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Gestão de pessoas

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SXSW: Como tornar a curiosidade contagiante na visão dos brasileiros?

Dilma Campos, CEO da Nossa Praia e Head de ESG da B&Partners, ao lado de Ligia Mello, trazem perspectivas enxergadas no SXSW que ressoam no público brasileiro. Desta vez os assuntos giram em torno da curiosidade.

Colunista Dilma Campos

Dilma Campos

13 de Março

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Artigo SXSW:  Como tornar a curiosidade contagiante na visão dos brasileiros?

Você sabia que existe mais de uma maneira de ser curioso?

Fiz essa descoberta na sessão “Make Curious Contagious” (Torne a Curiosidade Contagiosa) aqui no South by Southwest, na qual participaram Paul Barnett, fundador CEO da Now What, e Hannah Singleman, Head of Creative Questions na Now What, empresa que estuda comportamentos e tendências para grandes marcas.

Paul e Hannah estudaram sobre a curiosidade nos últimos dois anos, entrevistando mais de 100 pessoas consideradas curiosas, em diferentes profissões. E foi nesse estudo que eles descobriram que há mais de uma maneira de ser curioso. Existem quatro tipos principais de curiosos:

- Criança Interior: pessoas que têm esse tipo de curiosidade são motivadas pelas infinitas possibilidades que o mundo tem a oferecer. Eles buscam incansavelmente novidades no mundo e se expõe a ideias novas, lugares diferentes e novas experiências.

- Rebelde: o curioso rebelde é aquele inconformado com a frase “Isso sempre foi feito dessa forma”. Eles gostam de fazer perguntas para romper com o pensamento convencional e são motivados a buscar maneiras diferentes de fazer coisas que não estão funcionando.

- Tinker (na tradução literal funileiro, chamado de ‘consertador’ na sessão): o consertador é aquele que não resiste a desmontar as coisas peça por peça para entender seu funcionamento. Eles gostam da investigação prática, portanto sua curiosidade funciona melhor com clareza e eficiência.

- Voyager (viajante): o viajante usa sua curiosidade como um mapa do tesouro, seguindo seus instintos “até os confins da Terra” em busca de conhecimento. Eles têm espírito aventureiro e têm mindset explorador. Eles seguem caminhos diferentes em sua curiosidade para buscar respostas e ter uma compreensão ampla das coisas.

Segundo levantamento do Fórum Econômico Mundial, pensamento criativo é uma das dez principais habilidades que devem ser desenvolvidas pelas pessoas no trabalho. Por isso, enquanto assistia à sessão, fiquei imaginando essa variedade de mindsets curiosos nas empresas brasileiras.

Então, me perguntei:

Quais são os fatores que impulsionam as pessoas a serem curiosas nas organizações? Será que ambientes de trabalho que estimulam a curiosidade contribuem para a rotina das pessoas? Que benefícios eu ganho ao ser curioso?

Em parceria com Ligia Mello, sócia e CSO da Hibou, resolvemos repercutir o tema entre os trabalhadores brasileiros. A pesquisa é feita por painel digital e, para este artigo, foram ouvidos 2.008 brasileiros maiores de 18 anos, de todas as classes sociais e gêneros, em uma pesquisa que tem 2,1% de margem de erro e 95% de intervalo de confiança, em 13 de março.

Primeiro exploramos se os ambientes de trabalho e as lideranças estimulavam a criatividade dos trabalhadores e se havia espaço para o novo. Será que as empresas de fato contribuem para que a inovação aconteça?

A resposta foi positiva. Mais da metade dos participantes (62%) afirmaram que têm um ambiente que estimula a criatividade e que os líderes, chefes ou gerentes encorajam as iniciativas de suas equipes (59%). Mas apenas 34% atuam como “curiosos rebeldes”, enxergando as falhas como possibilidades de melhoria e aprendizado (imagem 1).

estimulavam a criatividade dos trabalhadores e se havia espaço para o novo.

Também buscamos saber os benefícios que ser curioso traz para os trabalhadores brasileiros. O Top 3 das respostas foi: estimular o olhar para novos produtos e/ou serviços (77%), melhorar a comunicação interna, com novos assuntos na pauta (76%) e ajudar a solucionar conflitos antigos, pois busca novas alternativas para esses problemas (62%). De forma geral, olhar para o novo traz oportunidades e novas conexões internas (imagem 2).

De forma geral, olhar para o novo traz oportunidades e novas conexões internas (imagem 2).

E quando a equipe estimula a curiosidade no dia a dia, o que acontece? Novas ideias (74%), estímulo às descobertas e novas conexões de assunto, fortalecendo a inteligência (69%) e diminuição de erros, ao trazer soluções e cases que podem ajudar (61%) foram as respostas mais escolhidas pelos brasileiros. O aumento do engajamento e motivação dos trabalhadores foi apontado por 26% dos participantes (imagem 3).

O aumento do engajamento e motivação dos trabalhadores foi apontado por 26% dos participantes (imagem 3).

Paul Barnett e Hannah Singleman apontaram ainda no SXSW três questões que auxiliam os projetos a ficar de pé. O que pensam os profissionais brasileiros a respeito desses itens?

No Brasil, a preocupação com o público foi o campeão das respostas (54% dos participantes). Antes de iniciar um projeto, as empresas procuram verificar se todas as pessoas que deveriam estar envolvidas foram consideradas (imagem 4).

Antes de iniciar um projeto, as empresas procuram verificar se todas as pessoas que deveriam estar envolvidas foram consideradas

Os resultados da pesquisa revelam que a curiosidade é uma característica em alta por aqui! Somos conhecidos pela nossa criatividade e jogo de cintura para resolver situações complexas. Afinal, é preciso ter samba no pé e muita ginga para pensar em soluções fora da caixa para as situações que enfrentamos no país! Você concorda?

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Colunista Dilma Campos

Dilma Campos

CEO e Partner da Nossa Praia e Head de ESG da BPartners.co Conselheira da Universidade São Judas, 99 jobs, Ampro – Associação de Marketing Promocional, São Paulo Companhia de Dança e Solum Capital.

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