Desenvolvimento pessoal

O Twitter pode ser um aliado na decisão de investimento

Pesquisa mostra que posts da rede social relativos a empresas ajudam a entender a percepção do público sobre elas e, assim, permitem projetar tendências.

Compartilhar:

O Twitter, assim como as demais redes sociais, já vem sendo utilizado pelas empresas que atuam no mercado de capitais como canal de comunicação com os investidores. Até aí, nada de novo.

Recentemente, porém, três pesquisadores foram além e investigaram como postagens do Twitter podem ajudar a entender a percepção do público e, assim, projetar tendências. Os pesquisadores Partha Mohanram, da Rotman School of Management; Eli Bartov, da Stern School of Business, e Lucile Faurel, da Arizona State University, fi zeram uma pergunta primordial: será que informações específicas sobre uma empresa, publicadas no Twitter, ajudam a prever os ganhos futuros e o retorno das ações?

Os resultados, publicados na revista _Accounting Review_, indicam que, ao agregarmos as opiniões individuais que circulam nessa mídia social, conseguimos dados relevantes para prever as receitas trimestrais de uma companhia.

Quando os pesquisadores separaram os tweets com “novas informações” daqueles que republicam informações já existentes, eles perceberam que ambos têm valor para antecipar tendências. O Twitter cumpre um papel duplo, como fonte de novas informações provenientes dos usuários e como meio de disseminação de notícias. Mas vale observar que o Twitter na América do Norte é mais popular do que no Brasil.

Também chama a atenção o fato de que os tweets que tratam diretamente do mercado acionário costumam ser mais informativos do que os posts em geral. Além disso, a capacidade da mídia social de indicar futuros é mais forte no caso de empresas com mecanismos de informações mais fracos.

Destacando que, para serem relevantes, as tendências devem se basear em um número significativo de posts de usuários, os especialistas afirmam que a pesquisa precisa impactar o entendimento do papel da mídias sociais nas relações das empresas com a comunidade de investidores.

Embora o setor de investimentos costume ser visto com um jogo de soma zero, não cooperativo, a pesquisa demonstra que as pessoas estão utilizando as redes sociais para compartilhar informações relativas às perspectivas de futuro das empresas e que isso é cooperativo – traz benefício para todos.

É possível que essa pesquisa tenha impacto até sobre as regulamentações. Muitos acusam as redes sociais de disseminar informações falsas [as “fake news”], que servem à especulação, mas o que se vê é que a percepção geral das pessoas, assim como o valor da diversidade e da independência contidos ali, superam as preocupações sobre credibilidade.

Dito de maneira simples, as informações que circulam nas mídias sociais – seja o Twitter ou outras – podem, se bem processadas, ajudar os investidores a tomar boas decisões.

Compartilhar:

Artigos relacionados

Organização

Saúde psicossocial é inclusão

Quando 84% dos profissionais com deficiência relatam saúde mental afetada no trabalho, a nova NR-1 chega para transformar obrigação legal em oportunidade estratégica. Inclusão real nunca foi tão urgente

Empreendedorismo
Contratar um Chief of Staff pode ser a solução que sua empresa precisa para ganhar agilidade e melhorar a governança

Carolina Santos Laboissiere

7 min de leitura
ESG
Quando 84% dos profissionais com deficiência relatam saúde mental afetada no trabalho, a nova NR-1 chega para transformar obrigação legal em oportunidade estratégica. Inclusão real nunca foi tão urgente

Carolina Ignarra

4 min de leitura
ESG
Brasil é o 2º no ranking mundial de burnout e 472 mil licenças em 2024 revelam a epidemia silenciosa que também atinge gestores.
5 min de leitura
Inovação
7 anos depois da reforma trabalhista, empresas ainda não entenderam: flexibilidade legal não basta quando a gestão continua presa ao relógio do século XIX. O resultado? Quiet quitting, burnout e talentos 45+ migrando para o modelo Talent as a Service

Juliana Ramalho

4 min de leitura
ESG
Brasil é o 4º país com mais crises de saúde mental no mundo e 500 mil afastamentos em 2023. As empresas que ignoram esse tsunami pagarão o preço em produtividade e talentos.

Nayara Teixeira

5 min de leitura
Tecnologias exponenciais
Empresas que integram IA preditiva e machine learning ao SAP reduzem custos operacionais em até 30% e antecipam crises em 80% dos casos.

Marcelo Korn

7 min de leitura
Empreendedorismo
Reinventar empresas, repensar sucesso. A megamorfose não é mais uma escolha e sim a única saída.

Alain S. Levi

4 min de leitura
ESG
Por que a capacidade de expressar o que sentimos e precisamos pode ser o diferencial mais subestimado das lideranças que realmente transformam.

Eduardo Freire

5 min de leitura
Tecnologias exponenciais
A IA não é só para tech giants: um plano passo a passo para líderes transformarem colaboradores comuns em cientistas de dados — usando ChatGPT, SQL e 360 horas de aprendizado aplicado

Rodrigo Magnago

21 min de leitura
ESG
No lugar de fechar as portas para os jovens, cerque-os de mentores e, por que não, ofereça um exemplar do clássico americano para cada um – eles sentirão que não fazem apenas parte de um grupo estereotipado, mas que são apenas jovens

Daniela Diniz

05 min de leitura