Diversidade

Por que as startups devem investir em diversidade e inclusão?

O investimento em D&I possibilita inovar, alcançar novos mercados, atrair talentos diversos, além de promover e contribuir para uma cultura cada vez mais tolerante e múltipla em toda a sociedade
Rafael Kenji Hamada é CEO da FHE Ventures e da Health Angels Venture Builder, fundador da edtech Academy Abroad e conselheiro de 21 empresas aos 29 anos.

Compartilhar:

A diversidade e inclusão são temas importantes no mundo das startups e investimentos, mas se discute pouco o real impacto dessa pauta e as diversas formas de trabalhar com acessibilidade, diversidade e inclusão. Investir em startups lideradas por mulheres, pessoas com deficiência, negros e fundadores LGBTI+ não apenas é uma escolha socialmente responsável, mas também pode ser financeiramente recompensador, assim como aumentar a representatividade dentro das empresas, independente do setor e público-alvo.

Mais do que levantar uma bandeira, existem diversos motivos para aumentar a participação de todas as parcelas da sociedade nas startups, e até mesmo direcionar o dinheiro para soluções inclusivas.

## Confira algumas das principais razões:

– __Diversidade de perspectivas:__ empreendedores e colaboradores de diferentes origens trazem perspectivas únicas e insights inovadores para o mercado. Isso pode resultar em produtos e serviços que atendam a uma variedade maior de necessidades e interesses, alcançando um público mais amplo.
– __Atração de talentos diversos:__ equipes diversificadas podem trabalhar de forma mais eficaz e produzir melhores resultados, o que é fundamental para o sucesso a longo prazo.
– __Engajamento com a comunidade:__ startups lideradas por mulheres, negros e fundadores LGBTI+ podem se conectar mais profundamente com seus respectivos grupos. Isso pode gerar lealdade e apoio dessas comunidades, o que é valioso em termos de marketing e construção de marca. Mas é preciso ter cuidado. Não basta falar, ou apresentar a pauta como importante, é preciso ir além do marketing e realmente cumprir com o discurso, dando voz às lideranças.
– __Capacidade de inovação:__ a diversidade nas equipes fundadoras está associada a uma maior criatividade e inovação. Ao trazer pessoas com diferentes experiências e perspectivas para a mesa, as startups têm uma base mais sólida para desenvolver soluções únicas e disruptivas.
– __Investidores conscientes:__ a tendência atual mostra que mais investidores estão valorizando a diversidade e procurando apoiar startups que também a valorizam.
– __Resiliência e determinação:__ empreendedores de grupos sub-representados enfrentam desafios e obstáculos únicos. A capacidade de superar essas adversidades pode ser indicativo de desenvolvimento de características como resiliência e determinação, para uma liderança forte e eficiente.
– __Maior potencial de mercado:__ ao atender grupos pouco trabalhados por outras empresas, as startups podem ter acesso a mercados muitas vezes negligenciados pelos negócios tradicionais. Isso pode criar oportunidades de crescimento significativas, expandindo o alcance do negócio e aumentando o potencial de receita. O famoso termo “oceano azul” se refere àqueles negócios que fazem o que ninguém faz. Atuar com acessibilidade e inclusão ainda é novidade no Brasil, e até mesmo no resto do mundo, e levar esse conceito para dentro das empresas gera diferentes perspectivas e visões de mercado.
– __Redução de vieses de mercado:__ muitos mercados são afetados por fatores inconscientes que tendem a favorecer certos grupos em detrimento de outros. Startups lideradas por mulheres, pessoas com deficiência, negros e fundadores LGBTI+ têm o potencial de identificar e abordar esses vieses, criando oportunidades onde outros podem ter falhado.

Portanto, ao investir em startups lideradas por grupos sub-representados, os investidores têm a oportunidade de apoiar a inovação, alcançar novos mercados, atrair talentos diversos, além de fazerem parte de um movimento que busca promover a igualdade, inclusão e diversidade no mundo empresarial.

Extrapolando a discussão para além das empresas, a ONU reforçou em suas políticas de desenvolvimento sustentável o lema “leave no one behind”, para o cumprimento da agenda 2030, que direciona os países para o desenvolvimento sustentável. O crescimento econômico de empresas, sociedades e setores só acontecerá quando ninguém for deixado para trás.

A atuação conjunta de empresas, investidores, governos e sociedade é primordial para o crescimento sustentável de todas as instâncias. A acessibilidade, a diversidade e a inclusão são fatores que podem levar a retornos financeiros atraentes, além de contribuírem para uma cultura cada vez mais tolerante e múltipla em toda a sociedade.

Compartilhar:

Artigos relacionados

Calendário

Não, o ano ainda não acabou!

Em meio à letargia de fim de ano, um chamado à consciência: os últimos dias de 2024 são uma oportunidade valiosa de ressignificar trajetórias e construir propósito.

Uncategorized
Há alguns anos, o modelo de capitalismo praticado no Brasil era saudado como um novo e promissor caminho para o mundo. Com os recentes desdobramentos e a mudança de cenário para a economia mundial, amplia-se a percepção de que o modelo precisa de ajustes que maximizem seus aspectos positivos e minimizem seus riscos

Sérgio Lazzarini

Gestão de Pessoas
Os resultados só chegam a partir das interações e das produções realizadas por pessoas. A estreia da coluna de Karen Monterlei, CEO da Humanecer, chega com provocações intergeracionais e perspectivas tomadas como normais.

Karen Monterlei

Liderança, times e cultura, Cultura organizacional, Gestão de pessoas
Entenda como utilizar a metodologia DISC em quatro pontos e cuidados que você deve tomar no uso deste assessment tão popular nos dias de hoje.

Valéria Pimenta

Inovação
Os Jogos Olímpicos de 2024 acabaram, mas aprendizados do esporte podem ser aplicados à inovação organizacional. Sonhar, planejar, priorizar e ter resiliência para transformar metas em realidade, são pontos que o colunista da HSM Management, Rafael Ferrari, nos traz para alcançar resultados de alto impacto.

Rafael Ferrari

6 min de leitura
Liderança, times e cultura, ESG
Conheça as 4 skills para reforçar sua liderança, a partir das reflexões de Fabiana Ramos, CEO da Pine PR.

Fabiana Ramos

ESG, Empreendedorismo, Transformação Digital
Com a onda de mudanças de datas e festivais sendo cancelados, é hora de repensar se os festivais como conhecemos perdurarão mais tempo ou terão que se reinventar.

Daniela Klaiman

ESG, Inteligência artificial e gestão, Diversidade, Diversidade
Racismo algorítimico deve ser sempre lembrado na medida em que estamos depositando nossa confiança na inteligência artificial. Você já pensou sobre esta necessidade neste futuro próximo?

Dilma Campos

Inovação
A transformação da cultura empresarial para abraçar a inovação pode ser um desafio gigante. Por isso, usar uma estratégia diferente, como conectar a empresa a um hub de inovação, pode ser a chave para desbloquear o potencial criativo e inovador de uma organização.

Juliana Burza

ESG, Diversidade, Diversidade, Liderança, times e cultura, Liderança
Conheça os seis passos necessários para a inserção saudável de indivíduos neuroatípicos em suas empresas, a fim de torná-las também mais sustentáveis.

Marcelo Franco

Lifelong learning
Quais tendências estão sendo vistas e bem recebidas nos novos formatos de aprendizagem nas organizações?

Vanessa Pacheco Amaral