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A revolução musical na era do streaming: conexões, diversificação e experiências

A expectativa de vida cresceu consideravelmente, chegando a 76 anos em alguns pontos no Brasil, então: é hora de reconhecer o poder econômico e os hábitos de consumo dessa população madura e diversa, que representa uma oportunidade valiosa para os negócios.

Colunista Kika Brandão

Kika Brandão

05 de Maio

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Artigo A revolução musical na era do streaming: conexões, diversificação e experiências

A indústria musical está em constante evolução, regida por novas tecnologias, hábitos de consumo e tendências socioculturais. Nos últimos anos, essa transformação se acelerou, impulsionada pela ascensão do streaming, a onipresença das redes sociais e o impacto da pandemia. A música está sendo redefinida, não apenas em como a consumimos, mas em como nos conectamos com ela.

O streaming revolucionou a forma como consumimos música, democratizando o acesso a um universo sonoro infinito. Plataformas como Spotify, Deezer e Apple Music oferecem catálogos musicais extensos, permitindo que os usuários explorem gêneros, descubram novos artistas e criem suas próprias trilhas sonoras para cada momento da vida.

Segundo a pesquisa Media Outlook, da PwC, o mercado global de streaming deverá movimentar US$ 36,8 bilhões em 2026.

Essa mudança na lógica de consumo trouxe benefícios tanto para o público quanto para a indústria. Por um lado, os ouvintes ganharam autonomia e liberdade para curtir suas músicas favoritas sem restrições. Por outro, a indústria musical ampliou seu alcance, conquistando novos públicos e monetizando o acesso à música de forma mais eficiente.

Desvendando as preferências musicais: diversidade e conexões inusitadas

O streaming de música não é apenas uma tecnologia, é um catalisador de mudanças culturais. Oferecendo um catálogo vasto e instantâneo a um custo acessível, ele democratizou o acesso à música. Esta democratização, por sua vez, tem incentivado a diversificação das preferências musicais. As playlists criadas pelas plataformas de streaming ampliam nossos horizontes, apresentando-nos a novos artistas e gêneros. Assim, testemunhamos um fenômeno intrigante: a quebra de barreiras na indústria musical.

Parcerias inusitadas, como a colaboração entre Sandy e a banda de heavy metal Angra e até a junção de Coldplay e BTS, exemplificam essa nova dinâmica. 96% das músicas mais ouvidas no Spotify Brasil são feats. Por isso, não é à toa que temos observado o crescimento de parcerias cada vez mais singulares nesse meio.

Não apenas os artistas estão explorando territórios musicais inesperados, mas também alcançando um público mais amplo, impulsionados pela viralização nas redes sociais.

O papel das redes sociais

Falar em redes sociais é reconhecer o papel central que elas desempenham na transformação do consumo musical. Plataformas como TikTok e Instagram estão redefinindo a descoberta de músicas. Os formatos curtos de vídeo estão moldando não apenas nossas experiências musicais, mas também influenciando a própria criação. O que acontece no mundo virtual reverbera na vida física, demonstrando como as tendências globais estão interligadas.

O papel das redes sociais vai além da simples divulgação. Elas se tornaram espaços de interação entre fãs, artistas e marcas, criando uma comunidade vibrante e engajada em torno da música. Essa comunidade impulsiona o engajamento, gera tendências e molda a cultura musical da era digital.

Uma pesquisa da Eixo apontou que 7 das 10 músicas mais ouvidas de 2020 no Spotify viralizaram primeiro no TikTok. E que 70% dos adolescentes esperam descobrir novas músicas ou artistas por meio das redes sociais.

A pandemia acelerou esses processos de digitalização musical, foi quando o Spotify emergiu como um refúgio para muitos durante os tempos turbulentos.

Segundo a pesquisa, os minutos reproduzidos no Spotify aumentaram 22% em 2021 em comparação com 2020, por usuários entre 15 e 44 anos. Além disso, 59% dos usuários das gerações Z e Millennial em todo o mundo disseram que compartilharam mais conteúdos com os amigos durante a pandemia como forma de manter contato.

Com o isolamento social e a suspensão de eventos presenciais, o streaming, as redes sociais e as transmissões ao vivo se tornaram os principais canais de acesso à música e de conexão entre artistas e fãs.

Essa mudança impulsionou o crescimento do mercado de streaming e fortaleceu o papel das redes sociais na descoberta musical. As transmissões ao vivo, por sua vez, se tornaram uma alternativa para que os fãs acompanhassem seus artistas favoritos, mesmo à distância.

Do digital para as ruas, ou vice-versa

Os festivais de música também têm se mostrado ferramentas poderosas para a disseminação de músicas e gêneros musicais. Os eventos lotados no Brasil e fora comprovam isso.

A busca por festivais disparou tanto online quanto offline, por isso a revolução musical não se limita ao digital. Os festivais, que em uma época não tão distante eram puramente presenciais, também estão se adaptando às transmissões ao vivo. Essas transmissões não apenas ampliam seu alcance, mas também proporcionam uma sensação de pertencimento para aqueles que não podem estar presentes fisicamente.

O Lollapalooza é um exemplo desse fenômeno. Com a cobertura do canal Multishow, o festival impactou mais de 18 milhões de pessoas, tanto online quanto na TV. Essa abordagem multiplataforma não apenas atende às demandas de um público acostumado a assistir a shows em casa, mas também se torna um instrumento de monetização para marcas parceiras.

E falando em marcas, não podemos ignorar o papel das empresas nas interações musicais. O TikTok, por exemplo, emergiu como um dos patrocinadores mais comentados do Rock in Rio. Essa sinergia entre marcas e música não só impulsiona a visibilidade das marcas, mas também enriquece a experiência musical dos espectadores.

Estamos vivendo uma revolução que vai além da forma como consumimos música. Estamos testemunhando uma transformação na maneira como nos conectamos com a música, com os artistas e uns com os outros.

O streaming democratizou o acesso à diversidade musical, as redes sociais se tornaram espaços de interação e descoberta, enquanto os eventos presenciais e suas transmissões ao vivo proporcionaram uma sensação de conexão em meio ao distanciamento. Esses fenômenos não apenas refletem as mudanças na indústria musical, mas também exemplificam como a música, independente do cenário, continua a ser um poderoso meio de expressão e conexão humana, moldando nossa cultura e experiências coletivas.

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Autoria

Colunista Kika Brandão

Kika Brandão

Head da Estúdio Eixo, onde mapeia o zeitgeist para co-criar possibilidades e soluções novas e melhores, Kika é produtora, jornalista, maker e entusiasta cultural.

"Porque em um mundo tão plural, não posso ser apenas uma coisa."

Tem mais de dez anos de experiência adquirida com diferentes players da indústria da comunicação nas duas maiores editoras do Brasil: Editora Globo e Abril. Três anos trabalhando na Foodpass, responsável pela estratégia criativa, design de experiência e liderança de projetos com Nespresso, Renault, Ifood, BR Malls, Andorinha e Food Female, o primeiro encontro para conectar e capacitar mulheres no setor de alimentos.

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