Estratégia e Execução

Como cultivar futuros inovadores

A educação com blocos Lego gera interesse nos países asiáticos e também tem público no Brasil

Compartilhar:

A formação de profissionais inovadores no longo prazo entrou na agenda da Ásia por meio de um investimento inusitado: vários países do continente têm demandado materiais educativos Lego para tornar suas crianças mais criativas. Na China, a fabricante dinamarquesa dos blocos de montar chegou a associar-se ao governo para abrir centros Lego de atividades educativas extracurriculares, que contam com a aprovação oficial –já existem pelo menos 20 no país. E na Coreia do Sul já são mais de 100. A Lego parece estar vivendo uma época de ouro nas terras onde o sol nasce, também com expressivos aumentos de vendas de blocos e com a inauguração de novas fábricas. 

O movimento tem reflexos até no Brasil. A Zoom Education For Life, empresa fundada pelo empresário Marcos Wesley em 1998 e distribuidora exclusiva da linha educacional da Lego em território brasileiro, prepara em 2014 sua internacionalização. A procura vem da Ásia, de países como China e Coreia do Sul, embora também dos Estados Unidos. A Zoom já tem a experiência de exportar os fascículos que orientam a montagem dos kits educacionais da Lego para a China, além de Argentina e México. “A pedagogia de projetos desenvolve competências cognitivas e socioafetivas, segundo vários estudos. Para dar um exemplo, comprovou-se que crianças expostas semanalmente ao programa durante oito meses melhoram 65% em matemática em relação às não participantes. 

No campo socioafetivo, observou-se que o aluno aprende a conviver, a ter mais iniciativa, a lidar com erro e frustração”, afirma Wesley. Como o cultivo da inovação também aumenta no Brasil, ainda que de modo mais tímido do que na Ásia, a Zoom planeja crescer aqui também. O histórico é favorável: a empresa, que opera com franquias, já atendeu 2 milhões de alunos de 8 mil escolas. Sua receita anual é de R$ 60 milhões. 

>
>
> **Expansão Cultural**
>
> Outra empresa de educação que trabalha com blocos Lego, a norte-americana Bricks 4 Kidz abriu franquia em Singapura no início de 2013. Sua ambição? Subverter aquela cultura. No Oriente, dois animais servem de símbolo para modelos distintos de como educar os filhos: a “tigresa” e a “gatinha”. A mãe tigresa exige muito dos filhos e espera excelência em tudo o que fazem, enquanto a gatinha é toda afeto. Brincadeiras e jogos são vistos como ameaça ao aprendizado pela tigresa e como pura folia pela gatinha. A Bricks 4 Kidz definiu como alvo as mães locais mais modernas, crendo que superarão estereótipos e perceberão que matemática e ciências se aprendem brincando.

Compartilhar:

Artigos relacionados

Por que será que não escutamos?

Cada vez mais palavras de ordem, imperativos e até descontrole tomam contam do dia-dia. Nesse costume, poucos silêncios são entendidos como necessários e são até mal vistos. Mas, se todos falam, no fim, quem é que está escutando?