Estratégia e Execução

Perguntas-chave da HSM ExpoManagement 2015

Compartilhar:

Os tempos ficaram bem complexos, como mostra a imagem ao lado, da palestra de Yves Morieux. “Mas tentamos lidar com a complexidade nos tornando mais complicados”, disse ele. A afirmação sintetiza quase todas as palestras que marcaram a 15ª edição do maior evento de executivos da América Latina. Como descomplicar? Começa por fazer as perguntas certas, como a que fez Rivadávia Drummond, presidente da HSM Educação Executiva, em sua palestra sobre inovação: “Por que algumas organizações bem gerenciadas, diferenciadas e líderes desaparecem?”. Agora, é preciso fazer perguntas e querer ouvir as respostas. Confira algumas do evento. 

**O QUE É UM BOM LÍDER?**

Abilio Diniz compartilhou sua experiência:

![](https://revista-hsm-public.s3.amazonaws.com/uploads/40e9f805-707d-4399-ae06-007743417a54.jpeg)

**O GANHA-GANHA-GANHA É POSSÍVEL?**

Segundo Robin Chase, a economia compartilhada permite responder que sim, pois beneficia empresas (que criam e mantêm a plataforma tecnológica para conectar os envolvidos), trabalhadores (que compartilham seus recursos subutilizados, como carros, quartos em casa etc.) e consumidores (que pagam para usar esses recursos). “A nova economia redesenha o  modelo corporativo atual, que vira ganha-ganha- -ganha”, disse a fundadora do ZipCar.

![](https://revista-hsm-public.s3.amazonaws.com/uploads/63517bc8-e2c3-414c-a2ed-394e27fbe519.jpeg)

**POR QUE AS COISAS ESTÃO  TÃO RUINS NO BRASIL?**

Paul Krugman crê que “o mundo se voltou contra o Brasil”. “A queda do preço das commodities prejudicou muito o Brasil, assim como o Canadá e a Austrália, e o País passou de ‘queridinho do mercado’ a vira-lata em muito pouco tempo.” Segundo o economista, o maior vilão é o banco Goldman Sachs, que criou a ideia dos Brics e foi responsável pela euforia insustentável, mais do que o déficit no orçamento do governo. “A política monetária foi pressionada em grande parte porque a inflação aumentou, não pelo déficit no orçamento, e a inflação subiu com o choque da depreciação do real; não há demandas em excesso nem está fora de controle; é algo temporário.” Para ele, se o Brasil tivesse uma credibilidade pública maior, os brasileiros saberiam que a alta da inflação é temporária. “O pessimismo excessivo leva à confusão de conceitos”, observou. O economista comparou o quadro com o que vê na França. “Se lermos os jornais locais, pensaremos que a França é a próxima Grécia, e não é.” A China tem bem mais problemas do que o Brasil, disse Krugman. Para nos recuperarmos, ele sugere reformas que deem credibilidade e nada de cortes drásticos de gastos, que fazem aumentar o pânico.

**QUAL É O REAL PAPEL DA INOVAÇÃO?**

Quem respondeu foi Clayton Christensen:

“É gerar emprego e crescimento, ao criar novos mercados, feitos de consumidores que não tinham acesso a esse produto”.

**COMO ESTIMULAR A CRIATIVIDADE DOS COLABORADORES?**

Para Daniel Lamarre, CEO do Cirque du Soleil, o primeiro e fundamental ponto é criar um ambiente de trabalho que favoreça a criação. Isso significa desde decorar o escritório com obras de arte (e mesmo levar o pessoal para visitas a museus) até ter um espaço em que os funcionários possam testar ideias. 

O CEO tem de criar seu próprio ambiente também; ele, por exemplo, contratou uma palhaça para acompanhá-lo no dia a dia, inclusive nas reuniões mais chatas de que ele participa. “Ela fica me tirando do sério”, contou. Ouvir de verdade os funcionários e lhes dar autonomia para tomar iniciativas é a segunda chave para essa porta. 

Lamarre contou que vive abordando os colaboradores na lanchonete para escutar o que têm a dizer sobre como melhorar o negócio. Mais formal, o programa Eureca permite ao funcionário apresentar suas ideias e o ajuda a executá-las se forem aprovadas, dando feedback completo no caso de uma ideia não ser aprovada. 

Investir em pesquisa e desenvolvimento e fazer muitas parcerias foi a terceira resposta de Lamarre. O Cirque du Soleil tem equipe de P&D e, em termos de parcerias, está conectado a 75 mil artistas de todo o mundo e mantém alianças com 12 universidades dos EUA e 11 do Canadá. “Funciona assim: peço aos alunos de engenharia uma cadeira voadora e eles vêm com ideias.”

**COMO SER UM BOM EMPREENDEDOR?**

Entre um pitch e outro, empreendedores e investidores compartilharam o que aprenderam na estação Innovation Garage. Rodrigo Borges, um dos fundadores do Buscapé e agora à frente do fundo de venture capital Koolen & Partners, mostrou o conhecimento adquirido nos dois papéis. “Conforme-se de que o mundo é livre, mas não justo”, afirmou ele, por exemplo, para dizer que o empreendedor tem de seguir a cartilha do investidor. 

Isso significa, entre outras coisas, agir em velocidade e aderir à fórmula “consolidar, diversificar, expandir”. Outra lição sua disse respeito a ser forte para lidar com pressões, porque são comuns a todas as startups inovadoras e não apenas a um Uber. “Startups não seguem as regras; o Buscapé foi processado na Justiça”, lembrou. Quanto às oportunidades de empreender, Borges destacou a correção de ineficiências de mercado e, em contextos competitivos, estratégias de nicho.

