A conversa sobre segurança e confidencialidade online entre Guy Kawasaki e Meredith Whittaker se destacou pelas declarações contrárias aos agentes de IA que são usados para garantir cibersegurança. A presidente do Signal, Meredith, trouxe um alerta no SXSW 2025: vivemos em um mundo cada vez mais vigiado, onde poucas empresas concentram dados extremamente sensíveis sobre nossas vidas. Mas há saída: fortalecer a criptografia, reduzir a coleta de dados e entender o que está em jogo.
A criptografia é a única proteção real. Não há espaço mais para uso de dados compartilhados e achar que estamos seguro com estas atividades. Whittaker defendeu que a única forma de garantir privacidade é não armazenar dados desnecessários. O Signal, por exemplo, não guarda histórico de mensagens nem metadados, tornando impossível que terceiros acessem essas informações.
Outro ponto levantado na conversa foi a interferência dos agentes públicos. Não há motivo e nem sentido para que o backdoor seja acessado por governantes. Para os palestrantes, não deveríamos ceder a pressões para permitir acesso secreto a mensagens de usuários. Como é de código aberto, qualquer mudança nesse sentido seria imediatamente descoberta.
Enquanto a conversa fluia, pudemos perceber estes dois movimentos que estão sendo tratados como preocupação e cautela. A privacidade digital está ameaçada, mas ainda há caminhos para protegê-la. Aplicativos realmente seguros, mudanças de hábito e mais consciência sobre o uso dos nossos dados podem fazer a diferença.
O que está em jogo quando falamos de segurança digital?
1. O perigo da concentração de dados
Grandes empresas armazenam mensagens, localização, preferências e até vulnerabilidades dos usuários. Esse poder já é usado para vender produtos – ou manipular decisões políticas e sociais. WhatsApp, Telegram e iMessage não são tão privados quanto parecem e estão em ação com interesses políticos. Whittaker explicou que, embora alguns apps usem criptografia, ainda coletam metadados: quem falou com quem, quando e de onde. Essa informação é valiosa e pode ser explorada de várias formas.
Um exemplo disso foi nos EUA, quando uma mulher foi condenada após o Facebook entregar suas mensagens diretas à polícia. O caso expõe como dados armazenados podem ser usados contra qualquer pessoa.
2. Ataques hackers e espionagem governamental
Em 2024, um ataque hacker expôs dados de milhões de americanos, incluindo registros de chamadas, localização e mensagens. Esse vazamento mostrou os riscos de backdoors e falhas em sistemas de comunicação. No Brasil, tivemos este mesmo problema relacionado ao nosso governo e no começo dessa década pelo SERASA.
Cada vez mais temos ataques hackers preparados e que são feitos em diferentes pontos. Não há mais este alvo único, mas cada acesso que sua empresa permite em sites, inteligências artificiais e outros softwares, mais seu alcance para uma invasão de dados cresce, tornando seu produto vulnerável.
Olho nisso que o futuro é fantástico, mas tem quem use as inovações para questões problemáticas.