Inteligência artificial e gestão, Transformação Digital

Quais são os erros mais comuns no uso da Inteligência Artificial?

A GenAI é uma ótima opção para nos ajudar em questões cotidianas, principalmente em nossos negócios. Porém, precisamos ter cautela e parar essa reprodutibilidade desenfreada.
Fundador e CMO da Web Estratégica, agência pioneira nos mercados de otimização de mecanismos de busca (SEO, na sigla em inglês) e marketing de conteúdo no Brasil, atende empresas como Magazine Luiza, Netshoes, Americanas, Electrolux, e Panvel. É co-fundador da Nova Escola de Marketing e autor do livro: “Marketing de Conteúdo: A Moeda do Século XXI”

Compartilhar:

A revolução digital impulsionada pela inteligência artificial promete transformar setores, otimizar processos e agilizar tarefas. Particularmente, tenho acompanhado de perto a adoção e o uso dessa tecnologia, mas, à medida que avançamos nesta jornada de IA, é essencial reconhecer e aprender com os erros que acompanham esse avanço tecnológico.

Um dos erros mais comuns que observo é a falta de compreensão sobre as capacidades, mas principalmente as limitações da inteligência artificial. Muitos gestores e profissionais de marketing se empolgam com a promessa de automação e eficiência proporcionada pela IA, sem considerar os contextos específicos em que ela pode ou não ser aplicada com sucesso. Isso leva a expectativas irreais e, consequentemente, a projetos mal planejados, mal executados e resultados decepcionantes.

__Dados em massa__

Outro equívoco comum é subestimar a importância do treinamento e da qualidade dos dados. As ferramentas de IA dependem fortemente de conjuntos de dados de alta qualidade para funcionar de maneira eficaz. Ignorar esse aspecto pode resultar em decisões inadequadas, o que não só compromete os resultados esperados, mas também pode causar danos à reputação da marca.

Aqui, também podemos citar o uso de prompts mal pensados, que acabam gerando respostas sem resultados positivos e, na maioria das vezes, frases prolixas. Por mais que a IA seja mais rápida que um ser humano no levantamento de novas ideias, no qualitativo, o ser humano é indispensável.

__Sempre revisar o que foi feito, por um ser humano especialista e experiente no assunto__

Muitas empresas cometem o erro de não envolver especialistas humanos na implementação e uso de sistemas baseados em IA. A tecnologia, por mais avançada que seja, ainda requer a supervisão e o conhecimento humano para interpretar os resultados e garantir que nenhuma citação esteja errada. Para mim, este é o maior erro no uso de IA: não se atentar à revisão.

Verificar a qualidade do produto final é essencial, pois não podemos esperar que a tecnologia tenha noção se o conteúdo no qual ela está se referenciando tem algum viés ou que ela crie algo sem precedentes. Por conta de seu grande banco de dados, as informações que a tecnologia fornece são cruzadas e acabam sendo criadas sem que realmente possam ser comprovadas. Para essa comprovação, é preciso da checagem e validação das informações, o que somente o ser humano pode fazer.

Além disso, é importante também uma revisão simples, mas muito necessária, do texto, eliminando rebuscamentos, repetições e outros problemas de linguagem que frequentemente a IA acaba trazendo nos textos.

__Vieses mascarados__

Um erro que tem implicações profundas para o funcionamento a longo prazo das soluções de IA é a negligência em não considerar suas consequências éticas. Desde questões de privacidade até preocupações com viés algorítmico, é fundamental que as empresas incorporem uma abordagem ética em todas as fases de uso de soluções baseadas em IA.

Como a IA não possui discernimento sobre o que ela realmente está escrevendo, a ferramenta acaba, muitas vezes, por tomar um viés político ou social, com base em seus milhares de dados, sem saber que aquilo é um viés. Isso, na maioria das vezes, acaba fazendo com que os conteúdos fiquem presos às mesmas ideias e aos mesmos vícios de linguagem.

