Estratégia e Execução

OUTSIGHT: antes da autoanálise, busque as respostas do lado de fora

Em seu mais recente livro, Herminia Ibarra mostra a importância das experiências diferentes e da perspectiva externa para quem busca novos patamares de liderança

Compartilhar:

Reinventar a carreira é um desejo de muitos profissionais.  A sabedoria convencional diz que, para isso, eles devem procurar as respostas dentro de si, geralmente por meio de reflexão e análise. Herminia Ibarra, uma das pensadoras de gestão mais destacadas do mundo, segundo o ranking Thinkers50, vai em sentido contrário. Ibarra criou o conceito de outsight. Diferentemente do insight, trata-se da perspectiva externa a que todos podem ter acesso quando se envolvem em novas experiências. Esse é um dos pontos centrais de seu mais recente livro, Act Like a Leader, Think Like a Leader. A ideia surgiu do crescente interesse da autora por gestores que deveriam agir como líderes na visão da empresa, apesar de não terem uma promoção formal ou uma mudança no perfil do cargo que gerasse a oportunidade da transição. Ibarra estudou como o comportamento pode ser mudado e concluiu: esses gestores têm de encontrar seu jeito próprio de fazer as coisas. Para isso, precisam 

mexer no que fazem, com quem se conectam e como se enxergam. E, para fazer as coisas de maneira diferente, segundo ela, o primeiro passo é realizar atividades diversas, que têm o poder de transformar as pessoas. Por isso, a especialista do Insead defende que a experimentação e as experiências reais sejam utilizadas como caminho para essa mudança, mais que a reflexão. É o que ela chama de “tentativa e aprendizado”. Onde tentar coisas novas? De acordo com Ibarra, em atividades dentro e fora do trabalho. Muitos dos profissionais estudados por ela viveram mudanças de carreira disparadas por projetos, iniciativas e participação em grupos de trabalho dessa natureza. Em tais contextos, eles puderam experimentar modos inéditos de agir e, com base nisso, fazer sua reflexão (e não o inverso). As experiências reais são a oportunidade de um executivo fazer as três mudanças fundamentais propostas pela autora:

> 1. Redefinir seu papel, para se tornar mais estratégico, à medida que passa de gestor a líder. 
>
> 2. Ampliar a rede de contatos, aproveitando melhor as situações propícias a fazer um número maior de conexões – e com pessoas mais influentes. 
>
> 3. Investir no desenvolvimento do estilo pessoal (talvez mais divertido), buscando redefinir seu senso de identidade.

Muitos gestores acabam  presos no mesmo lugar na  carreira por não saberem  qual o passo seguinte a tomar.  Agora sabem: esse passo é  o outsight – as atividades fora da rotina.

Compartilhar:

Artigos relacionados

Há um fio entre Ada Lovelace e o CESAR

Fora do tempo e do espaço, talvez fosse improvável imaginar qualquer linha que me ligasse a Ada Lovelace. Mais improvável ainda seria incluir, nesse mesmo

Inovação
15 de julho de 2025
Olhar para um MBA como perda de tempo é um ponto cego que tem gerado bastante eco ultimamente. Precisamos entender que, num mundo complexo, cada estudo constrói nossas perspectivas para os desafios cotidianos.

Frederike Mette e Paulo Robilloti

6 min de leitura
Tecnologia e inovação, Empreendedorismo
6 min de leitura
Inovação
Cinco etapas, passo a passo, ajudam você a conseguir o capital para levar seu sonho adiante

Eline Casasola

4 min de leitura
Transformação Digital, Inteligência artificial e gestão
Foco no resultado na era da IA: agilidade como alavanca para a estratégia do negócio acelerada pelo uso da inteligência artificial.
12 min de leitura
Negociação
Em tempos de transformação acelerada, onde cenários mudam mais rápido do que as estratégias conseguem acompanhar, a negociação se tornou muito mais do que uma habilidade tática. Negociar, hoje, é um ato de consciência.

Angelina Bejgrowicz

6 min de leitura
Inclusão
Imagine estar ao lado de fora de uma casa com dezenas de portas, mas todas trancadas. Você tem as chaves certas — seu talento, sua formação, sua vontade de crescer — mas do outro lado, ninguém gira a maçaneta. É assim que muitas pessoas com deficiência se sentem ao tentar acessar o mercado de trabalho.

Carolina Ignarra

4 min de leitura
Saúde Mental
Desenvolver lideranças e ter ferramentas de suporte são dois dos melhores para caminhos para as empresas lidarem com o desafio que, agora, é também uma obrigação legal

Natalia Ubilla

4 min min de leitura
Carreira, Cultura organizacional, Gestão de pessoas
Cris Sabbag, COO da Talento Sênior, e Marcos Inocêncio, então vice-presidente da epharma, discutem o modelo de contratação “talent as a service”, que permite às empresas aproveitar as habilidades de gestores experientes

Coluna Talento Sênior

4 min de leitura
Uncategorized, Inteligência Artificial

Coluna GEP

5 min de leitura