Desenvolvimento pessoal

Oito virtudes para o CMO ambidestro

Tenha coragem, saiba se adaptar, seja disciplinado e outras características estão entre aquelas que fazem do profissional de hoje pronto para o amanhã
Consultora e mentora em Inovação, Growth e Culture Hacking. Fundadora da Ambidestra. Especialista em Transformação Digital, Estratégia de Negócios e Marketing. Fundadora da Zero Gravity Thinking.

Compartilhar:

Vocês devem lembrar que em nossa coluna anterior, Andrea Dietrich e eu escrevemos sobre como a ambidestria é das mais importantes habilidades que o CMO contemporâneo deve trabalhar caso queira corresponder às expectativas das empresas e dos clientes, especialmente na era digital e veloz em que vivemos.

E falando em agilidade, a aceleração exponencial do mundo não nos permite centralizar o controle, ou ficaremos para trás. Estamos vendo grandes negócios quebrando ou perdendo valor de forma significativa por não acompanharem as transformações do consumidor e os avanços da tecnologia. Por trás desses negócios, há um time que infelizmente não enxergou tais oportunidades e se manteve na zona de conforto – é aqui que esse CMO precisa atuar.

Para facilitar a visualização desse caminho, destacamos oito virtudes do profissional dos novos tempos, que podem ser traduzidos em atitudes e comportamentos:

1. Empoderamento
Velocidade vem diretamente ligado a autonomia e descentralização da organização. Para tanto, precisamos que os times estejam muito mais alinhados com os objetivos de negócio, permitindo que as lideranças possam dar a liberdade para que entreguem o que for melhor para o contexto que estão vivendo. Sai o microgerenciamento, que trava a inovação e o poder de criação das pessoas, e entra o alinhamento e o empoderamento.

2. Coragem
Saber navegar em águas nunca exploradas é o mantra do líder do futuro. É preciso ter coragem para sair da caixa e fazer o que ninguém nunca fez. Novas tecnologias, consumidor mudando a cada instante, menos previsibilidade são os panos de fundo para que as organizações sejam, de fato, centradas no cliente. É construir o seu caminho único de diferenciação, de entrega de valor, e não seguir modismos. É sobre fazer o que tem que ser feito para servir e encantar o seu cliente, alinhado ao que o seu negócio acredita. Sai o medo, entra a coragem.

3. Humildade
Entender que não sabemos de tudo e que todos os dias podemos aprender coisas novas nos faz mais próximos da inovação. A humildade e a vontade de aprender serão duas das características mais valorizadas desse novo profissional. A velocidade do mundo nos impõe sermos mais abertos a aprender sobre tudo, com todos, a qualquer instante. Tudo que aprendemos nos trouxe até aqui, mas não garantirá que a gente chegue mais longe daqui em diante.

4. Criatividade
A incerteza nos exige sermos cada dia mais criativos e velozes. A alta competitividade do mercado com a tecnologia abrindo novos cenários a todo instante nos provoca a estarmos constantemente questionando o status quo e buscando fazer melhor e diferente. Não existe mais um caminho ou outro, existem vários! Com criatividade, foco no resultado e entusiasmo, vamos descobrindo o melhor deles.

5. Disciplina
Para sermos mais criativos e eficientes, precisamos de processos. Até mesmo as áreas mais criativas e disruptivas precisam de um modelo de gestão e governança para serem efetivos. Mas não uma gestão que engessa; ao contrário, ferramentas que libertam. A cultura agile é baseada em uma estrutura que permite os times serem auto-organizados, velozes, produtivos e flexíveis. Um dos frameworks de agile mais conhecidos, o Scrum, traz papéis, rituais e práticas muito bem definidos para que possamos operar em ciclos evolutivos curtos, com foco no cliente, trazendo resultado e agregando valor (e principalmente aprendizado) a cada iteração.

6. Adaptabilidade
Quando tudo é tão volátil, precisamos ser altamente adaptáveis. Comando e controle dão lugar à flexibilidade, compaixão e empatia. Os grandes planejamentos estratégicos que costumam nos engessar dão lugar a uma visão ambiciosa, mas com muita flexibilidade para acertar ou corrigir para o melhor caminho. Aqui, entram as habilidades de testar, errar, aprender e evoluir de forma contínua. É sobre ter a clareza do destino, mas a liberdade de mudar a rota, se assim for preciso para que alcancemos os resultados esperados.

7. Generosidade
Essa virtude está relacionada à atitude de colaboração e compartilhamento, tão fundamentais nos novos tempos. Grupos de pessoas, empresas e até países que agem pensando em benefício dos outros e de forma coletiva alcançam mais sucesso. O individualismo, o ego, os silos, as portas fechadas, dão espaço à colaboração, à troca de conhecimento, ao trabalho integrado para um objetivo comum. A pandemia trouxe fatos inéditos, como grandes players competidores que passaram a atuar de forma cooperada para fazer o bem. Veremos cada vez mais isso dentro das organizações e entre organizações (assim esperamos!).

8. Empreendedorismo
Nesse ponto falamos sobre a atitude de fazer acontecer, de cuidar como dono. É sobre ser guiado por um propósito maior e seguir firme para colocá-lo em prática. A iniciativa, paixão e fé no negócio são alguns dos atributos dos empreendedores ou intraempreendedores, que mobilizam seu entorno para que suas ideias aconteçam.

