Tecnologias exponenciais
5 min de leitura

“Privacidade só se torna prioridade quando já foi comprometida”, destaca Meredith Whittaker

No SXSW 2025, Meredith Whittaker alertou sobre o crescente controle de dados por grandes empresas e governos. A criptografia é a única proteção real, mas enfrenta desafios diante da vigilância em massa e da pressão por backdoors. Em um mundo onde IA e agentes digitais ampliam a exposição, entender o que está em jogo nunca foi tão urgente.
Marcel Nobre é empreendedor, pesquisador, palestrante, TEDx Speaker e professor de inovação, tecnologias, IA, liderança e educação. Graduado em Administração de Empresas pela FEI, possui MBA em Gestão Empresarial pela FIA/USP, além de especializações em Letramento em Futuros, Neurociência e Metaverso. É fundador e CEO da BetaLab, uma edtech inovadora, e atua como professor na HSM/Singularity, FIA Business School, Startse e Belas Artes, além de ser mentor de Startups pela Ace Startups.

Compartilhar:

Whitakker SXSW@

A conversa sobre segurança e confidencialidade online entre Guy Kawasaki e Meredith Whittaker se destacou pelas declarações contrárias aos agentes de IA que são usados para garantir cibersegurança. A presidente do Signal, Meredith, trouxe um alerta no SXSW 2025: vivemos em um mundo cada vez mais vigiado, onde poucas empresas concentram dados extremamente sensíveis sobre nossas vidas. Mas há saída: fortalecer a criptografia, reduzir a coleta de dados e entender o que está em jogo.

A criptografia é a única proteção real. Não há espaço mais para uso de dados compartilhados e achar que estamos seguro com estas atividades. Whittaker defendeu que a única forma de garantir privacidade é não armazenar dados desnecessários. O Signal, por exemplo, não guarda histórico de mensagens nem metadados, tornando impossível que terceiros acessem essas informações.

Outro ponto levantado na conversa foi a interferência dos agentes públicos. Não há motivo e nem sentido para que o backdoor seja acessado por governantes. Para os palestrantes, não deveríamos ceder a pressões para permitir acesso secreto a mensagens de usuários. Como é de código aberto, qualquer mudança nesse sentido seria imediatamente descoberta.

Enquanto a conversa fluia, pudemos perceber estes dois movimentos que estão sendo tratados como preocupação e cautela. A privacidade digital está ameaçada, mas ainda há caminhos para protegê-la. Aplicativos realmente seguros, mudanças de hábito e mais consciência sobre o uso dos nossos dados podem fazer a diferença.

O que está em jogo quando falamos de segurança digital?

1. O perigo da concentração de dados

Grandes empresas armazenam mensagens, localização, preferências e até vulnerabilidades dos usuários. Esse poder já é usado para vender produtos – ou manipular decisões políticas e sociais. WhatsApp, Telegram e iMessage não são tão privados quanto parecem e estão em ação com interesses políticos. Whittaker explicou que, embora alguns apps usem criptografia, ainda coletam metadados: quem falou com quem, quando e de onde. Essa informação é valiosa e pode ser explorada de várias formas.
Um exemplo disso foi nos EUA, quando uma mulher foi condenada após o Facebook entregar suas mensagens diretas à polícia. O caso expõe como dados armazenados podem ser usados contra qualquer pessoa.

2. Ataques hackers e espionagem governamental

Em 2024, um ataque hacker expôs dados de milhões de americanos, incluindo registros de chamadas, localização e mensagens. Esse vazamento mostrou os riscos de backdoors e falhas em sistemas de comunicação. No Brasil, tivemos este mesmo problema relacionado ao nosso governo e no começo dessa década pelo SERASA.

Cada vez mais temos ataques hackers preparados e que são feitos em diferentes pontos. Não há mais este alvo único, mas cada acesso que sua empresa permite em sites, inteligências artificiais e outros softwares, mais seu alcance para uma invasão de dados cresce, tornando seu produto vulnerável.