__Usar a ferramenta como substituto do humano__

Em todos esses pontos, o erro mais comum e mais grave é acreditar que a ferramenta substitui o elemento humano. Ela agrega uma agilidade impressionante e pode acelerar muitos os processos, mas o centro de uma estratégia é o elemento humano, que vai direcionar a ferramenta para obter esses bons resultados, e precisa ser um especialista para fazer isso com sucesso.

Costumo dizer que um conteúdo deve cumprir uma função: oferecer um ponto de vista, uma opinião ou um direcionamento. Esse tipo de valor precisa ser agregado por um ser humano, que traga originalidade ao material base gerado pela IA.

Quando aplicada estrategicamente, a inteligência artificial oferece um potencial enorme para impulsionar o crescimento e a inovação de empresas. No entanto, devemos abordá-la com cuidado, entendendo seus desafios, para que seus principais benefícios possam ser absorvidos com sucesso.

Compartilhar:

Artigos relacionados

Relacionamentos geram resultados

Em tempos de alta performance e tecnologia, o verdadeiro diferencial está na empatia: um ativo invisível que transforma vínculos em resultados.

Bem-estar & saúde
Cuidar da saúde mental virou pauta urgente - nas empresas, nas escolas, nas nossas casas. Em um mundo acelerado e hiperexposto, desacelerar virou ato de coragem.

Viviane Mansi - Conselheira de empresas, mentora e professora

3 minutos min de leitura
Marketing & growth
14 de outubro de 2025
Se 90% da decisão de compra acontece antes do primeiro contato, por que seu time ainda espera o cliente bater na porta?

Mari Genovez - CEO da Matchez

3 minutos min de leitura
ESG
13 de outubro de 2025
ESG não é tendência nem filantropia - é estratégia de negócios. E quando o impacto social é parte da cultura, empresas crescem junto com a sociedade.

Ana Fontes - Empreendeedora social, fundadora da Rede Mulher Empreendedora (RME) e do Instituto RME

3 minutos min de leitura
Gestão de pessoas & arquitetura de trabalho, Estratégia
10 de outubro de 2025
Com mais de um século de história, a Drogaria Araujo mostra que longevidade empresarial se constrói com visão estratégica, cultura forte e design como motor de inovação.

Rodrigo Magnago

6 minutos min de leitura
Gestão de pessoas & arquitetura de trabalho, Liderança
9 de outubro de 2025
Em tempos de alta performance e tecnologia, o verdadeiro diferencial está na empatia: um ativo invisível que transforma vínculos em resultados.

Laís Macedo, Presidente do Future is Now

3 minutos min de leitura
Gestão de pessoas & arquitetura de trabalho, Bem-estar & saúde, Finanças
8 de outubro de 2025
Aos 40, a estabilidade virou exceção - mas também pode ser o início de um novo roteiro, mais consciente, humano e possível.

Lisia Prado, sócia da House of Feelings

5 minutos min de leitura
Cultura organizacional, Gestão de pessoas & arquitetura de trabalho
7 de outubro de 2025
O trabalho flexível deixou de ser tendência - é uma estratégia de RH para atrair talentos, fortalecer a cultura e impulsionar o desempenho em um mundo que já mudou.

Natalia Ubilla, Diretora de RH no iFood Pago e iFood Benefícios

7 minutos min de leitura
Bem-estar & saúde, Gestão de pessoas & arquitetura de trabalho
6 de outubro de 2025
Como a evolução regulatória pode redefinir a gestão de pessoas no Brasil

Tatiana Pimenta, CEO da Vittude

4 minutos min de leitura
Liderança, Cultura organizacional, Gestão de pessoas & arquitetura de trabalho
3 de outubro de 2025
Ser CEO é mais que ocupar o topo - para mulheres, é desafiar estereótipos e transformar a liderança em espaço de pertencimento e impacto.

Giovana Pacini, Country Manager da Merz Aesthetics® Brasil

3 minutos min de leitura
Tecnologia & inteligencia artificial, Gestão de pessoas & arquitetura de trabalho
3 de outubro de 2025
A IA está redefinindo o trabalho - e cabe ao RH liderar a jornada que equilibra eficiência tecnológica com desenvolvimento humano e cultura organizacional.

Michelle Cascardo, Latam Sr Sales Manager na Deel

5 minutos min de leitura