Comunidades: CEOs do Amanhã, Diversidade, Diversidade

Por que pessoas heterossexuais devem lutar contra a homofobia?

É dever das lideranças a criação de ambientes corporativos em que todos possam demonstrar suas vulnerabilidades
Publicitário formado pela ESPM com especialização em planejamento criativo, Young Leader e cofundador da Carbon, que utiliza audiovisual e entretenimento para falar sobre diversidade e inclusão para empresas como Ipiranga, Grupo ZAP e ExxonMobil.

Compartilhar:

Olá! Meu nome é Daniel Leal e sou carioca, publicitário, Young Leader, cofundador da Carbon e um homem gay. O último item dessa lista não está aí por acaso. Aliás, é sobre ele que eu quero conversar com você hoje.

Ainda que que eu nunca tenha escolhido ser gay (afinal, quem “escolhe” ser hétero?), cresci em um mundo sem muitas referências positivas. E estamos falando de alguém que cresceu nos anos 1990! Imagine como era para quem nasceu antes de mim!

Mesmo que pessoas homossexuais existam desde sempre e que personalidades como Alexandre O Grande, Sócrates, Leonardo Da Vinci, Michelangelo e Alan Turing façam parte dessa história, a maior parte da mídia focou por muito tempo na solidão do homem gay e na ideia equivocada de que o HIV era o “vírus da homossexualidade”.

De um tempo para cá, o cenário tem mudado e esse assunto está cada vez mais presente. [Pessoas e empresas têm se mobilizado](https://www.revistahsm.com.br/post/a-busca-pela-equidade-humana) para criar ações afirmativas e que normalizam o afeto entre pessoas do mesmo gênero. Porém, mesmo com tantos avanços, por que a homofobia ainda parece um problema distante de acabar?

## A história de um heterossexual
Para refletir sobre a questão, escolhi um outro grupo que está aí há muito tempo: os heterossexuais. Inclusive, quero ressaltar que não tenho nada contra, viu? Eu tenho vários conhecidos que são e até vou contar a história de um deles por aqui: o Wilson.

Eu conheço o Wilson há muito tempo, desde que me entendo por gente. Tempo suficiente para saber que quando ele era apenas um menino, cresceu ouvindo e aprendendo que não havia limites para ele. No mundo dos homens, Wilson [poderia ser tudo o que quisesse ser](https://www.revistahsm.com.br/post/voce-e-o-que-voce-conhece)… Ou quase tudo.

Na verdade, ele aprendeu que homem não podia chorar, ter uma garota como amiga ou compartilhar suas emoções com alguém porque homem precisa ser forte. Wilson aprendeu que não pode ser “como uma garota”, porque ele precisa ser um homem de verdade.

Mas, veja, nenhuma dessas coisas era um problema para Wilson. Ele só precisava ligar a televisão e ver Indiana Jones, Rambo, O Exterminador do Futuro e James Bond fazendo o que os verdadeiros homens fazem! Ao crescer, Wilson tornou-se um adolescente pronto para colocar em prática tudo o que aprendeu. A partir daquele momento, ele precisava provar sua masculinidade.

Por isso, ele devia se relacionar com o máximo de garotas que pudesse, reprimir seus sentimentos, brigar com outros adolescentes e descontar suas frustrações no álcool e no sexo, afinal, essas são coisas que os homens de verdade fazem.

## Uma luta de todos
Quando Wilson finalmente chegou à idade adulta e se tornou um homem, conheceu Dayse, a mulher dos seus sonhos. Naquele momento, tudo o que ele conseguia pensar era que, enquanto homem, precisava ser forte o bastante para conquistá-la. Então, começou a trabalhar dia e noite em busca do que todo homem devia ser: poderoso e forte. Um provedor.

Nesse momento, talvez você esteja pensando: por que Wilson não pode compartilhar suas emoções, chorar, ter uma mulher como amiga, ser sensível, ser amigo de outros homens e mostrar vulnerabilidade? Como homem, por que Wilson não pode ser apenas ele mesmo?

Alguns anos depois, Wilson e Dayse se casaram. E eu nasci.

Quando reflito sobre as ideias que meu pai e eu aprendemos sobre o que significa ser um homem, é impossível não pensar no impacto que “o que significa ser um homem” tem em meus dias [enquanto homem gay e parte da comunidade LGBTQIA+](https://www.revistahsm.com.br/post/a-coragem-de-ser-autentico). E se essas ideias existem na sociedade, com certeza, elas estão dentro das empresas.

## A vulnerabilidade é para todos
Quando um homem hétero olha para um homem gay, ele vê no outro muitas coisas que aprendeu a reter em si mesmo. O que uma pessoa homossexual mostra ao sair do armário e viver sua sexualidade envolve algo que homens foram ensinados a vida toda a esconder: sua vulnerabilidade. Mas no século 21, não é exatamente isso que [líderes de verdade deveriam demonstrar](https://www.revistahsm.com.br/post/ceos-respondem-as-nossas-expectativas)?

Se heterossexuais entendessem que a homofobia está diretamente ligada ao machismo e a uma ideia tóxica de masculinidade que ainda é disseminada na estrutura da sociedade, teríamos mais pessoas lutando para que esse cenário mude.

