Uncategorized

Por que se conscientizar da cultura da sua empresa em tempos de incerteza?

CEO da Tribo Global, consultoria apaixonada por construir culturas humanizadas e de alto resultado. Conheça a Tribo: https://www.triboglobal.com/

Compartilhar:

Cultura é profunda, complexa, humana. A cultura em qualquer organização nasce dos hábitos que as pessoas repetem dia após dia. São esses padrões de comportamento que um grupo compartilha, alguns mais fáceis de enxergar, outros menos óbvios, que chamamos de cultura.

**E por que falar de culturas conscientes?**

Uma cultura consciente é aquela que verdadeiramente engaja e apaixona as pessoas. Você muito provavelmente  já ouviu a famosa frase do Peter Drucker dizendo que a cultura come a estratégia no café da manhã. Isso acontece porque a maior parte das estratégias pode ser replicada, mas uma cultura forte e consciente é única, o que pode se tornar uma vantagem competitiva inestimável para qualquer empresa. 

Se uma cultura é formada pelos comportamentos diários que assumimos, uma cultura consciente se dá na medida em que esses nossos hábitos são conscientes e intencionais. 

Nem sempre estamos com a nossa consciência desperta e alerta para perceber esses padrões e, muitas vezes, ainda que conheçamos as nossas “repetições”, escolher de forma intencional como iremos agir é um desafio ainda maior. Imagina, então, fazer ambos os movimentos de forma coesa e conjunta em um grupo de 5, 10, 50 ou mais de 100 pessoas.

Pode parecer até loucura imaginar isso, mas da mesma forma em que organicamente nos organizamos e criamos padrões em uma multidão que nem sequer se conhece, se estivermos com disposição, abertura e curiosidade o suficiente e soubermos engajar as pessoas, somos capazes de transformar culturas.

**Uma cultura consciente é aquela que, portanto, antes de mais nada: se conhece.**

Observe o que existe na superfície:

* Como as pessoas se comportam?

* Como tomam decisões?

* Quais os estímulos positivos e negativos que a sua cultura transmite?

Aprendemos no Festival Alma, organizado pelo Grupo Anga, que um sistema não está quebrado, mesmo quando age de uma forma que podemos julgar equivocada. Peter Senge, um dos palestrantes do festival e autor do livro “A Quinta Disciplina”, nos contou que um sistema simplesmente produz o resultado para o qual foi desenhado.

Isso quer dizer que se vivemos em uma organização onde as pessoas trabalham sem parar e deixam de cuidar de si, a pergunta que podemos nos fazer é: o que, na nossa empresa, está reforçando esse comportamento?

Talvez seja a falta de alinhamento sobre os papéis e responsabilidades das pessoas. Ou uma tendência à sobrecarga devido ao número interminável de reuniões e falta de tempo para executar. Também pode ser que a estrutura dificulte o fluxo de informações, gerando retrabalho, falta de direcionamento e alinhamento.

Para isso é preciso observar sem julgamentos. Rubem Alves já dizia no seu texto “Escutatória” que temos uma ótima prática para a fala e pouca para a escuta. Aqui entram a abertura e a curiosidade para escutar de forma muito humana e centrada em quem diz e não em nós e no que gostaríamos de ouvir.

**De que adianta querer trabalhar a cultura se não nos abrirmos para ouvir o que ela tem para nos dizer?**

Afinal, uma cultura não se impõe. Não se convence as pessoas a agirem de uma determinada forma só porque a empresa, seus sócios ou líderes querem. A cultura está no dia a dia.

É preciso ter a disposição de cocriar. Uma cultura – assim como muitas coisas na vida – não se controla, em especial no período incerto que vivemos hoje. O que não quer dizer que não possamos influenciá-la. Se você faz parte da organização, já faz parte da cultura e tem o potencial de transformá-la. 