Olho nisso que o futuro é fantástico, mas tem quem use as inovações para questões problemáticas.

Compartilhar:

Marcel Nobre é empreendedor, pesquisador, palestrante, TEDx Speaker e professor de inovação, tecnologias, IA, liderança e educação. Graduado em Administração de Empresas pela FEI, possui MBA em Gestão Empresarial pela FIA/USP, além de especializações em Letramento em Futuros, Neurociência e Metaverso. É fundador e CEO da BetaLab, uma edtech inovadora, e atua como professor na HSM/Singularity, FIA Business School, Startse e Belas Artes, além de ser mentor de Startups pela Ace Startups.

Artigos relacionados

Relacionamentos geram resultados

Em tempos de alta performance e tecnologia, o verdadeiro diferencial está na empatia: um ativo invisível que transforma vínculos em resultados.

Bem-estar & saúde
Cuidar da saúde mental virou pauta urgente - nas empresas, nas escolas, nas nossas casas. Em um mundo acelerado e hiperexposto, desacelerar virou ato de coragem.

Viviane Mansi - Conselheira de empresas, mentora e professora

3 minutos min de leitura
Marketing & growth
14 de outubro de 2025
Se 90% da decisão de compra acontece antes do primeiro contato, por que seu time ainda espera o cliente bater na porta?

Mari Genovez - CEO da Matchez

3 minutos min de leitura
ESG
13 de outubro de 2025
ESG não é tendência nem filantropia - é estratégia de negócios. E quando o impacto social é parte da cultura, empresas crescem junto com a sociedade.

Ana Fontes - Empreendeedora social, fundadora da Rede Mulher Empreendedora (RME) e do Instituto RME

3 minutos min de leitura
Gestão de pessoas & arquitetura de trabalho, Estratégia
10 de outubro de 2025
Com mais de um século de história, a Drogaria Araujo mostra que longevidade empresarial se constrói com visão estratégica, cultura forte e design como motor de inovação.

Rodrigo Magnago

6 minutos min de leitura
Gestão de pessoas & arquitetura de trabalho, Liderança
9 de outubro de 2025
Em tempos de alta performance e tecnologia, o verdadeiro diferencial está na empatia: um ativo invisível que transforma vínculos em resultados.

Laís Macedo, Presidente do Future is Now

3 minutos min de leitura
Gestão de pessoas & arquitetura de trabalho, Bem-estar & saúde, Finanças
8 de outubro de 2025
Aos 40, a estabilidade virou exceção - mas também pode ser o início de um novo roteiro, mais consciente, humano e possível.

Lisia Prado, sócia da House of Feelings

5 minutos min de leitura
Cultura organizacional, Gestão de pessoas & arquitetura de trabalho
7 de outubro de 2025
O trabalho flexível deixou de ser tendência - é uma estratégia de RH para atrair talentos, fortalecer a cultura e impulsionar o desempenho em um mundo que já mudou.

Natalia Ubilla, Diretora de RH no iFood Pago e iFood Benefícios

7 minutos min de leitura
Bem-estar & saúde, Gestão de pessoas & arquitetura de trabalho
6 de outubro de 2025
Como a evolução regulatória pode redefinir a gestão de pessoas no Brasil

Tatiana Pimenta, CEO da Vittude

4 minutos min de leitura
Liderança, Cultura organizacional, Gestão de pessoas & arquitetura de trabalho
3 de outubro de 2025
Ser CEO é mais que ocupar o topo - para mulheres, é desafiar estereótipos e transformar a liderança em espaço de pertencimento e impacto.

Giovana Pacini, Country Manager da Merz Aesthetics® Brasil

3 minutos min de leitura
Tecnologia & inteligencia artificial, Gestão de pessoas & arquitetura de trabalho
3 de outubro de 2025
A IA está redefinindo o trabalho - e cabe ao RH liderar a jornada que equilibra eficiência tecnológica com desenvolvimento humano e cultura organizacional.

Michelle Cascardo, Latam Sr Sales Manager na Deel

5 minutos min de leitura