Liderança
3 min de leitura

Paradoxos da liderança

Ao promover autonomia e resultados, líderes se fortalecem, reduzindo estresse e superando o paternalismo para desenvolver equipes mais alinhadas, realizadas e eficazes.
Rubens Pimentel é CEO da Trajeto Desenvolvimento Empresarial e já treinou mais de 32 mil executivos e profissionais.

Compartilhar:

Atualmente, a liderança nas empresas enfrenta uma pressão significativa, e as razões para isso são evidentes nas interações com líderes durante nossas sessões de coaching, consultorias e treinamentos. As principais preocupações giram em torno das dificuldades em gerar resultados, promover um bom relacionamento entre os membros da equipe, aumentar a satisfação com a empresa e, consequentemente, garantir a felicidade no ambiente de trabalho.

É comum observar que profissionais formados em áreas técnicas, como engenharia, muitas vezes não recebem a preparação necessária para lidar com questões relacionadas ao bem-estar e à motivação das pessoas. Além disso, persiste em nossa cultura a ideia de que, para que alguém execute uma tarefa, necessita de um “pai” que o supervise, oriente e assuma a responsabilidade. Essa mentalidade paternalista cria um paradoxo que gera estresse e sobrecarga de responsabilidades nos líderes, tornando sua atuação insustentável.

A solução, paradoxalmente, é: para cuidar das pessoas de sua equipe, esqueça o paternalismo e cuidados excessivos nos relacionamentos. Embora possa parecer contraditório, líderes bem-sucedidos têm se concentrado em alcançar resultados, apoiar o desenvolvimento da equipe e na qualidade das decisões tomadas por cada membro. O desempenho desses líderes frequentemente supera o de aqueles que tentam atuar como “psicólogos corporativos”. As equipes sob sua liderança relatam maior alinhamento com os objetivos da empresa, uma conexão mais forte com o líder e, consequentemente, maior satisfação.

Este paradoxo revela que, ao não adotar uma abordagem paternalista, os líderes conseguem promover um ambiente mais positivo, o que resulta em uma redução do estresse e de justificativas e reclamações.

Recomendo a todos os líderes que adotem uma visão de suas áreas e profissionais como unidades autônomas de tomada de decisão. A partir dessa perspectiva, monitore a qualidade das decisões, oferecendo apoio com sua experiência para aprimorar a eficácia da equipe.

Você pode se questionar sobre a execução das atividades. Se esta não estiver dentro dos padrões desejados, a recomendação é clara: implemente treinamentos e ações de capacitação.

Para iniciar, mapeie suas áreas e colaboradores em termos de necessidades e capacidades de tomada de decisões, além de identificar as competências de cada um. Isso proporcionará um panorama poderoso da capacidade de realização do time. Assim como um maestro, você, como líder, deve “afinar” sua equipe para que todos toquem a mesma melodia com excelência.

Pense nisso com carinho.

Compartilhar:

Rubens Pimentel é CEO da Trajeto Desenvolvimento Empresarial e já treinou mais de 32 mil executivos e profissionais.

Artigos relacionados

Saúde Mental da Geração Z: mitigando a demissão silenciosa por meio  da gamificação

Após a pandemia, a Geração Z que ingressa no mercado de trabalho aderiu ao movimento do “quiet quitting”, realizando apenas o mínimo necessário em seus empregos por falta de satisfação. Pesquisa da Mckinsey mostra que 25% da Geração Z se sentiram mais ansiosos no trabalho, quase o dobro das gerações anteriores. Ambientes tóxicos, falta de reconhecimento e não se sentirem valorizados são alguns dos principais motivos.

O Crescimento Sustentável e Inclusivo depende das empresas

Otimizar processos para gerar empregos de melhor qualidade e remuneração, desenvolver produtos e serviços acessíveis para a população de baixa renda e investir em tecnologias disruptivas que possibilitem a criação de novos modelos de negócios inclusivos são peças-chave nessa remontagem da sociedade no mundo

Estratégias eficazes para captação de recursos de inovação

Em um mercado cada vez mais competitivo, a inovação se destaca como fator crucial para o crescimento empresarial. Porém, transformar ideias inovadoras em realidade requer compreender as principais fontes de fomento disponíveis no Brasil, como BNDES, FINEP e Embrapii, além de adotar uma abordagem estratégica na elaboração de projetos robustos.

Os 5 maiores mitos sobre IA no RH – e o que realmente importa

Em meio aos mitos sobre IA no RH, empresas que proíbem seu uso enfrentam um paradoxo: funcionários já utilizam ferramentas como ChatGPT por conta própria. Casos práticos mostram que, quando bem implementada, a tecnologia revoluciona desde o onboarding até a gestão de performance.

Gestão de Pessoas, Estratégia e Execução, Liderança, Times e Cultura, Saúde Mental

Carine Roos

5 min de leitura
Liderança, Times e Cultura
Comunicação com empatia, gestão emocional e de conflitos e liderança regenerativa estão entre as 10 principais habilidades para o profissional do futuro.

Flávia Lippi

4 min de leitura
Gestão de Pessoas, Liderança, Times e Cultura
É preciso eliminar a distância entre o que os colaboradores querem e o que vivenciam na empresa.

Ana Flavia Martins

4 min de leitura
Estratégia e Execução, Carreira
Solicitar crédito sempre parece uma jornada difícil e, por isso, muitos ficam longe e acabam perdendo oportunidades de financiar seus negócios. Porém, há outros tipos de programas que podemos alçar a fim de conseguir essa ajuda e incentivo capital para o nosso negócio.
3 min de leitura
Liderança, Times e Cultura
Conheça os 6 princípios da Liderança Ágil que você precisa manter a atenção para garantir que as estratégias continuem condizentes com o propósito de sua organização.
3 min de leitura
Uncategorized
Há alguns anos, o modelo de capitalismo praticado no Brasil era saudado como um novo e promissor caminho para o mundo. Com os recentes desdobramentos e a mudança de cenário para a economia mundial, amplia-se a percepção de que o modelo precisa de ajustes que maximizem seus aspectos positivos e minimizem seus riscos

Sérgio Lazzarini

Gestão de Pessoas
Os resultados só chegam a partir das interações e das produções realizadas por pessoas. A estreia da coluna de Karen Monterlei, CEO da Humanecer, chega com provocações intergeracionais e perspectivas tomadas como normais.

Karen Monterlei