A resposta de Daniel Goleman foi esta:

![](https://revista-hsm-public.s3.amazonaws.com/uploads/5431603d-8e78-42e2-9498-c9ef88a47b30.jpeg)

**QUE CAPITALISMO QUEREMOS?**

Walter Robb disse: 

![](https://revista-hsm-public.s3.amazonaws.com/uploads/6114b148-e243-46ae-9323-15988429f822.jpeg)

**HÁ ETARISMO NO BRASIL?**

O Brasil envelhece rápido, mas pesquisa de Fran Winandy, especialista em diversidade etária, mostrou que nossas empresas não estão atentas a isso. Dos 2,1 mil gestores ouvidos, 97% já demitiram pessoas por causa da idade avançada, 94% deixaram de investir em treinamento de alguém por ser veterano, 94% não indicaram profissionais para um projeto ou nova função pela idade, 86% decidiram não contratar por isso e 76% duvidaram que os veteranos os entendiam.

Compartilhar:

Artigos relacionados

Competitividade da Indústria Brasileira diante do Protecionismo Global

A recente vitória de Donald Trump nos EUA reaviva o debate sobre o protecionismo, colocando em risco o acesso do Brasil ao segundo maior destino de suas exportações. Porém, o país ainda não está preparado para enfrentar esse cenário. Sua grande vulnerabilidade está na dependência de um número restrito de mercados e produtos primários, com pouca diversificação e investimentos em inovação.

Mercado de RevOps desponta e se destaca com crescimento acima da média 

O Revenue Operations (RevOps) está em franca expansão global, com estimativa de que 75% das empresas o adotarão até 2025. No Brasil, empresas líderes, como a 8D Hubify, já ultrapassaram as expectativas, mais que dobrando o faturamento e triplicando o lucro ao integrar marketing, vendas e sucesso do cliente. A Inteligência Artificial é peça-chave nessa transformação, automatizando interações para maior personalização e eficiência.

Uso de PDI tem sido negligenciado nas companhias

Apesar de ser uma ferramenta essencial para o desenvolvimento de colaboradores, o Plano de Desenvolvimento Individual (PDI) vem sendo negligenciado por empresas no Brasil. Pesquisa da Mereo mostra que apenas 60% das companhias avaliadas possuem PDIs cadastrados, com queda no engajamento de 2022 para 2023.

Regulamentação da IA: Como empresas podem conciliar responsabilidades éticas e inovação? 

A inteligência artificial (IA) está revolucionando o mundo dos negócios, mas seu avanço rápido exige uma discussão sobre regulamentação. Enquanto a Europa avança com regras para garantir benefícios éticos, os EUA priorizam a liberdade econômica. No Brasil, startups e empresas se mobilizam para aproveitar as vantagens competitivas da IA, mas aguardam um marco legal claro.

Governança estratégica: a gestão de riscos psicossociais integrada à performance corporativa

A gestão de riscos psicossociais ganha espaço nos conselhos, impulsionada por perdas estimadas em US$ 3 trilhões ao ano. No Brasil, a atualização da NR1 exige que empresas avaliem e gerenciem sistematicamente esses riscos. Essa mudança reflete o reconhecimento de que funcionários saudáveis são mais produtivos, com estudos mostrando retornos de até R$ 4 para cada R$ 1 investido

Liderança, Times e Cultura
Comunicação com empatia, gestão emocional e de conflitos e liderança regenerativa estão entre as 10 principais habilidades para o profissional do futuro.

Flávia Lippi

4 min de leitura
Gestão de Pessoas, Liderança, Times e Cultura
É preciso eliminar a distância entre o que os colaboradores querem e o que vivenciam na empresa.

Ana Flavia Martins

4 min de leitura
Estratégia e Execução, Carreira
Solicitar crédito sempre parece uma jornada difícil e, por isso, muitos ficam longe e acabam perdendo oportunidades de financiar seus negócios. Porém, há outros tipos de programas que podemos alçar a fim de conseguir essa ajuda e incentivo capital para o nosso negócio.
3 min de leitura
Liderança, Times e Cultura
Conheça os 6 princípios da Liderança Ágil que você precisa manter a atenção para garantir que as estratégias continuem condizentes com o propósito de sua organização.
3 min de leitura
Uncategorized
Há alguns anos, o modelo de capitalismo praticado no Brasil era saudado como um novo e promissor caminho para o mundo. Com os recentes desdobramentos e a mudança de cenário para a economia mundial, amplia-se a percepção de que o modelo precisa de ajustes que maximizem seus aspectos positivos e minimizem seus riscos

Sérgio Lazzarini

Gestão de Pessoas
Os resultados só chegam a partir das interações e das produções realizadas por pessoas. A estreia da coluna de Karen Monterlei, CEO da Humanecer, chega com provocações intergeracionais e perspectivas tomadas como normais.

Karen Monterlei

Liderança, times e cultura, Cultura organizacional, Gestão de pessoas
Entenda como utilizar a metodologia DISC em quatro pontos e cuidados que você deve tomar no uso deste assessment tão popular nos dias de hoje.

Valéria Pimenta

Inovação
Os Jogos Olímpicos de 2024 acabaram, mas aprendizados do esporte podem ser aplicados à inovação organizacional. Sonhar, planejar, priorizar e ter resiliência para transformar metas em realidade, são pontos que o colunista da HSM Management, Rafael Ferrari, nos traz para alcançar resultados de alto impacto.

Rafael Ferrari

6 min de leitura