Estratégia e Execução

Por que elas falham na gestão de crises?

Recall da marca Maggi na Índia mostra que empresas nem sempre aplicam as regras-chave, em especial nos mercados emergentes

Compartilhar:

As empresas continuam a tropeçar na gestão de suas crises, mesmo multinacionais imensas, estruturadas e bem-intencionadas. por quê? os gestores não dominam as cinco medidas básicas?

 1.  Admitir rapidamente que existe um problema e que ele precisa ser examinado com cuidado. 

2.  Dedicar tempo para conhecer os fatos. 

3.  Não negar o envolvimento/responsabilidade da empresa. 

4.  Não subestimar a magnitude do problema. 

5.  comprometer-se a realizar uma avaliação rápida, mas completa. 

Sim, mas recentemente gestores da Nestlé esqueceram-se delas na Índia. sua marca Maggi – de temperos e de alimentos de preparo rápido – viu-se em maus lençóis depois que a agência equivalente a nossa Anvisa no estado de Uttar pradesh denunciou a existência de níveis excessivos de chumbo e glutamato monossódico em uma amostra de macarrão instantâneo. 

A denúncia ocorreu em 30 de abril último, mas a resposta da multinacional só veio em 5 de junho, quando, em um recall, seu macarrão foi retirado do mercado, com prejuízo avaliado em Us$ 45 milhões em gastos com logística e destruição. A empresa levou mais de um mês, por exemplo, só para acionar a mídia local e contratar uma agência de gestão de crises, mesmo respondendo por 60% das vendas de macarrão instantâneo. A demora vai contra a medida número 1 da lista. 

No entanto, para John kimberly, professor de gestão e empreendedorismo da Wharton, escola de negócios da University of pennsylvania, a Nestlé indiana também cometeu o erro número 4, ao subestimar a magnitude do problema. 

É compreensível que as empresas tentem minimizar sua culpa em casos como esse, explica kimberly, só que o erro voltará a assombrá-las, ainda mais em tempos de mídias sociais. s. Raghunath, professor de estratégia do indian institute of Management Bangalore, identifica um terceiro erro, que foge à lista das cinco medidas de gestão de crises citada: a múlti suíça não seguiu os padrões de segurança suíços, atendo-se à regulação indiana, que é falha, como ocorre em muitos mercados emergentes. o fato de diferenciar padrões pode explicar, segundo ele, por que algumas multinacionais acabam sendo encaradas como vilãs nos países em desenvolvimento.

Compartilhar:

Artigos relacionados

Vivemos a reinvenção do CEO?

Está na hora de entender como o papel de CEO deixou de ser sinônimo de comando isolado para se tornar o epicentro de uma liderança adaptativa, colaborativa e guiada por propósito. A era do “chefão” dá lugar ao maestro estratégico que rege talentos diversos em um cenário de mudanças constantes.

Preparando-se para a liderança na Era da personalização

Liderar hoje exige muito mais do que seguir um currículo pré-formatado. O que faz sentido para um executivo pode não ressoar em nada para outro. A forma como aprendemos precisa acompanhar a velocidade das mudanças, os contextos individuais e a maturidade de cada trajetória profissional. Chegou a hora de parar de esperar por soluções genéricas – e começar a desenhar, com propósito, o que realmente nos prepara para liderar.

Intergeracionalidade, Escuta e Humildade

Entre idades, estilos e velocidades, o que parece distância pode virar aprendizado. Quando escuta substitui julgamento e curiosidade toma o lugar da resistência, as gerações não competem – colaboram. É nessa troca sincera que nasce o que importa: respeito, inovação e crescimento mútuo.

Estratégia
Em um mercado onde a reputação é construída (ou desconstruída) em tempo real, não controlar sua própria narrativa é um risco que nenhum executivo pode se dar ao luxo de correr.

Bruna Lopes

7 min de leitura
Liderança
O problema está na literatura comercial rasa, nos wannabe influenciadores de LinkedIn, nos só cursos de final de semana e até nos MBAs. Mas, sobretudo, o problema está em como buscamos aprender sobre a liderança e colocá-la em prática.

Marcelo Santos

8 min de leitura
ESG
Inclua uma nova métrica no seu dashboard: bem-estar. Porque nenhum KPI de entrega importa se o motorista (você) está com o tanque vazio

Lilian Cruz

4 min de leitura
ESG
Flexibilidade não é benefício. É a base de uma cultura que transformou nossa startup em um caso real de inclusão sem imposições, onde mulheres prosperam naturalmente.

Gisele Schafhauser

5 min de leitura
Tecnologias exponenciais
O futuro da liderança em tempos de IA vai além da tecnologia. Exige preservar o que nos torna humanos em um mundo cada vez mais automatizado.

Manoel Pimentel

7 min de leitura
Tecnologias exponenciais
Setores que investiram em treinamento interno sobre IA tiveram 57% mais ganhos de produtividade. O segredo está na transição inteligente.

Vitor Maciel

6 min de leitura
Empreendedorismo
Autoconhecimento, mentoria e feedback constante: a nova tríade para formar líderes preparados para os desafios do trabalho moderno

Marcus Vaccari

6 min de leitura
Tecnologias exponenciais
Se seu atendimento não é 24/7, personalizado e instantâneo, você já está perdendo cliente para quem investiu em automação. O tempo de resposta agora é o novo preço da fidelização

Edson Alves

4 min de leitura
Inovação
Enquanto você lê mais um relatório de tendências, seus concorrentes estão errando rápido, abolindo burocracias e contratando por habilidades. Não é só questão de currículos. Essa é a nova guerra pela inovação.

Alexandre Waclawovsky

8 min de leitura
Tecnologias exponenciais
A aplicação da inteligência artificial e um novo posicionamento da liderança tornam-se primordiais para uma gestão lean de portfólio

Renata Moreno

4 min de leitura