Uncategorized

Quem inspira você: a velha ou a nova economia?

O maior aprendizado de um gestor é deixar de ver as velhas empresas como sua principal fonte de inspiração
é cofundador de diversas iniciativas empreendedoras, como a empresa de cursos livres Perestroika, internacionalizada. Escreveu o livro VLEF e é futurista formado pela Singularity University e pelo TIP/Universidade Hebraica de Jerusalém. Também estudou no think tank Institute for the Future e no MIT, com Thomas W. Malone.

Compartilhar:

Você certamente conhece Ford, Walmart e Exxon Mobil. Não tenho dúvida de que sabe explicar os produtos e serviços dessas empresas, seus modelos de negócio e até listar alguns cases interessantes. 

Agora, me arrisco a dizer que você não tem o mesmo conhecimento sobre GitHub, Shapeways ou Kaggle.T alvez seja uma das primeiras vezes que ouve falar das três. Ford, Walmart e Exxon Mobil são grandes empresas, reconhecidas mundialmente e cheias de méritos. São gigantes, mas da velha economia. 

GitHub, Shapeways e Kaggle não são tão pujantes assim, porém as três estão no ranking das dez companhias mais exponenciais do mundo. Não é curioso que a gente conheça tão bem as três primeiras e tão pouco as três últimas? O mesmo fenômeno se repete com as empresas do Brasil. Você provavelmente conhece os gigantes nacionais, os nomes por trás desses gigantes e os cases de sucesso. 

Mas seu olhar também está atento à nova economia? Por exemplo: em 2014, a Cia. das Letras/Portfolio Penguin lançou o livro Empreendedorismo Criativo, que compilou as nove empresas brasileiras protagonistas da nova economia do País.  Você as conhece? Sabe o que fazem? Sabe por que são tão diferentes? Meu maior aprendizado como empreendedor foi deixar de ver a velha economia como inspiração.  As métricas de sucesso dessas empresas não fazem o menor sentido no mundo atual.  

As hierarquias, a operação sob o método de comando e controle, o fluxo linear, a departamentalização com hiperespecialistas: tudo isso é muito parecido com o final do século 18. Fui um dos primeiros brasileiros que se formaram e estudaram profundamente foresight & future studies. Hoje, sou futurista e ajudo empresas a entender as revoluções que estão por vir. 

Essa atividade, que me obriga a estar diretamente envolvido com lideranças de diferentes mercados, me ajuda a perceber como a velha economia ainda tem dificuldades de se reinventar. Veja, por exemplo, os números do grande estudo da Cisco, que entrevistou 941 líderes empresariais de todo o mundo, inclusive do Brasil. 

Com base nas respostas, conclui-se que 40% das empresas não sobreviverão ao novo paradigma digital. Uma parcela importante já sofrerá consequências nos próximos quatro anos. Não conheço nenhum empresário que se enxergue nesses 40%. Todos com quem converso, sem exceção, fazem um grande esforço para me contar das mudanças internas, das novas aquisições – e de como os concorrentes estão comendo poeira. 

Coincidência ou não, nenhum até hoje conseguiu me listar de cabeça as dez empresas mais exponenciais do mundo. Ou mudamos nossa inspiração, ou deixamos de existir. Você realmente acha que o futuro deixará espaço para a velha economia?

Compartilhar:

Artigos relacionados

Há um fio entre Ada Lovelace e o CESAR

Fora do tempo e do espaço, talvez fosse improvável imaginar qualquer linha que me ligasse a Ada Lovelace. Mais improvável ainda seria incluir, nesse mesmo

Carreira, Cultura organizacional, Gestão de pessoas
A área de gestão de pessoas é uma das mais capacitadas para isso, como mostram suas iniciativas de cuidado. Mas precisam levar em conta quatro tipos de necessidades e assumir ao menos três papéis

Natalia Ubilla

3 min de leitura
Estratégia
Em um mercado onde a reputação é construída (ou desconstruída) em tempo real, não controlar sua própria narrativa é um risco que nenhum executivo pode se dar ao luxo de correr.

Bruna Lopes

7 min de leitura
Liderança
O problema está na literatura comercial rasa, nos wannabe influenciadores de LinkedIn, nos só cursos de final de semana e até nos MBAs. Mas, sobretudo, o problema está em como buscamos aprender sobre a liderança e colocá-la em prática.

Marcelo Santos

8 min de leitura
ESG
Inclua uma nova métrica no seu dashboard: bem-estar. Porque nenhum KPI de entrega importa se o motorista (você) está com o tanque vazio

Lilian Cruz

4 min de leitura
ESG
Flexibilidade não é benefício. É a base de uma cultura que transformou nossa startup em um caso real de inclusão sem imposições, onde mulheres prosperam naturalmente.

Gisele Schafhauser

5 min de leitura
Tecnologias exponenciais
O futuro da liderança em tempos de IA vai além da tecnologia. Exige preservar o que nos torna humanos em um mundo cada vez mais automatizado.

Manoel Pimentel

7 min de leitura
Tecnologias exponenciais
Setores que investiram em treinamento interno sobre IA tiveram 57% mais ganhos de produtividade. O segredo está na transição inteligente.

Vitor Maciel

6 min de leitura
Empreendedorismo
Autoconhecimento, mentoria e feedback constante: a nova tríade para formar líderes preparados para os desafios do trabalho moderno

Marcus Vaccari

6 min de leitura
Tecnologias exponenciais
Se seu atendimento não é 24/7, personalizado e instantâneo, você já está perdendo cliente para quem investiu em automação. O tempo de resposta agora é o novo preço da fidelização

Edson Alves

4 min de leitura
Inovação
Enquanto você lê mais um relatório de tendências, seus concorrentes estão errando rápido, abolindo burocracias e contratando por habilidades. Não é só questão de currículos. Essa é a nova guerra pela inovação.

Alexandre Waclawovsky

8 min de leitura