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Organizações como redes de startups

Cada vez mais, a complexidade da demanda dos clientes precisará ser atendida pela simplicidade na oferta, o que vai requerer que toda empresa se organize em redes de negócios emergentes
Cientista-chefe do C.E.S.A.R, presidente do conselho de administração do Porto Digital e professor-titular de engenharia de software da Universidade Federal de Pernambuco.

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Por que o movimento empreendedor virou uma estrela do noticiário mundial, você sabe? Várias razões o justificam, mas desconfio que a principal tem relação direta com os agentes mais do que especiais das comunidades de negócios –os clientes. estes passaram a exigir, cada vez mais, que a complexidade de suas demandas seja atendida de maneira cada vez mais simples por quem faz a oferta; em outras palavras, a complexidade da oferta deve estar embutida e escondida. O que muitos não entenderam ainda é que, em médio e longo prazos, essa exigência tende a ter um efeito devastador sobre as organizações: os problemas dos clientes não poderão mais ser tratados por um mecanismo de atendimento qualquer, como um call center. Tampouco darão conta do recado grupos de pessoas (mesmo que coordenadas), departamentos ou divisões responsáveis por produtos ou serviços. Os problemas precisarão ser tratados por… startups. É isso mesmo que você leu: eu me refiro a empreendimentos dentro de uma empresa. 

Uma startup é um time coeso resolvendo problemas. Diante de problemas e de perguntas, as pessoas de uma startup têm uma postura distinta da de todas as outras: elas os acham muito mais interessantes e relevantes do que respostas convertidas em commodities na era da internet. Enxergam problemas, e perguntas, como potencial de novos negócios, não como um aborrecimento a mais.

**TIME COESO, 4 PAPÉIS**

Você está em dúvida sobre o que é um “time coeso resolvendo problemas”? Para uma boa definição, pensemos no que ele não é. Basta nos lembrarmos da seleção brasileira em todo início de competição –às vezes, no fim também: ela jamais é um time coeso, uma startup. Trata-se apenas de um grupo de indivíduos –muito competentes, cada um em seu clube. Já o clube é mais próximo do conceito de startup, porque deixa de ser um “grupo de competências individuais”, como a seleção, para tornar-se um time objetivo, focado, competitivo. Essas startups que converterão a complexidade em simplicidade para os clientes cumprem quatro papéis. O primeiro é o de esclarecer o que tem de ser feito: qual é o problema, por que é um problema em algum contexto ou em todos eles, quais são as consequências de não resolvê-lo, o que se ganha por resolvê-lo, e por aí vai. 

O segundo papel consiste em idealizar as possíveis soluções, que dependem bastante dos criativos, dos inventores, das pessoas que têm as ideias para fazer coisas novas, porque pensam fora e muito além de suas caixas. O terceiro papel é o de desenvolver a solução no mundo real. Não estamos falando do desenvolvimento de uma solução qualquer, mas de todo o processo envolvido em criar as condições para que determinado produto e/ou serviço simplificador da complexidade de uma demanda exista. O quarto papel é o de implementar a solução de fato. É por isso que os clientes precisarão ser atendidos por startups dentro de grandes organizações. O processo de negócio terá de ser completo a cada demanda que surgir e grupos de pessoas preocupadas com os transtornos causados pelos problemas, perguntas e suas consequências certamente não darão conta de conduzi-lo.

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