Uncategorized

Palantir, mistério e confiança

Problemas enfrentados pela misteriosa empresa de Alex Karp podem abalar o modelo de negócio do Vale do Silício, ágil por se basear mais na palavra que em contratos

Compartilhar:

Estrela do V ale do Silício e uma das companhias mais bem avaliadas do mundo, a Palantir Technologies pouco fala com a imprensa. Não há clareza sobre qual é seu negócio principal, descrito ora como data mining, ora como desenvolvimento de software e plataformas digitais capazes de cruzar grandes volumes de dados para encontrar padrões relevantes – seja em relação ao comportamento dos consumidores, seja para ajudar na captura de um terrorista como Osama bin Laden, ex-líder da Al Qaeda. (Vale lembrar que entre seus clientes estão a CIA, o FBI, o Departamento de Defesa e a Receita Federal dos EUA.) Apesar da nuvem de mistério em que está envolta, a Palantir tem sido personagem frequente de reportagens. 

Uma das mais recentes foi publicada em maio pelo BuzzFeed e mostra como o jogo da confiança é decisivo para ela e até para o modelo de negócio dominante do Vale do Silício. Com base em documentos internos e entrevistas com especialistas diversos, a reportagem afirma que dois elementos centrais do crescimento da empresa estão sob ameaça. O primeiro é o sistema de “reservas” de potenciais clientes dispostos a pagar pelos serviços no futuro, algo que tem contribuído para gerar no mercado a confiança de que a Palantir atrairá investimentos mesmo sem abrir o capital – a empresa já descartou um IPO. (Embora a companhia afirme ter fechado 2015 com US$ 1,7 bilhão em “reservas”, apenas US$ 420 milhões se traduziram em receita efetiva.) Além disso, nos últimos meses, clientes importantes não teriam renovado seus contratos, entre eles  Coca-Cola e  American Express. 

O segundo diz respeito ao fato de os colaboradores da empresa reavaliarem se devem aceitar salários abaixo do mercado em troca de ações – conforme o BuzzFeed, muitos pediram demissão no início deste ano. Nos dois casos, a confiança no crescimento e nos lucros futuros parece ser uma questão-chave, fazendo com que a Palantir preocupe cada vez mais analistas, empresas de tecnologia e investidores. As firmas de capital de risco do célebre investidor Peter Thiel, por exemplo, estariam tentando vender ações da companhia, segundo especulações do TheW all Street Journal, por não enxergarem como fazer dinheiro com ela.  

**PLACAR INDEFINIDO**

O jogo ainda não acabou.  A tendência da Palantir é responder apertando o cinto e focando os resultados financeiros, na expectativa de assegurar a boa relação com os investidores, e isso pode dar certo. Ao mesmo tempo, os elementos que levaram ao sucesso da empresa continuam despertando o interesse do mercado, com destaque para o poderoso CEO Alex Karp, o senso de missão, o foco nas pessoas certas e o elevado incentivo à inovação. O último traço é tão forte que a companhia se tornou um celeiro de empreendedores: ao menos uma dezena de profissionais saiu de lá para lançar as próprias startups desde a fundação, em 2004. Quem viver verá

Compartilhar:

Artigos relacionados

Quando o corpo pede pausa e o negócio pede pressa

Entre liderança e gestação, uma lição essencial: não existe performance sustentável sem energia. Pausar não é fraqueza, é gestão – e admitir limites pode ser o gesto mais poderoso para cuidar de pessoas e negócios.

Cultura organizacional, Inovação & estratégia
12 de dezembro de 2025
Inclusão não é pauta social, é estratégia: entender a neurodiversidade como valor competitivo transforma culturas, impulsiona inovação e constrói empresas mais humanas e sustentáveis.

Marcelo Vitoriano - CEO da Specialisterne Brasil

4 minutos min de leitura
Inovação & estratégia, Marketing & growth
11 de dezembro de 2025
Do status à essência: o luxo silencioso redefine valor, trocando ostentação por experiências que unem sofisticação, calma e significado - uma nova inteligência para marcas em tempos pós-excesso.

Daniel Skowronsky - Cofundador e CEO da NIRIN Branding Company

3 minutos min de leitura
Estratégia
10 de dezembro de 2025
Da Coreia à Inglaterra, da China ao Brasil. Como políticas públicas de design moldam competitividade, inovação e identidade econômica.

Rodrigo Magnago - CEO da RMagnago

17 minutos min de leitura
Bem-estar & saúde
9 de dezembro de 2025
Entre liderança e gestação, uma lição essencial: não existe performance sustentável sem energia. Pausar não é fraqueza, é gestão - e admitir limites pode ser o gesto mais poderoso para cuidar de pessoas e negócios.

Tatiana Pimenta - Fundadora e CEO da Vittude,

3 minutos min de leitura
Bem-estar & saúde
8 de dezembro de 2025
Com custos de saúde corporativa em alta, a telemedicina surge como solução estratégica: reduz sinistralidade, amplia acesso e fortalece o bem-estar, transformando a gestão de benefícios em vantagem competitiva.

Loraine Burgard - Cofundadora da h.ai

3 minutos min de leitura
Bem-estar & saúde, Liderança
5 de dezembro de 2025
Em um mundo exausto, emoção deixa de ser fragilidade e se torna vantagem competitiva: até 2027, lideranças que integram sensibilidade, análise e coragem serão as que sustentam confiança, inovação e resultados.

Lisia Prado - Consultora e sócia da House of Feelings

5 minutos min de leitura
Finanças
4 de dezembro de 2025

Antonio de Pádua Parente Filho - Diretor Jurídico, Compliance, Risco e Operações no Braza Bank S.A.

3 minutos min de leitura
Inovação & estratégia, Marketing & growth
3 de dezembro de 2025
A creators economy deixou de ser tendência para se tornar estratégia: autenticidade, constância e inovação são os pilares que conectam marcas, líderes e comunidades em um mercado digital cada vez mais colaborativo.

Gabriel Andrade - Aluno da Anhembi Morumbi e integrante do LAB Jornalismo e Fernanda Iarossi - Professora da Universidade Anhembi Morumbi e Mestre em Comunicação Midiática pela Unesp

3 minutos min de leitura
Tecnologia & inteligencia artificial
2 de dezembro de 2025
Modelos generativos são eficazes apenas quando aplicados a demandas claramente estruturadas.

Diego Nogare - Executive Consultant in AI & ML

4 minutos min de leitura
Estratégia
1º de dezembro de 2025
Em ambientes complexos, planos lineares não bastam. O Estuarine Mapping propõe uma abordagem adaptativa para avaliar a viabilidade de mudanças, substituindo o “wishful thinking” por estratégias ancoradas em energia, tempo e contexto.

Manoel Pimentel - Chief Scientific Officer na The Cynefin Co. Brazil

10 minutos min de leitura

Baixe agora mesmo a nossa nova edição!

Dossiê #170

O que ficou e o que está mudando na gangorra da gestão

Esta edição especial, que foi inspirada no HSM+2025, ajuda você a entender o sobe-e-desce de conhecimentos e habilidades gerenciais no século 21 para alcançar a sabedoria da liderança

Baixe agora mesmo a nossa nova edição!

Dossiê #170

O que ficou e o que está mudando na gangorra da gestão

Esta edição especial, que foi inspirada no HSM+2025, ajuda você a entender o sobe-e-desce de conhecimentos e habilidades gerenciais no século 21 para alcançar a sabedoria da liderança