Tecnologia e inovação

Precisamos falar de inteligência artificial na comunicação

As novas plataformas digitais para redação (ainda) não são capazes de pensar por conta própria. Por isso, não é e nem será possível que elas “acabem com os empregos”, apenas vão otimizar tempo, processos e ajudar com insights para a criação de conteúdos originais
Fabiana Ramos é CEO da PinePR, agência de PR especializada no atendimento a scale-ups, empresas de tecnologia e grandes players inovadores, com atuação dentro e fora do Brasil, e possui 20 anos de experiência em empresas multinacionais. É responsável pela expansão comercial da agência e por posicionar a PinePR como referência no mercado, garantindo a melhor experiência para os clientes. Atuou também por 3 anos na expansão comercial da Swarovski, desenvolvendo uma abordagem internacional de vendas. Em 2024, foi convidada a se tornar Membro do Conselho Consultivo do 30%Club Brazil, iniciativa global que promove a equidade de gênero nos Conselhos de Administração das 100 maiores companhias do Mercado de Capitais e também nas posições C-Level.

Compartilhar:

O termo inteligência artificial (IA) não é novo. Aliás, já é sexagenário! Foi em 1956 que um grupo de cientistas criou um grupo de estudos no renomado Dartmouth College, nos Estados Unidos, para debater sobre a capacidade das máquinas de exercer tarefas humanas. Mas foi no fim de 2022, com o lançamento do rockstar ChatGPT, que o tema passou a ocupar grande espaço em quase todos os eventos de tecnologia do mundo.

Na primeira edição do Web Summit Rio, que aconteceu no início de maio, poucas eram as palestras e debates que não citavam a tal tecnologia. Em discussões sobre venture capital, falava-se sobre como empresas que buscam cheques se adaptarão à implementação de IA; em papos sobre o futuro das startups, falava-se sobre um provável boom de nascimento de empresas nos próximos meses, visto que a inteligência artificial está facilitando os processos de empreender.

Quando falamos sobre comunicação de empresas, o assunto fica ainda mais complexo, já que a tecnologia está remodelando a forma como marcas e clientes se comunicam. Hoje, já é possível ter conversas inteiras com ferramentas de IA, que entendem o contexto e interpretam o que o interlocutor precisa, fazendo com que um simples chatbot ou assistente virtual se torne ferramenta quase obsoleta. O cliente não quer só ser atendido de forma personalizada, ele precisa ser compreendido.

Para os processos de planejamento de comunicação de uma marca, ferramentas de IA estão se tornando peça-chave. Otimizar processos não é mais o que as marcas buscam com tecnologia para se tornarem competitivas, mas sim formas de potencializar a criatividade humana. Então não, o ChatGPT não vai “acabar com os empregos”, como ouvimos com tanta frequência quando a novidade foi lançada, mas já está transformando a forma como fazemos comunicação, marketing e até jornalismo.

As possibilidades com IA são infinitas. Geoffrey Hinton, conhecido como um dos “padrinhos da IA” e pioneiro no assunto, afirmou em entrevista à Reuters que a inteligência artificial pode representar uma ameaça “mais urgente” para a humanidade do que a mudança climática. Milhares de executivos assinaram em abril uma carta-aberta pedindo uma pausa de seis meses nos estudos e desenvolvimento de IAs poderosas, mas isso não parece parar esse mercado. Aliás, opções de IAs gratuitas já não são mais problema.

Para a criação de imagens, profissionais de design do mundo inteiro têm se valido de plataformas como Dall-E (dos mesmos criadores do ChatGPT) e da tão famosa Midjourney, que já até ganhou um concurso de arte e é responsável pelas fotos do Papa de jaqueta puffer, que viralizou nas redes há algumas semanas.

E a redação também não ficou de fora. Ferramentas como Copy.AI, Wordtune, Writesonic e o próprio ChatGPT já fazem parte do dia a dia de publicitários, marqueteiros e jornalistas. É importantíssimo ressaltar que essas plataformas não são capazes de pensar por conta própria (ainda!), então elas não vão produzir conteúdos realmente originais, apenas otimizar tempo, processos e dar insights para que as verdadeiras mentes criativas sejam capazes de produzir mais conteúdo com menos esforço e recursos.

Seja qual for o uso que você der a ela, o fato é que é preciso aprender sobre isso e se adaptar a essas tendências, que já são a diferença entre liderança de mercado e defasagem de marca.

