Carreira

Por que o teste vocacional caiu em desuso?

Longe de testes limitadores, o autoconhecimento é uma das ferramentas mais importantes para a construção de uma carreira, seja como ponto de partida ou para realizar mudanças ao longo da trajetória profissional
Sabina Augras e Laura Fuks são sócias fundadoras da Cmov, edtech na área de carreira e empregabilidade.

Compartilhar:

O mercado de trabalho é um ambiente extremamente competitivo, que busca profissionais preparados para os desafios do dia a dia. Encontrar maneiras de se destacar é essencial para alcançar seus objetivos. Por isso, um aspecto muito importante nessa jornada é o autoconhecimento.

O autoconhecimento é o principal caminho para descobrir o que você gosta de fazer e onde se sentirá feliz. Perceber suas emoções, saber como lidar com elas, conhecer seus pontos fortes, ter consciência onde precisa se desenvolver, compreender suas necessidades e saber respeitá-las, são algumas das características cada vez mais as organizações buscam nos jovens.

Se conhecer é o primeiro passo para a construção de uma carreira de sucesso, pois somente assim o jovem irá reconhecer quais pontos precisam ser trabalhados, para em seguida traçar metas para alcançar seus objetivos.

Sabemos que não é nada fácil traçar uma linha reta entre o autoconhecimento e a escolha do [objetivo de carreira](https://www.revistahsm.com.br/post/descubra-seus-pontos-cegos-na-carreira-profissional), por isso que muitos jovens buscam soluções no mercado que possam dar esse caminho.

Apesar de existirem no mercado alguns recursos disponíveis que podem auxiliar os jovens nesse processo, é importante perceber que existem ferramentas muito utilizadas no passado que talvez não façam mais sentido atualmente. Um exemplo de ferramenta ainda utilizada pelos jovens que está a cada dia caindo em desuso, é o famoso teste vocacional.

## Ferramenta limitada

O Teste Vocacional é um instrumento que foi desenvolvido para auxiliar os indivíduos a reconhecerem seus atributos, a fim de encontrar uma profissão compatível com eles. Tem como principal objetivo auxiliar o jovem a escolher sua profissão, ou seja, o curso ou especialidade que vai estudar na faculdade.

O grande ponto dessa questão é que esse tipo de escolha limita as possibilidades dos jovens, pois os coloca dentro de “caixinhas” preestabelecidas de áreas de estudo e de atuação profissional, como se isso fosse possível ou fizesse sentido. É importante entender que a [profissão é somente uma parte da escolha da carreira](https://www.revistahsm.com.br/post/tomando-decisoes-dificeis) e que existem carreiras de sucesso que ocorrem sem uma educação formal por trás dela. Logicamente que conhecimento e formação também são muito importantes para a construção de uma trajetória de carreira de sucesso, porém, ela é somente uma parte.

Apesar da profissão escolhida, diversos caminhos de carreira são possíveis. Quantos casos existem de pessoas que fizeram determinadas formações e foram para caminhos de carreira completamente diferentes dos preconizados pela faculdade e curso que fizeram?

Dentro desse contexto, o teste vocacional perde realmente sentido. O importante para diminuir a angústia dos jovens é apoiá-los de forma contundente na descoberta do seu objetivo de carreira é fazer com que eles percebam que, independentemente do curso escolhido ou que irão escolher, inúmeros caminhos de carreira são possíveis.

## Perfil de carreira

A cada dia, novos caminhos de carreira estão surgindo, ao mesmo tempo em que inúmeras profissões estão ficando ultrapassadas. Infelizmente a maioria das Instituições de ensino não consegue acompanhar a velocidade das mudanças que o mercado de trabalho exige.

Segundo o relatório divulgado pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), durante o Fórum Econômico Mundial, em Davos, 39% dos empregos dos sonhos escolhidos por jovens de até 15 anos podem não existir no período de 10 a 15 anos.

Isso significa que focar somente na profissão sem ter uma perspectiva mais abrangente pode trazer tristes consequências. Neste cenário de crescentes transformações é fundamental que o jovem troque a perspectiva de profissão pela de carreira e consiga se apoiar em métodos e ferramentas que lhe permitam entender como deve pesquisar, vivenciar e validar as suas possibilidades de carreira.

É muito importante saber definir o seu próximo passo de carreira, qual fará mais sentido de ser percorrido e se direcionar para ele. Deixar a vida levar sem analisar os cenários, as tendências, sem definir e validar seu objetivo de carreira, pode dificultar ou impedir que consiga alcançar sucesso no mercado de trabalho.

## IDENTIFICANDO O PERFIL

Além disso, é muito importante que as pessoas, especialmente os mais jovens tenham como primeiro passo pensar na dimensão do seu perfil de carreira, ou seja, qual o seu principal perfil dentro dos cinco existentes no mercado: organizacional, empreendedor, profissional liberal, servidor público ou acadêmico.

Essa análise fará toda a diferença, e facilitará a construção da trajetória de carreira. Permitirá que o jovem se direcione para o próximo passo a ser dado, percebendo que está muito mais preparado para alcançar seu espaço no mercado de trabalho. E para ter sucesso nessa construção, buscar o autoconhecimento se torna fundamental.