Quando você, líder de uma empresa, luta contra a homofobia, você está criando um ambiente melhor para homens, mulheres e toda a comunidade LGBTQIA+. E isso inclui minha mãe, meu pai e eu.

Eu não posso ficar e lutar sozinho contra a homofobia. Você pode lutar comigo?

__*Saiba mais sobre diversidade em [nossos podcasts](https://www.revistahsm.com.br/podcasts) e em [nossos webinars](https://www.revistahsm.com.br/webinars).*__

Compartilhar:

Artigos relacionados

Os sete desafios das equipes inclusivas

Inclusão não acontece com ações pontuais nem apenas com RH preparado. Sem letramento coletivo e combate ao capacitismo em todos os níveis, empresas seguem excluindo – mesmo acreditando que estão incluindo.

Reaprender virou a palavra da vez

Reaprender não é um luxo – é sobrevivência. Em um mundo que muda mais rápido do que nossas certezas, quem não reorganiza seus próprios circuitos mentais fica preso ao passado. A neurociência explica por que essa habilidade é a verdadeira vantagem competitiva do futuro.

Carreira
HSM Management faz cinco pedidos natalinos em nome dos gestores das empresas brasileiras, considerando o que é essencial e o que é tendência

Adriana Salles Gomes é cofundadora de HSM Management.

3 min de leitura
Liderança, Bem-estar & saúde
24 de dezembro de 2025
Se sua agenda lotada é motivo de orgulho, cuidado: ela pode ser sinal de falta de estratégia. Em 2026, os CEOs que ousarem desacelerar serão os únicos capazes de enxergar além do ruído.

Bruno Padredi - CEO da B2B Match

2 minutos min de leitura
Gestão de pessoas & arquitetura de trabalho, Cultura organizacional
23 de dezembro de 2025
Marcela Zaidem, especialista em cultura nas empresas, aponta cinco dicas para empreendedores que querem reduzir turnover e garantir equipes mais qualificadas

Marcela Zaidem, Fundadora da Cultura na Prática

5 minutos min de leitura
Uncategorized, Gestão de pessoas & arquitetura de trabalho
22 de dezembro de 2025
Inclusão não acontece com ações pontuais nem apenas com RH preparado. Sem letramento coletivo e combate ao capacitismo em todos os níveis, empresas seguem excluindo - mesmo acreditando que estão incluindo.

Carolina Ignarra - CEO da Talento Incluir

4 minutos min de leitura
Lifelong learning
19 de dezembro de 2025
Reaprender não é um luxo - é sobrevivência. Em um mundo que muda mais rápido do que nossas certezas, quem não reorganiza seus próprios circuitos mentais fica preso ao passado. A neurociência explica por que essa habilidade é a verdadeira vantagem competitiva do futuro.

Isabela Corrêa - Cofundadora da People Strat

8 minutos min de leitura
Tecnologia & inteligencia artificial, Inovação & estratégia
18 de dezembro de 2025
Como a presença invisível da IA traz ganhos enormes de eficiência, mas também um risco de confiarmos em sistemas que ainda cometem erros e "alucinações"?

Rodrigo Cerveira - CMO da Vórtx e Cofundador do Strategy Studio

3 minutos min de leitura
Cultura organizacional, Gestão de pessoas & arquitetura de trabalho
17 de dezembro de 2025
Discurso de ownership transfere o peso do sucesso e do fracasso ao colaborador, sem oferecer as condições adequadas de estrutura, escuta e suporte emocional.

Rennan Vilar - Diretor de Pessoas e Cultura do Grupo TODOS Internacional

4 minutos min de leitura
Gestão de pessoas & arquitetura de trabalho
16 de dezembro de 2025
A economia prateada deixou de ser nicho e se tornou força estratégica: consumidores 50+ movimentam trilhões e exigem experiências centradas em respeito, confiança e personalização.

Eric Garmes é CEO da Paschoalotto

3 minutos min de leitura
Inovação & estratégia, Gestão de pessoas & arquitetura de trabalho
15 de dezembro de 2025
Este artigo traz insights de um estudo global da Sodexo Brasil e fala sobre o poder de engajamento que traz a hospitalidade corporativa e como a falta dela pode impactar financeiramente empresas no mundo todo.

Hamilton Quirino - Vice-presidente de Operações da Sodexo

2 minutos min de leitura
Cultura organizacional, Inovação & estratégia
12 de dezembro de 2025
Inclusão não é pauta social, é estratégia: entender a neurodiversidade como valor competitivo transforma culturas, impulsiona inovação e constrói empresas mais humanas e sustentáveis.

Marcelo Vitoriano - CEO da Specialisterne Brasil

4 minutos min de leitura

Baixe agora mesmo a nossa nova edição!

Dossiê #170

O que ficou e o que está mudando na gangorra da gestão

Esta edição especial, que foi inspirada no HSM+2025, ajuda você a entender o sobe-e-desce de conhecimentos e habilidades gerenciais no século 21 para alcançar a sabedoria da liderança

Baixe agora mesmo a nossa nova edição!

Dossiê #170

O que ficou e o que está mudando na gangorra da gestão

Esta edição especial, que foi inspirada no HSM+2025, ajuda você a entender o sobe-e-desce de conhecimentos e habilidades gerenciais no século 21 para alcançar a sabedoria da liderança