Portanto, comece por você: 

1. Como você tem influenciado a cultura da sua empresa?

2. De que formas práticas isso tem sido positivo – reforçando comportamentos saudáveis?

3. E de que formas tem sido prejudicial – reforçando vícios?

4. Como pretende influenciar a partir de agora?

–   Nas suas ações individuais
– Redesenhando as partes da cultura que produzem resultados indesejados

Agora é hora de praticar dia após dia, sabendo lidar com as inevitáveis incoerências que aparecerão no caminho, afinal cultura é algo profundo, complexo e, essencialmente, humano.

Compartilhar:

Artigos relacionados

Liderança na gestão do mundo híbrido

Este modelo que nasceu da necessidade na pandemia agora impulsiona o engajamento, reduz custos e redefine a gestão. Para líderes, o desafio é alinhar flexibilidade, cultura organizacional e performance em um mercado cada vez mais dinâmico.

Data economy: Como a inteligência estratégica redefine a competitividade no século XXI

Na era digital, os dados emergem como o ativo mais estratégico, capaz de direcionar decisões, impulsionar inovações e assegurar vantagem competitiva. Transformar esse vasto volume de informações em valor concreto exige infraestrutura robusta, segurança aprimorada e governança ética, elementos essenciais para fortalecer a confiança e a sustentabilidade nos negócios.

China

O Legado do Progresso

A celebração dos 120 anos de Deng Xiaoping destaca como suas reformas revolucionaram a China, transformando-a em uma potência global e marcando uma era de crescimento econômico, inovação e avanços sociais sem precedentes.

Calendário

Não, o ano ainda não acabou!

Em meio à letargia de fim de ano, um chamado à consciência: os últimos dias de 2024 são uma oportunidade valiosa de ressignificar trajetórias e construir propósito.

Inovação
A transformação da cultura empresarial para abraçar a inovação pode ser um desafio gigante. Por isso, usar uma estratégia diferente, como conectar a empresa a um hub de inovação, pode ser a chave para desbloquear o potencial criativo e inovador de uma organização.

Juliana Burza

ESG, Diversidade, Diversidade, Liderança, times e cultura, Liderança
Conheça os seis passos necessários para a inserção saudável de indivíduos neuroatípicos em suas empresas, a fim de torná-las também mais sustentáveis.

Marcelo Franco

Lifelong learning
Quais tendências estão sendo vistas e bem recebidas nos novos formatos de aprendizagem nas organizações?

Vanessa Pacheco Amaral

ESG
Investimentos significativos em tecnologia, infraestrutura e políticas governamentais favoráveis podem tornar o país líder global do setor de combustíveis sustentáveis

Deloitte

Estratégia, Liderança, times e cultura, Cultura organizacional
À medida que o mercado de benefícios corporativos cresce as empresas que investem em benefícios personalizados e flexíveis não apenas aumentam a satisfação e a produtividade dos colaboradores, mas também se destacam no mercado ao reduzir a rotatividade e atrair talentos.

Rodrigo Caiado

Empreendedorismo, Liderança
Entendimento e valorização das características existentes no sistema, ou affordances, podem acelerar a inovação e otimizar processos, demonstrando a importância de respeitar e utilizar os recursos e capacidades já presentes no ambiente para promover mudanças eficazes.

Manoel Pimentel

ESG, Liderança, times e cultura, Liderança
Conheça e entenda como transformar o etarismo em uma oportunidade de negócio com Marcelo Murilo, VP de inovação e tecnologia da Benner e conselheiro do Instituto Capitalismo Consciente.

Marcelo Murilo

ESG
Com as eleições municipais se aproximando, é crucial identificar candidatas comprometidas com a defesa dos direitos das mulheres, garantindo maior representatividade e equidade nos espaços de poder.

Ana Fontes

ESG, Empreendedorismo
Estar na linha de frente da luta por formações e pelo desenvolvimento de oportunidades de emprego e educação é uma das frentes que Rachel Maia lida em seu dia-dia e neste texto a Presidente do Pacto Global da ONU Brasil traz um panorama sobre estes aspectos atuais.

Rachel Maia

Conteúdo de marca, Marketing e vendas, Marketing Business Driven, Liderança, times e cultura, Liderança
Excluído o fator remuneração, o que faz pessoas de diferentes gerações saírem dos seus empregos?

Bruna Gomes Mascarenhas