trabalho.
Elisa Rosenthal é a diretora presidente do Instituto Mulheres do Imobiliário. LinkedIn Top Voices, TEDx Speaker, produz e apresenta o podcast Vieses Femininos. Autora de Proprietárias: A ascensão da liderança feminina no setor imobiliário.

Compartilhar:

O nome é pomposo: “Protocolos para a reabertura”. 

O momento pede uma retomada que atenda aos protocolos de higiene e distanciamento social, indicando normativas para espaço de trabalho e condutas de limpeza e higienização. Contudo, algo se destaca em meio aos critérios técnicos: existe uma preocupação legítima com as negociações e relações interpessoais.

“Permitir o teletrabalho para empregados que não tenham quem cuide de seus dependentes incapazes” começa o item 5.5 do protocolo de reabertura dos escritórios de serviços, divulgado no dia 5 de junho no Diário Oficial da Cidade de São Paulo, indicado no anexo II da portaria 605/2020. “O empregador deverá acordar com o empregado uma forma alternativa de manutenção do emprego”, prossegue o texto. 

#### Foi preciso parar o mundo para que pudéssemos rever os protocolos de conduta pessoais e, agora, os profissionais.

Na webisérie #conversascorajosas, que gravei com Gabrielle Teco para a edição 140 da Revista HSM Management ([assista aqui](https://www.youtube.com/watch?v=doiGIS_3qSo)) sobre a Gestão do Caos, ressaltei a importância das renegociações para este momento.

O que aprendemos nos cursos de administração é que uma negociação saudável e positiva é o “ganha-ganha” – em que os dois lados que negociam saem ganhando.

No contexto histórico em que vivemos, esse conceito se mostra cada vez mais ultrapassado – ainda mais quando entendemos que, a cada dia, penetramos mais profundamente nas camadas da Nova Economia. 

No modelo econômico em que a base são os serviços, a negociação precisa ser “ganha-ganha-ganha” ou, como costumo nomeá-la, em três níveis. Para saber se algo está sendo acordado dentro deste conceito, há três perguntas a serem feitas:

* Esta negociação está sendo positiva para mim?
* Esta negociação está sendo positiva para a outra parte?
* Esta negociação está sendo positiva para a empresa e para o meio ambiente?

Veja que a última pergunta possui duas partes: empresa e meio ambiente. 

Sabemos que cada novo passo dado rumo à transformação digital se trata, também, de mais um passo em direção à valorização dos indivíduos dentro das organizações, afinal, empresas e organizações são constituídas por pessoas e isso não é novidade.

#### O que o novo contexto pós-pandêmico evidencia é justamente a conexão direta entre nós, indivíduos, com as empresas e a sustentabilidade.

Estas evidências estão reforçadas pelos protocolos de reabertura, mostrando nossas parcelas individuais de responsabilidade no combate global ao novo coronavírus e pela retomada econômica.

Nesta revisão de protocolos, precisamos igualmente rever nossas estratégias e práticas de negociação. 

Para aqueles que acompanham de perto as necessidades diversas que se apresentam pelo impacto sócio-econômico do inimigo invisível, não existe o entendimento de que estamos “todos no mesmo barco” – e sim “no mesmo oceano, só que em barcos diferentes”. 

#### E é preciso enxergar além do seu próprio convés para saber navegar sob um céu nublado e pouca visibilidade.

Nos protocolos de reabertura das negociações é preciso compreender que não é possível retomar do ponto que estavam no velho normal. Agora, é preciso enxergar o contexto do terceiro nível, como trago aqui, em que nova negociação considera, além dos barcos nos quais navegamos, o oceano como um todo.

Para retomarmos o comércio, serviços e os negócios saudavelmente é preciso seguir novos protocolos, elevando as nossas relações para o terceiro nível, com negociações mais conscientes e empáticas.

Compartilhar:

Artigos relacionados

Há um fio entre Ada Lovelace e o CESAR

Fora do tempo e do espaço, talvez fosse improvável imaginar qualquer linha que me ligasse a Ada Lovelace. Mais improvável ainda seria incluir, nesse mesmo

Carreira, Diversidade
Ninguém fala disso, mas muitos profissionais mais velhos estão discriminando a si mesmos com a tecnofobia. Eles precisam compreender que a revolução digital não é exclusividade dos jovens

Ricardo Pessoa

4 min de leitura
ESG
Entenda viagens de incentivo só funcionam quando deixam de ser prêmios e viram experiências únicas

Gian Farinelli

6 min de leitura
Liderança
Transições de liderança tem muito mais relação com a cultura e cultura organizacional do que apenas a referência da pessoa naquela função. Como estão estas questões na sua empresa?

Roberto Nascimento

6 min de leitura
Inovação
Estamos entrando na era da Inteligência Viva: sistemas que aprendem, evoluem e tomam decisões como um organismo autônomo. Eles já estão reescrevendo as regras da logística, da medicina e até da criatividade. A pergunta que nenhuma empresa pode ignorar: como liderar equipes quando metade delas não é feita de pessoas?

Átila Persici

6 min de leitura
Gestão de Pessoas
Mais da metade dos jovens trabalhadores já não acredita no valor de um diploma universitário — e esse é só o começo da revolução que está transformando o mercado de trabalho. Com uma relação pragmática com o emprego, a Geração Z encara o trabalho como negócio, não como projeto de vida, desafiando estruturas hierárquicas e modelos de carreira tradicionais. A pergunta que fica: as empresas estão prontas para se adaptar, ou insistirão em um sistema que não conversa mais com a principal força de trabalho do futuro?

Rubens Pimentel

4 min de leitura
Tecnologias exponenciais
US$ 4,4 trilhões anuais. Esse é o prêmio para empresas que souberem integrar agentes de IA autônomos até 2030 (McKinsey). Mas o verdadeiro desafio não é a tecnologia – é reconstruir processos, culturas e lideranças para uma era onde máquinas tomam decisões.

Vitor Maciel

6 min de leitura
ESG
Um ano depois e a chuva escancara desigualdades e nossa relação com o futuro

Anna Luísa Beserra

6 min de leitura
Empreendedorismo
Liderar na era digital: como a ousadia, a IA e a visão além do status quo estão redefinindo o sucesso empresarial

Bruno Padredi

5 min de leitura
Liderança
Conheça os 4 pilares de uma gestão eficaz propostos pelo Vice-Presidente da BossaBox

João Zanocelo

6 min de leitura
Inovação
Eventos não morreram, mas 78% dos participantes já rejeitam formatos ultrapassados. O OASIS Connection chega como antídoto: um laboratório vivo onde IA, wellness e conexões reais recriam o futuro dos negócios

Vanessa Chiarelli Schabbel

5 min de leitura