Compartilhar:

Artigos relacionados

Quando o corpo pede pausa e o negócio pede pressa

Entre liderança e gestação, uma lição essencial: não existe performance sustentável sem energia. Pausar não é fraqueza, é gestão – e admitir limites pode ser o gesto mais poderoso para cuidar de pessoas e negócios.

Cultura organizacional, Gestão de pessoas & arquitetura de trabalho
17 de setembro de 2025
Ignorar o talento sênior não é só um erro cultural - é uma falha estratégica que pode custar caro em inovação, reputação e resultados.

João Roncati - Diretor da People + Strategy

3 minutos min de leitura
Inovação
16 de setembro de 2025
Enquanto concorrentes correm para lançar coleções sazonais inspiradas em tendências efêmeras, o Boticário demonstra que compreende um princípio fundamental: o verdadeiro valor do design não está na estética superficial, mas em sua capacidade de gerar impacto social e econômico simultaneamente. A linha Make B., vencedora do iF Design Award 2025, não é um produto de beleza – é um manifesto estratégico.

Magnago

4 minutos min de leitura
Cultura organizacional, Bem-estar & saúde, Gestão de pessoas & arquitetura de trabalho
15 de setembro de 2025
O luto não pede licença - e também acontece dentro das empresas. Falar sobre dor é parte de construir uma cultura organizacional verdadeiramente humana e segura.

Virginia Planet - Sócia e consultora da House of Feelings

2 minutos min de leitura
Marketing & growth, Inovação & estratégia, Tecnologia & inteligencia artificial
12 de setembro de 2025
O futuro do varejo já está digitando na sua tela. O WhatsApp virou canal de vendas, atendimento e fidelização - e está redefinindo a experiência do consumidor brasileiro.

Leonardo Bruno Melo - Global head of sales da Connectly

4 minutos min de leitura
Liderança, Cultura organizacional, Inovação & estratégia, Tecnologia & inteligencia artificial
11 de setembro de 2025
Agilidade não é sobre seguir frameworks - é sobre gerar valor. Veja como OKRs e Team Topologies podem impulsionar times de produto sem virar mais uma camada de burocracia.

João Zanocelo - VP de Produto e Marketing e cofundador da BossaBox

3 minutos min de leitura
Cultura organizacional, compliance, Gestão de pessoas & arquitetura de trabalho, Liderança
10 de setembro de 2025
Ambientes tóxicos nem sempre vêm da cultura - às vezes, vêm de uma única pessoa. Entenda como identificar e conter comportamentos silenciosos que desestabilizam equipes e ameaçam a saúde organizacional.

Tatiana Pimenta - CEO da Vittude

5 minutos min de leitura
Cultura organizacional, Gestão de pessoas & arquitetura de trabalho, Inovação & estratégia
9 de setembro de 2025
Experiência também é capital. O ROEx propõe uma nova métrica para valorizar o repertório acumulado de profissionais em times multigeracionais - e transforma diversidade etária em vantagem estratégica.

Fran Winandy e Martin Henkel

10 minutos min de leitura
Inovação
8 de setembro de 2025
No segundo episódio da série de entrevistas sobre o iF Awards, Clarissa Biolchini, Head de Design & Consumer Insights da Electrolux nos conta a estratégia por trás de produtos que vendem, encantam e reinventam o cuidado doméstico.

Rodrigo Magnago

2 minutos min de leitura
Tecnologia & inteligencia artificial
2025

José Blatazar S. Osório de Andrade Guerra, professor e coordenador na Unisul, fundador e líder do Centro de Desenvolvimento Sustentável (Greens, Unisul)

0 min de leitura
Tecnologia & inteligencia artificial
2025

Felipe Knijnik, diretor da BioPulse

0 min de leitura

Baixe agora mesmo a nossa nova edição!

Dossiê #170

O que ficou e o que está mudando na gangorra da gestão

Esta edição especial, que foi inspirada no HSM+2025, ajuda você a entender o sobe-e-desce de conhecimentos e habilidades gerenciais no século 21 para alcançar a sabedoria da liderança

Baixe agora mesmo a nossa nova edição!

Dossiê #170

O que ficou e o que está mudando na gangorra da gestão

Esta edição especial, que foi inspirada no HSM+2025, ajuda você a entender o sobe-e-desce de conhecimentos e habilidades gerenciais no século 21 para alcançar a sabedoria da liderança