Os tempos ficaram bem complexos, como mostra a imagem ao lado, da palestra de Yves Morieux. “Mas tentamos lidar com a complexidade nos tornando mais complicados”, disse ele. A afirmação sintetiza quase todas as palestras que marcaram a 15ª edição do maior evento de executivos da América Latina. Como descomplicar? Começa por fazer as perguntas certas, como a que fez Rivadávia Drummond, presidente da HSM Educação Executiva, em sua palestra sobre inovação: “Por que algumas organizações bem gerenciadas, diferenciadas e líderes desaparecem?”. Agora, é preciso fazer perguntas e querer ouvir as respostas. Confira algumas do evento.
**O QUE É UM BOM LÍDER?**
Abilio Diniz compartilhou sua experiência:
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**O GANHA-GANHA-GANHA É POSSÍVEL?**
Segundo Robin Chase, a economia compartilhada permite responder que sim, pois beneficia empresas (que criam e mantêm a plataforma tecnológica para conectar os envolvidos), trabalhadores (que compartilham seus recursos subutilizados, como carros, quartos em casa etc.) e consumidores (que pagam para usar esses recursos). “A nova economia redesenha o modelo corporativo atual, que vira ganha-ganha- -ganha”, disse a fundadora do ZipCar.
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**POR QUE AS COISAS ESTÃO TÃO RUINS NO BRASIL?**
Paul Krugman crê que “o mundo se voltou contra o Brasil”. “A queda do preço das commodities prejudicou muito o Brasil, assim como o Canadá e a Austrália, e o País passou de ‘queridinho do mercado’ a vira-lata em muito pouco tempo.” Segundo o economista, o maior vilão é o banco Goldman Sachs, que criou a ideia dos Brics e foi responsável pela euforia insustentável, mais do que o déficit no orçamento do governo. “A política monetária foi pressionada em grande parte porque a inflação aumentou, não pelo déficit no orçamento, e a inflação subiu com o choque da depreciação do real; não há demandas em excesso nem está fora de controle; é algo temporário.” Para ele, se o Brasil tivesse uma credibilidade pública maior, os brasileiros saberiam que a alta da inflação é temporária. “O pessimismo excessivo leva à confusão de conceitos”, observou. O economista comparou o quadro com o que vê na França. “Se lermos os jornais locais, pensaremos que a França é a próxima Grécia, e não é.” A China tem bem mais problemas do que o Brasil, disse Krugman. Para nos recuperarmos, ele sugere reformas que deem credibilidade e nada de cortes drásticos de gastos, que fazem aumentar o pânico.
**QUAL É O REAL PAPEL DA INOVAÇÃO?**
Quem respondeu foi Clayton Christensen:
“É gerar emprego e crescimento, ao criar novos mercados, feitos de consumidores que não tinham acesso a esse produto”.
**COMO ESTIMULAR A CRIATIVIDADE DOS COLABORADORES?**
Para Daniel Lamarre, CEO do Cirque du Soleil, o primeiro e fundamental ponto é criar um ambiente de trabalho que favoreça a criação. Isso significa desde decorar o escritório com obras de arte (e mesmo levar o pessoal para visitas a museus) até ter um espaço em que os funcionários possam testar ideias.
O CEO tem de criar seu próprio ambiente também; ele, por exemplo, contratou uma palhaça para acompanhá-lo no dia a dia, inclusive nas reuniões mais chatas de que ele participa. “Ela fica me tirando do sério”, contou. Ouvir de verdade os funcionários e lhes dar autonomia para tomar iniciativas é a segunda chave para essa porta.
Lamarre contou que vive abordando os colaboradores na lanchonete para escutar o que têm a dizer sobre como melhorar o negócio. Mais formal, o programa Eureca permite ao funcionário apresentar suas ideias e o ajuda a executá-las se forem aprovadas, dando feedback completo no caso de uma ideia não ser aprovada.
Investir em pesquisa e desenvolvimento e fazer muitas parcerias foi a terceira resposta de Lamarre. O Cirque du Soleil tem equipe de P&D e, em termos de parcerias, está conectado a 75 mil artistas de todo o mundo e mantém alianças com 12 universidades dos EUA e 11 do Canadá. “Funciona assim: peço aos alunos de engenharia uma cadeira voadora e eles vêm com ideias.”
**COMO SER UM BOM EMPREENDEDOR?**
Entre um pitch e outro, empreendedores e investidores compartilharam o que aprenderam na estação Innovation Garage. Rodrigo Borges, um dos fundadores do Buscapé e agora à frente do fundo de venture capital Koolen & Partners, mostrou o conhecimento adquirido nos dois papéis. “Conforme-se de que o mundo é livre, mas não justo”, afirmou ele, por exemplo, para dizer que o empreendedor tem de seguir a cartilha do investidor.
Isso significa, entre outras coisas, agir em velocidade e aderir à fórmula “consolidar, diversificar, expandir”. Outra lição sua disse respeito a ser forte para lidar com pressões, porque são comuns a todas as startups inovadoras e não apenas a um Uber. “Startups não seguem as regras; o Buscapé foi processado na Justiça”, lembrou. Quanto às oportunidades de empreender, Borges destacou a correção de ineficiências de mercado e, em contextos competitivos, estratégias de nicho.
A resposta de Daniel Goleman foi esta:
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**QUE CAPITALISMO QUEREMOS?**
Walter Robb disse:
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**HÁ ETARISMO NO BRASIL?**
O Brasil envelhece rápido, mas pesquisa de Fran Winandy, especialista em diversidade etária, mostrou que nossas empresas não estão atentas a isso. Dos 2,1 mil gestores ouvidos, 97% já demitiram pessoas por causa da idade avançada, 94% deixaram de investir em treinamento de alguém por ser veterano, 94% não indicaram profissionais para um projeto ou nova função pela idade, 86% decidiram não contratar por isso e 76% duvidaram que os veteranos os entendiam.