“Desconectar para aprender.” Achou a ideia inquietante? No mínimo, curiosa, certo? Pois esse foi o tema do Oasis Connection 2025, um encontro voltado ao mercado de eventos e que analisa a importância do aprendizado presencial e coletivo em uma época de constantes transformações e incertezas. HSM e Singularity Brazil estiveram presentes no evento, representadas pelas executivas Poliana Abreu e Glaucia Guarcello, respectivamente diretora de conteúdo e marketing da HSM e diretora de novos negócios da HSM e Singularity Brazil. E compartilhamos a seguir quatro das visões mais importantes sobre como a desconexão da internet pode ser mais bem aproveitada ara aprender:
Olhar para dentro ou para fora? Como a inovação vem de fora para dentro, Glaucia Guarcello não tem dúvida: as empresas devem olhar para fora, enxergando tendências e contextos externos, como mudanças climáticas, cenários geopolíticos, transição energética, comportamento geracional e inteligência artificial, para antecipar movimentos e criar novas oportunidades. Isso significa sentir o lado de fora, o que fica bem mais fácil presencialmente, para percebermos os sinais fracos e mais sutis do ambiente, e nos prepararmos melhor para construir soluções que façam sentido no futuro.
Foresight para os negócios, ambidestria mental para os líderes. Para Guarcello, desenvolver a habilidade do foresight dentro de casa é necessário para os negócios que queiram se destacar. Mais do que prever o futuro (forecasting), trata-se de mapear possibilidades e ter prontidão para atuar em diferentes cenários. Para isso, seus líderes precisarão ampliar a capacidade do que Guarcello chama de “ambidestria mental”, que é a habilidade de analisar situações com um olhar tanto técnico e analítico quanto empático e criativo. Assim como fazemos em uma carteira de investimentos, os líderes precisam diversificar suas apostas e estratégias nos negócios. Essa é a resposta para o desafio aumentado da liderança.. Antes, o caminho de todo líder era mais ou menos como um trilho de trem – linear e previsível. “Hoje, estamos diante de várias trilhas no mato, que exigem escolhas constantes, adaptação e capacidade de encontrar a melhor rota, mesmo sem garantias e sem clareza”, afirma Guarcello.
Múltiplas trilhas de aprendizagem. Poliana Abreu acredita que todos os profissionais precisarão “reinventar-se para continuarem relevantes e ter uma carreira sustentável” e, se essa é a nova premissa, o aprendizado se transforma: a preparação é mais multitrilhas, multi-habilidades e multicarreiras – de novo, cabe a metáfora da carteira de investimentos, e a necessidade de diversificar apostas. “A reinvenção da década é que não teremos mais dez empregos, e sim dez carreiras ao longo da vida”, lembra Abreu.
“Learnability”. Diante do avanço das tecnologias, com destaque para as Inteligências artificiais, nos cabe refletir: “Elas serão nossas assistentes ou nossas chefes?”. Abreu não tem dúvidas de que, mesmo diante de tantos recursos tecnológicos, o elemento humano seguirá sendo indispensável: “Isso contanto que as pessoas consigam gerenciar uma IA”. Como se gerencia uma IA? É algo que requer que as habilidades que o indivíduo tenha sejam sólidas e que ele compreenda de fato a ferramenta, mas também requer que adote uma mentalidade flexível e invista em autoconhecimento. Para a executiva da HSM, a maior das habilidades sólidas deve ser o “learnability”, traduzível no neologismo “aprendabilidade”, ou a capacidade de aprender continuamente. “Não se trata mais de saber de tudo, mas de aprender de tudo”, diz Abreu. Fazer as perguntas certas é o caminho que leva à aprendabilidade.