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ESG

3 min de leitura

A urgência da ação climática: cobrando responsabilidade de governos e empresas

Garantir um futuro sustentável para todos passa por este momento de despertar da urgência climática, trazendo responsabilização, reflexão e propostas para mudanças efetivas a curto prazo.

Colunista Anna Luísa Beserra

Anna Luísa Beserra

17 de Maio

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Artigo A urgência da ação climática: cobrando responsabilidade de governos e empresas

A realidade das mudanças climáticas

Os eventos climáticos extremos que estamos testemunhando, como as recentes inundações devastadoras no Rio Grande do Sul, são claros indicativos da crise climática iminente que enfrentamos.

Tais fenômenos não são meras coincidências ou acidentes isolados; eles são sinais alarmantes e palpáveis do desequilíbrio ambiental que afeta cada aspecto de nossas vidas. Esse desequilíbrio é resultado direto das atividades humanas que têm impactado profundamente a saúde do nosso planeta.

A queima de combustíveis fósseis—carvão, petróleo e gás natural—é um dos principais contribuintes para o acúmulo de dióxido de carbono na atmosfera, intensificando o efeito estufa e, consequentemente, o aquecimento global.

O desmatamento também desempenha um papel crítico nesse processo, com vastas áreas de florestas sendo derrubadas para agricultura, pecuária ou desenvolvimento urbano. Além disso, práticas industriais insustentáveis contribuem significativamente para a degradação ambiental, afetando a qualidade do ar, da água e do solo, e comprometendo a biodiversidade.

Esses eventos extremos são um reflexo direto das escolhas e ações humanas. Ignorar essa conexão é negligenciar a responsabilidade que temos em buscar soluções sustentáveis que possam mitigar os efeitos adversos de nossas próprias atividades sobre o meio ambiente. É imperativo que reconheçamos esses sinais e respondamos com a urgência e seriedade que a situação exige, pressionando por mudanças significativas nas políticas públicas e nas práticas corporativas para assegurar um futuro sustentável para as próximas gerações.

A ciência por trás do clima

Segundo a NASA e o IPCC, atividades humanas como a queima de combustíveis fósseis, desmatamento e práticas agrícolas intensivas aumentaram significativamente as concentrações de gases de efeito estufa (CO2, CH4, N2O).

Desde a Revolução Industrial, o CO2 atmosférico aumentou mais de 40%, intensificando o efeito estufa e levando ao aquecimento global. Esse aquecimento está associado a eventos climáticos extremos, como secas, enchentes e incêndios florestais. Para evitar uma escalada maior, é essencial reduzir drasticamente as emissões globais através da adoção de energia renovável, práticas agrícolas sustentáveis e proteção de ecossistemas naturais, conforme enfatizado pelo IPCC.

O impacto humano e a chamada à ação

Confrontados com essas catástrofes, devemos refletir sobre o impacto direto em nossas próprias vidas. Se não agirmos, seremos nós, ou nossos entes queridos, os próximos a sofrer as consequências dessas transformações climáticas. Não é apenas uma questão de empatia; é uma questão de sobrevivência. É essencial que cada um de nós melhore suas práticas de sustentabilidade e, mais importante, que exijamos mudanças concretas nas políticas públicas e nas práticas corporativas.

Políticas e Práticas para um Futuro Sustentável

Para combater as mudanças climáticas de forma efetiva, políticas públicas robustas são essenciais. Isso inclui investimentos em transporte público e energias renováveis, e a implementação de legislação que restrinja práticas ambientalmente nocivas como o desmatamento para expansão agrícola.

Um exemplo notável é a Dinamarca, que estabeleceu metas ambiciosas para tornar-se independente de combustíveis fósseis até 2050. Isso envolve não apenas grandes investimentos em energia eólica e solar, mas também a reformulação de sistemas de transporte para serem mais verdes.

A Dinamarca tem incentivado fortemente o uso de bicicletas e veículos elétricos por meio de subsídios e infraestrutura apropriada, demonstrando como políticas intencionais podem fazer das soluções sustentáveis não apenas uma opção, mas uma norma. Tais medidas destacam a importância de alinhar incentivos econômicos com metas ambientais, garantindo que o bem-estar ambiental prevaleça sobre interesses de lucro imediato.

Convite à reflexão

Esta crise é uma chamada para ação urgente. Não temos um "planeta B".

Investir bilhões para explorar Marte enquanto a Terra sofre não é uma solução viável. Nós, como cidadãos e como espécie, temos a obrigação de proteger e preservar nosso planeta para as gerações futuras. Se você tem filhos, ou simplesmente se preocupa com o legado que deixaremos, é hora de agir.

Participe de discussões, influencie políticas e pratique a sustentabilidade em cada ação. Juntos, podemos mudar o curso desta crise e garantir que o planeta que deixamos seja não apenas habitável, mas florescente.

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Colunista

Colunista Anna Luísa Beserra

Anna Luísa Beserra

CEO da SDW, cientista, empreendedora social e biotecnologista formada pela Universidade Federal da Bahia. Dedica-se a democratizar o acesso à água e saneamento globalmente por meio de tecnologias inovadoras e acessíveis, beneficiando mais de 25 mil pessoas com o desenvolvimento de 6 tecnologias. Reconhecida internacionalmente pela ONU, UNESCO, Forbes e MIT.

Foi premiada pelos Jovens Campeões da Terra, pela Forbes Under 30 e finalista do prêmio mundial Green Tech Award. Seu compromisso com a sustentabilidade, impacto social e responsabilidade social é inabalável e continua dedicando sua carreira para resolver os desafios mais prementes da nossa era.

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