Gestão de Pessoas

Por onde percorre o entendimento de people analytics?

Não cabe mais só fazermos decisões com base na intuição, por isso, é necessário reconhecer que tipo de compreensão sobre people analytics estamos criando!
Networker, LinkedIn Creator, Professor e Consultor há 25 anos nas áreas de People Analytics, Data Driven, Inteligência de Mercado, Cultura e Transformação Organizacional, Gestão por Indicadores, Pesquisa Operacional, Análise Multivariada, Métodos Quantitativos, Modelagem e Estatística Aplicada. Docente da HSM, SingularityU, FIA, BSP, FIAP, Ibmec, Insper e FAAP em programas de MBA. Mestre em Engenharia pela Escola Politécnica da USP. Especialista em People Analytics, Data Driven Decision e Controle Estatístico de Processos. Yellow Belt. Graduação em Engenharia.

Compartilhar:

Quem me conhece sabe que sou apaixonado pelo people analytics e defendo seu uso irrestrito nas empresas, tanto que passamos a inclui-lo na grade das disciplinas de alguns MBAs onde leciono. Afinal, vale a pena entender uma metodologia – como o PA – que oferece uma variedade de benefícios para as organizações, desde a tomada de decisões mais assertivas até uma melhora significativa nos processos de recrutamento, retenção e engajamento dos funcionários.

Vários alunos e alguns clientes me questionaram também, o que deveria ser abordado num treinamento de people analytics. Então, acredito que deva responder essa questão esclarecendo que um curso de People Analytics deve abranger uma variedade de tópicos essenciais para preparar os alunos para aplicar efetivamente a análise de dados no contexto de Recursos Humanos.

Aqui estão alguns conteúdos principais que deveriam ser detalhados:

̧ ̃
Conceitos básicos de People Analytics e sua importância para as organizações. Aplicações e benefícios da análise de dados de pessoas para Recursos Humanos.
Por exemplo, uma empresa de varejo está enfrentando dificuldades para reter seus funcionários e melhorar o desempenho da equipe de vendas. Eles decidem implementar uma abordagem de People Analytics para entender melhor os padrões de comportamento dos funcionários. Ao analisar os dados de desempenho, descobrem que os funcionários que recebem feedback regular têm uma tendência maior de permanecer na empresa e alcançar melhores resultados de vendas. Com base nessa descoberta, eles implementam um programa de feedback estruturado e monitoram os resultados ao longo do tempo.

̧ ̃
Fontes de dados de Recursos Humanos e métodos de coleta. Limpeza, organização e preparação de dados para análise.
Aqui poderia citar, por exemplo, uma empresa que deseja usar análise de dados para otimizar seu processo de recrutamento. Eles começam coletando dados de várias fontes, incluindo currículos, formulários de inscrição e entrevistas. Depois, eles limpam e organizam esses dados, removendo duplicatas, corrigindo erros e padronizando formatos. Isso garante que os dados estejam prontos para análise e ajudem a empresa a identificar os candidatos mais qualificados de forma eficaz.

́
Análise de tendências e padrões nos dados de RH. Métricas comuns de Recursos Humanos, como turnover, engajamento e performance.
Aqui caberia uma empresa que está interessada em entender as principais métricas de Recursos Humanos que impactam seu desempenho organizacional. Eles analisam os dados de RH, incluindo taxa de turnover, engajamento dos funcionários e avaliações de desempenho. Descobrem que existe uma forte correlação entre engajamento dos funcionários e satisfação do cliente. Com essa informação, a empresa implementa estratégias para melhorar o engajamento dos funcionários, o que resulta em um aumento na satisfação do cliente e nos lucros.

́ ̂
Modelagem preditiva aplicada a questões de RH, como previsão de turnover e identificação de talentos. Avaliação de tendências futuras com base em dados históricos.
Uma das minhas aplicações favoritas corresponde a uma empresa que está enfrentando altas taxas de rotatividade de funcionários e deseja prever quais funcionários têm maior probabilidade de deixar a empresa no próximo ano. Eles usam modelagem preditiva para analisar dados históricos de RH, como histórico de emprego, desempenho e feedback dos funcionários. Com base nesses dados, eles desenvolvem um modelo que pode prever com precisão quais funcionários estão em maior risco de deixar a empresa. Isso permite que a empresa tome medidas proativas para reter esses funcionários-chave.

́ ̧ão
Avaliação de engajamento dos funcionários e sua relação com a performance e retenção. Identificação de fatores que influenciam a retenção de talentos.
Aqui cabe uma aplicação frequente que é quando a empresa está interessada em entender o nível de engajamento de seus funcionários e sua relação com a retenção. Eles decidem realizar – por exemplo – uma pesquisa de engajamento anual, que inclui perguntas sobre satisfação no trabalho, relacionamento com colegas e líderes, oportunidades de desenvolvimento, entre outros. Após a coleta e análise dos dados, eles identificam que equipes com níveis mais altos de engajamento tendem a ter uma taxa de retenção mais alta.