Podemos, então, adicionar a essa nova lista de papéis e atribuições do CMO também a responsabilidade de fomentar o desenvolvimento dessas virtudes, visto que a área de marketing é o grande elo entre o cliente e o ambiente interno da organização.

E como fazer isso? Mais eficiente do que ditar regras do que não fazer, é incentivar o que queremos ver. Sendo assim, os líderes da organização tornam-se também os “hackers culturais”: pessoas que, por meio de suas ações, comportamento e palavras, irão “viralizar” essas virtudes na organização.*Este artigo foi escrito em colaboração com Andrea Dietrich, fundadora da Didietrich e co-idealizadora do canal e podcast Ambidestra.

Confira mais artigos sobre os desafios dos CMOs no Fórum Marketing Makers HSM Management.

Compartilhar:

Consultora e mentora em Inovação, Growth e Culture Hacking. Fundadora da Ambidestra. Especialista em Transformação Digital, Estratégia de Negócios e Marketing. Fundadora da Zero Gravity Thinking.

Artigos relacionados

Mercado de RevOps desponta e se destaca com crescimento acima da média 

O Revenue Operations (RevOps) está em franca expansão global, com estimativa de que 75% das empresas o adotarão até 2025. No Brasil, empresas líderes, como a 8D Hubify, já ultrapassaram as expectativas, mais que dobrando o faturamento e triplicando o lucro ao integrar marketing, vendas e sucesso do cliente. A Inteligência Artificial é peça-chave nessa transformação, automatizando interações para maior personalização e eficiência.

Uso de PDI tem sido negligenciado nas companhias

Apesar de ser uma ferramenta essencial para o desenvolvimento de colaboradores, o Plano de Desenvolvimento Individual (PDI) vem sendo negligenciado por empresas no Brasil. Pesquisa da Mereo mostra que apenas 60% das companhias avaliadas possuem PDIs cadastrados, com queda no engajamento de 2022 para 2023.

Regulamentação da IA: Como empresas podem conciliar responsabilidades éticas e inovação? 

A inteligência artificial (IA) está revolucionando o mundo dos negócios, mas seu avanço rápido exige uma discussão sobre regulamentação. Enquanto a Europa avança com regras para garantir benefícios éticos, os EUA priorizam a liberdade econômica. No Brasil, startups e empresas se mobilizam para aproveitar as vantagens competitivas da IA, mas aguardam um marco legal claro.

Governança estratégica: a gestão de riscos psicossociais integrada à performance corporativa

A gestão de riscos psicossociais ganha espaço nos conselhos, impulsionada por perdas estimadas em US$ 3 trilhões ao ano. No Brasil, a atualização da NR1 exige que empresas avaliem e gerenciem sistematicamente esses riscos. Essa mudança reflete o reconhecimento de que funcionários saudáveis são mais produtivos, com estudos mostrando retornos de até R$ 4 para cada R$ 1 investido

ESG, Empreendedorismo, Transformação Digital
Com a onda de mudanças de datas e festivais sendo cancelados, é hora de repensar se os festivais como conhecemos perdurarão mais tempo ou terão que se reinventar.

Daniela Klaiman

ESG, Inteligência artificial e gestão, Diversidade, Diversidade
Racismo algorítimico deve ser sempre lembrado na medida em que estamos depositando nossa confiança na inteligência artificial. Você já pensou sobre esta necessidade neste futuro próximo?

Dilma Campos

Inovação
A transformação da cultura empresarial para abraçar a inovação pode ser um desafio gigante. Por isso, usar uma estratégia diferente, como conectar a empresa a um hub de inovação, pode ser a chave para desbloquear o potencial criativo e inovador de uma organização.

Juliana Burza

ESG, Diversidade, Diversidade, Liderança, times e cultura, Liderança
Conheça os seis passos necessários para a inserção saudável de indivíduos neuroatípicos em suas empresas, a fim de torná-las também mais sustentáveis.

Marcelo Franco

Lifelong learning
Quais tendências estão sendo vistas e bem recebidas nos novos formatos de aprendizagem nas organizações?

Vanessa Pacheco Amaral

ESG
Investimentos significativos em tecnologia, infraestrutura e políticas governamentais favoráveis podem tornar o país líder global do setor de combustíveis sustentáveis

Deloitte

Estratégia, Liderança, times e cultura, Cultura organizacional
À medida que o mercado de benefícios corporativos cresce as empresas que investem em benefícios personalizados e flexíveis não apenas aumentam a satisfação e a produtividade dos colaboradores, mas também se destacam no mercado ao reduzir a rotatividade e atrair talentos.

Rodrigo Caiado

Empreendedorismo, Liderança
Entendimento e valorização das características existentes no sistema, ou affordances, podem acelerar a inovação e otimizar processos, demonstrando a importância de respeitar e utilizar os recursos e capacidades já presentes no ambiente para promover mudanças eficazes.

Manoel Pimentel

ESG, Liderança, times e cultura, Liderança
Conheça e entenda como transformar o etarismo em uma oportunidade de negócio com Marcelo Murilo, VP de inovação e tecnologia da Benner e conselheiro do Instituto Capitalismo Consciente.

Marcelo Murilo

ESG
Com as eleições municipais se aproximando, é crucial identificar candidatas comprometidas com a defesa dos direitos das mulheres, garantindo maior representatividade e equidade nos espaços de poder.

Ana Fontes