*Gostou do artigo da Sabina Augras e Laura Fuks? Saiba mais sobre gestão de carreira assinando gratuitamente [nossas newsletters](https://www.revistahsm.com.br/newsletter) e escutando [nossos podcasts](https://www.revistahsm.com.br/podcasts) em sua plataforma de streaming favorita.*

Compartilhar:

Sabina Augras e Laura Fuks são sócias fundadoras da Cmov, edtech na área de carreira e empregabilidade.

Artigos relacionados

A aposta calculada que levou o Boticário a ser premiado no iF Awards

Enquanto concorrentes correm para lançar coleções sazonais inspiradas em tendências efêmeras, o Boticário demonstra que compreende um princípio fundamental: o verdadeiro valor do design não está na estética superficial, mas em sua capacidade de gerar impacto social e econômico simultaneamente. A linha Make B., vencedora do iF Design Award 2025, não é um produto de beleza – é um manifesto estratégico.

Quando o colaborador é o problema

Ambientes tóxicos nem sempre vêm da cultura – às vezes, vêm de uma única pessoa. Entenda como identificar e conter comportamentos silenciosos que desestabilizam equipes e ameaçam a saúde organizacional.

Cultura organizacional, Gestão de pessoas & arquitetura de trabalho
17 de setembro de 2025
Ignorar o talento sênior não é só um erro cultural - é uma falha estratégica que pode custar caro em inovação, reputação e resultados.

João Roncati - Diretor da People + Strategy

3 minutos min de leitura
Inovação
16 de setembro de 2025
Enquanto concorrentes correm para lançar coleções sazonais inspiradas em tendências efêmeras, o Boticário demonstra que compreende um princípio fundamental: o verdadeiro valor do design não está na estética superficial, mas em sua capacidade de gerar impacto social e econômico simultaneamente. A linha Make B., vencedora do iF Design Award 2025, não é um produto de beleza – é um manifesto estratégico.

Magnago

4 minutos min de leitura
Cultura organizacional, Bem-estar & saúde, Gestão de pessoas & arquitetura de trabalho
15 de setembro de 2025
O luto não pede licença - e também acontece dentro das empresas. Falar sobre dor é parte de construir uma cultura organizacional verdadeiramente humana e segura.

Virginia Planet - Sócia e consultora da House of Feelings

2 minutos min de leitura
Marketing & growth, Inovação & estratégia, Tecnologia & inteligencia artificial
12 de setembro de 2025
O futuro do varejo já está digitando na sua tela. O WhatsApp virou canal de vendas, atendimento e fidelização - e está redefinindo a experiência do consumidor brasileiro.

Leonardo Bruno Melo - Global head of sales da Connectly

4 minutos min de leitura
Liderança, Cultura organizacional, Inovação & estratégia, Tecnologia & inteligencia artificial
11 de setembro de 2025
Agilidade não é sobre seguir frameworks - é sobre gerar valor. Veja como OKRs e Team Topologies podem impulsionar times de produto sem virar mais uma camada de burocracia.

João Zanocelo - VP de Produto e Marketing e cofundador da BossaBox

3 minutos min de leitura
Cultura organizacional, compliance, Gestão de pessoas & arquitetura de trabalho, Liderança
10 de setembro de 2025
Ambientes tóxicos nem sempre vêm da cultura - às vezes, vêm de uma única pessoa. Entenda como identificar e conter comportamentos silenciosos que desestabilizam equipes e ameaçam a saúde organizacional.

Tatiana Pimenta - CEO da Vittude

5 minutos min de leitura
Cultura organizacional, Gestão de pessoas & arquitetura de trabalho, Inovação & estratégia
9 de setembro de 2025
Experiência também é capital. O ROEx propõe uma nova métrica para valorizar o repertório acumulado de profissionais em times multigeracionais - e transforma diversidade etária em vantagem estratégica.

Fran Winandy e Martin Henkel

10 minutos min de leitura
Inovação
8 de setembro de 2025
No segundo episódio da série de entrevistas sobre o iF Awards, Clarissa Biolchini, Head de Design & Consumer Insights da Electrolux nos conta a estratégia por trás de produtos que vendem, encantam e reinventam o cuidado doméstico.

Rodrigo Magnago

2 minutos min de leitura
Tecnologia & inteligencia artificial, Cultura organizacional, Gestão de pessoas & arquitetura de trabalho
5 de setembro de 2025
O maior desafio profissional hoje não é a tecnologia - é o tempo. Descubra como processos claros, IA consciente e disciplina podem transformar sobrecarga em produtividade real.

Diego Nogare

6 minutos min de leitura
Marketing & growth, Cultura organizacional, Inovação & estratégia, Liderança
4 de setembro de 2025
Inspirar ou limitar? O benchmark pode ser útil - até o momento em que te afasta da sua singularidade. Descubra quando olhar para fora deixa de fazer sentido.

Bruna Lopes de Barros

3 minutos min de leitura