̧ ̃
Utilização de dados para otimizar processos de recrutamento e seleção. Identificação de candidatos de alta performance com base em dados.
Posso citar, como exemplo, uma empresa que está buscando melhorar seu processo de recrutamento e seleção para identificar candidatos de alta performance. Eles começam analisando dados de desempenho de funcionários atuais, incluindo métricas como avaliações de desempenho, taxa de retenção e promoções internas. Com base nessa análise, eles identificam os principais atributos e habilidades associados à alta performance na empresa.

̃
Uso de dados para identificar necessidades de desenvolvimento de habilidades. Estratégias de planejamento de sucessão com base em análise de talentos.
Aqui, cabe como exemplo, uma empresa que está planejando sua estratégia de sucessão para garantir uma transição tranquila de liderança e desenvolver talentos internos para cargos de liderança. Eles começam identificando as competências essenciais para cargos de liderança por meio de análise de dados e feedback de líderes atuais. Em seguida, realizam uma avaliação de habilidades e competências de seus funcionários para identificar candidatos com potencial de liderança.

̃
Avaliação da cultura organizacional com base em dados. Análise de diversidade e inclusão nos locais de trabalho.
Neste último conteúdo, uma empresa pode estar interessada em avaliar sua cultura organizacional e promover a diversidade e inclusão nos locais de trabalho. Eles começam coletando dados sobre a composição demográfica de sua força de trabalho, incluindo informações sobre gênero, etnia, idade e background educacional. Em seguida, realizam uma pesquisa de clima organizacional para entender as percepções dos funcionários sobre inclusão, igualdade de oportunidades e respeito mútuo. Com base nos resultados da pesquisa e análise dos dados demográficos, eles desenvolvem iniciativas para promover uma cultura mais inclusiva, como programas de treinamento em diversidade, grupos de afinidade e políticas de recrutamento inclusivas.

Ao implementar efetivamente o PEOPLE ANALYTICS, as empresas podem ganhar uma vantagem competitiva significativa e alcançar melhores resultados no que tange à gestão de pessoas.

Compartilhar:

Artigos relacionados

Organização

A difícil arte de premiar sem capitular

Desde Alfred Nobel, o ato de reconhecer os feitos dos seres humanos não é uma tarefa trivial, mas quando bem-feita costuma resultar em ganho reputacional para que premia e para quem é premiado

ESG
Adotar o 'Best Before' no Brasil pode reduzir o desperdício de alimentos, mas demanda conscientização e mudanças na cadeia logística para funcionar

Lucas Infante

4 min de leitura
Tecnologias exponenciais
No SXSW 2025, a robótica ganhou destaque como tecnologia transformadora, com aplicações que vão da saúde e criatividade à exploração espacial, mas ainda enfrenta desafios de escalabilidade e adaptação ao mundo real.

Renate Fuchs

6 min de leitura
Inovação
No SXSW 2025, Flavio Pripas, General Partner da Staged Ventures, reflete sobre IA como ferramenta para conexões humanas, inovação responsável e um futuro de abundância tecnológica.

Flávio Pripas

5 min de leitura
ESG
Home office + algoritmos = epidemia de solidão? Pesquisa Hibou revela que 57% dos brasileiros produzem mais em times multidisciplinares - no SXSW, Harvard e Deloitte apontam o caminho: reconexão intencional (5-3-1) e curiosidade vulnerável como antídotos para a atrofia social pós-Covid

Ligia Mello

6 min de leitura
Empreendedorismo
Em um mundo de incertezas, os conselhos de administração precisam ser estratégicos, transparentes e ágeis, atuando em parceria com CEOs para enfrentar desafios como ESG, governança de dados e dilemas éticos da IA

Sérgio Simões

6 min de leitura
Tecnologias exponenciais
Os cuidados necessários para o uso de IA vão muito além de dados e cada vez mais iremos precisar entender o real uso destas ferramentas para nos ajudar, e não dificultar nossa vida.

Eduardo Freire

7 min de leitura
Liderança
A Inteligência Artificial está transformando o mercado de trabalho, mas em vez de substituir humanos, deve ser vista como uma aliada que amplia competências e libera tempo para atividades criativas e estratégicas, valorizando a inteligência única do ser humano.

Jussara Dutra

4 min de leitura
Gestão de Pessoas
A história familiar molda silenciosamente as decisões dos líderes, influenciando desde a comunicação até a gestão de conflitos. Reconhecer esses padrões é essencial para criar lideranças mais conscientes e organizações mais saudáveis.

Vanda Lohn

5 min de leitura
Empreendedorismo
Afinal, o SXSW é um evento de quem vai, mas também de quem se permite aprender com ele de qualquer lugar do mundo – e, mais importante, transformar esses insights em ações que realmente façam sentido aqui no Brasil.

Dilma Campos

6 min de leitura
Uncategorized
O futuro das experiências de marca está na fusão entre nostalgia e inovação: 78% dos brasileiros têm memórias afetivas com campanhas (Bombril, Parmalat, Coca-Cola), mas resistem à IA (62% desconfiam) - o desafio é equilibrar personalização tecnológica com emoções coletivas que criam laços duradouros

Dilma Campos

7 min de leitura