Uncategorized

O tipo de gestão que merece likes

Guilherme Soárez, CEO da HSM

Compartilhar:

Na HSM Expo 2016, realizada no final do ano passado, a pós-verdade foi um tema constante. O que se comentou foi que o método de verificação da verdade pelas pessoas mudou com as redes sociais: agora, se a informação tem dois _likes_, é considerada uma mentira; se tem 15 mil _likes_, deve ser verdade. Outro modo de dizer isso? Mentira é tudo de que discordo, e verdade, aquilo com que concordo. Não importa se a informação é confiável ou não. 

Sem dúvida, vivemos tempos perigosos. Porém não deixa de haver neles um insight prático, ao menos do ponto de vista dos negócios: mais do que nunca, o sucesso depende de ser curtido. Isso mesmo. Os conceitos de comunidade e multidão habilitados pela tecnologia estão na base do modelo econômico nascente, que vem sendo chamado de “exponencial”, porque prevê para as empresas um crescimento de vendas e lucros muito mais acelerado do que o linear, como era a regra _old school_. 

Nada melhor para começar um ano, portanto, do que um banquete de conhecimento que ajude a mudar nossa mentalidade de linear para exponencial. Momentos de crise como o do Brasil atual parecem ser feitos sob medida para esse tipo de ruptura, inclusive. Quer tentar? 

Vou me arriscar a fazer o cardápio desse banquete exponencial. Os aperitivos podem ser feitos com a leitura da _Contagem regressiva_ com Thomas Friedman, que aborda as forças aceleradoras a que estamos submetidos, e com a reportagem sobre a mudança da GoPro, uma empresa bem-sucedida que já está se reinventando antes de precisar fazê-lo. Como entradas, vá de Martin Reeves, com a proposta de que as empresas troquem sua estratégia única por uma paleta de estratégias, e de fintechs, entendendo como essas startups podem servir ao seu negócio. 

No prato principal, você precisa cair matando: é o Dossiê, que apresenta, detalhadamente, o novo contexto de abundância em que atuamos, o perfil de empreendedor exigido e o tipo de organização necessária para tudo isso, para depois encerrar com casos de empresas brasileiras que já estão fazendo o _shift._

As sobremesas não fazem por menos. Você pode escolher a fruta, com Klaus Schwab e seu artigo sobre a quarta revolução industrial, e/ou o doce, com a pesquisa sobre o redesenho do trabalho – que vai ajudar nas decisões relativas às duas forças de trabalho que você tem à disposição agora: as pessoas e as máquinas. Em que situações se aplicam umas e outras? (Não se trata de um conteúdo desumanizado; o texto deixa bem clara a relevância dos talentos de carne e osso.) 

Para além de seu conteúdo de vanguarda, esta edição também é um banquete inspiracional. Traz duas histórias que animam qualquer um a mudar a mentalidade. Uma é a da tradicional montadora GM, que, sob o comando da CEO Mary Barra, busca concorrer em campos associados à Tesla. Outra é a do Grupo São Martinho, capaz de inovar compulsivamente e de desafiar o pensamento hegemônico mesmo atuando no conservador setor sucroalcooleiro brasileiro. 

Se empresas e indústrias _old school_ podem, você também pode, não acha? Subverta seu _mindset_, abrace a tecnologia e as demais forças aceleradoras, busque todos os _likes_ que conseguir e, em 2017, comece a praticar uma gestão exponencial. Nossa revista e nossos livros vão apoiá-lo nessa transição.

Compartilhar:

Artigos relacionados

Quando a IA desafia o ESG: o dilema das lideranças na era algorítmica

A inteligência artificial está reconfigurando decisões empresariais e estruturas de poder. Sem governança estratégica, essa tecnologia pode colidir com os compromissos ambientais, sociais e éticos das organizações. Liderar com consciência é a nova fronteira da sustentabilidade corporativa.

ESG
Adotar o 'Best Before' no Brasil pode reduzir o desperdício de alimentos, mas demanda conscientização e mudanças na cadeia logística para funcionar

Lucas Infante

4 min de leitura
Tecnologias exponenciais
No SXSW 2025, a robótica ganhou destaque como tecnologia transformadora, com aplicações que vão da saúde e criatividade à exploração espacial, mas ainda enfrenta desafios de escalabilidade e adaptação ao mundo real.

Renate Fuchs

6 min de leitura
Inovação
No SXSW 2025, Flavio Pripas, General Partner da Staged Ventures, reflete sobre IA como ferramenta para conexões humanas, inovação responsável e um futuro de abundância tecnológica.

Flávio Pripas

5 min de leitura
ESG
Home office + algoritmos = epidemia de solidão? Pesquisa Hibou revela que 57% dos brasileiros produzem mais em times multidisciplinares - no SXSW, Harvard e Deloitte apontam o caminho: reconexão intencional (5-3-1) e curiosidade vulnerável como antídotos para a atrofia social pós-Covid

Ligia Mello

6 min de leitura
Empreendedorismo
Em um mundo de incertezas, os conselhos de administração precisam ser estratégicos, transparentes e ágeis, atuando em parceria com CEOs para enfrentar desafios como ESG, governança de dados e dilemas éticos da IA

Sérgio Simões

6 min de leitura
Tecnologias exponenciais
Os cuidados necessários para o uso de IA vão muito além de dados e cada vez mais iremos precisar entender o real uso destas ferramentas para nos ajudar, e não dificultar nossa vida.

Eduardo Freire

7 min de leitura
Liderança
A Inteligência Artificial está transformando o mercado de trabalho, mas em vez de substituir humanos, deve ser vista como uma aliada que amplia competências e libera tempo para atividades criativas e estratégicas, valorizando a inteligência única do ser humano.

Jussara Dutra

4 min de leitura
Gestão de Pessoas
A história familiar molda silenciosamente as decisões dos líderes, influenciando desde a comunicação até a gestão de conflitos. Reconhecer esses padrões é essencial para criar lideranças mais conscientes e organizações mais saudáveis.

Vanda Lohn

5 min de leitura
Empreendedorismo
Afinal, o SXSW é um evento de quem vai, mas também de quem se permite aprender com ele de qualquer lugar do mundo – e, mais importante, transformar esses insights em ações que realmente façam sentido aqui no Brasil.

Dilma Campos

6 min de leitura
Uncategorized
O futuro das experiências de marca está na fusão entre nostalgia e inovação: 78% dos brasileiros têm memórias afetivas com campanhas (Bombril, Parmalat, Coca-Cola), mas resistem à IA (62% desconfiam) - o desafio é equilibrar personalização tecnológica com emoções coletivas que criam laços duradouros

Dilma Campos

7 min de leitura