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Perspectivas da economia chinesa

Com o relaxamento das medidas restritivas contra a covid-19, o país pode voltar a crescer mais de 5% este ano. Mas a guerra em curso e o antagonismo do Ocidente são empecilhos

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Os impactos do Festival da Primavera {a celebração do ano novo chinês} foram grandes por aqui. Só no feriado prolongado, houve cerca de 308 milhões de viagens internas – o turismo doméstico faturou o equivalente a US$ 55,6 bilhões. As bilheterias do festival renderam US$ 996,1 milhões e as vendas do comércio subiram 12,2% em relação ao ano anterior.

As metas de crescimento do PIB por província publicadas no início do ano preveem que 2023 seja bom por inteiro: a maioria das províncias projeta um crescimento superior a 5% no PIB para o ano. Hainan espera atingir a maior taxa, 9,5%. O incentivo ao consumo foi a nota comum às múltiplas localidades. E, até agora, há sinais de que o projetado pode se confirmar.

Mas como será o desempenho da economia chinesa para o período? O relatório *World Economic Situation and Prospects 2023*, publicado pela ONU, projeta uma desaceleração do crescimento do PIB – de 3% em 2022 para 1,9% neste ano. Mas o documento aponta que a variação do PIB chinês será sustentada pela economia regional e deverá atingir 4,8% positivos. O consumo interno tende a subir à medida que o governo da China melhore suas políticas contra a pandemia e adote medidas econômicas favoráveis.

De maneira geral, como o país controlou efetivamente a covid e o Festival da Primavera mostrou uma retomada relevante, o nível de confiança no desempenho da economia subiu. Em dezembro de 2022, publiquei um artigo no *China Daily* com minha projeção para a economia da China em 2023. No cenário mais conservador, a guerra entre Rússia e Ucrânia continua e o antagonismo observado afasta a China do Ocidente. Nesse caso, o crescimento do PIB chinês seria provavelmente inferior a 5%. Por outro lado, em função do relaxamento das medidas antipandêmicas, o paradigma da economia de dupla circulação {ou circulação dual} funcionará bem, o consumo vai crescer, o setor imobiliário terá uma aterrissagem suave e o PIB chinês crescerá mais de 5%.

Durante o 20º Congresso Nacional do Partido Comunista Chinês, o presidente Xi Jinping anunciou que a “modernização da China” passaria a guiar o desenvolvimento do país de agora em diante. A China precisa desenvolver sua economia de maneira alinhada com o objetivo da prosperidade de todos e da busca da modernização socialista. Ele também enfatizou a economia digital e garantiu que o país continuará a se abrir para o resto do mundo.

A política econômica de dupla circulação começa a dar resultados:

– A circulação interna de oferta e demanda ganha impulso à medida que cresce o consumo.
– A circulação externa mostra tendência de alta. O comércio total de bens atingiu em 2022 o equivalente a US$ 6,2 trilhões, 7,7% a mais que em 2021 e a maior taxa do mundo pelo sexto ano consecutivo.

No ano do coelho, salvo algum evento cisne negro, a China deve contribuir bastante com o PIB mundial.

Artigo publicado na HSM Management nº 156.

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