Liderança, Sociedade

Quem liga para os “nem-nem”?

Com milhões de jovens que não estudam e nem trabalham, os nem-nem, lideranças e empresas precisam criar oportunidades, experiências e estímulos para uma geração paralisada e sem perspectiva de futuro próximo
Elisa Rosenthal é a diretora presidente do Instituto Mulheres do Imobiliário. LinkedIn Top Voices, TEDx Speaker, produz e apresenta o podcast Vieses Femininos. Autora de Proprietárias: A ascensão da liderança feminina no setor imobiliário.

Compartilhar:

O ano começou com mais de 12 milhões de jovens que não estudam nem trabalham, segundo a consultoria IDados. Em efeito comparativo, essa juventude que tem entre 18 e 29 anos representa uma população maior que a da Bélgica e significa 30% dos jovens dessa faixa etária no Brasil.

Para termos uma ideia, num período de seis anos, de 2012 a 2018, [o número de “nem-nem” aumentou](https://www.revistahsm.com.br/post/futuro-do-trabalho-para-quem “Número de nem-nem”) em 1 milhão no País, saindo de 10 milhões de jovens para 11 milhões. Este foi o mesmo volume de crescimento de 2018 até agora, ou seja, em três anos.

Muito além da ineficiência para o Estado, este dado alarmante evoca desesperança.

## Geração paralisada, sem experiência e oportunidades

No final do ano passado, o publicitário e criador da N Ideas, Nizan Guanaes publicou um texto sobre a crise de esperança que vivemos e como ele desejava uma desesperança e um “desassossego” a todos nós.

O artigo provoca ainda mais quando coloca a indignação como um combustível, uma energia que nos mantém vivos e dispostos a querer mudar e fazer algo, pela falta da esperança de quem alguém o faça.

Um dos [principais motivos do aumento dessa geração paralisada](https://www.revistahsm.com.br/post/geracao-covid-e-a-juventude-potencia), segundo o levantamento da consultoria, é que a empregabilidade está atrelada à experiência prévia e, sem esta, os “nem-nem” continuam sem oportunidades.

### Nem-nem: caminhos diante da inércia

Seja por falta de abrir novas oportunidades para o ganho de experiência, seja por não oferecer o combustível necessário para promover uma “indignação” que convoque ao primeiro passo: o que falta para que uma faísca de vontade de trabalhar e/ou estudar surja numa juventude que possa estar indignada?
Existe uma inércia que precisa ser quebrada e ela passa pelas lideranças das empresas.

Como explica o autor americano de best-sellers Simon Sinek, exercer a liderança é sobre enxergar um futuro possível e construir o caminho necessário e possível para atingi-lo.

## Clamor por liderança

Cabe também aos que exercem posições de liderança o movimento extra necessário para que essa sensação de paralisia possa transmutar, movimentando os jovens e promovendo a esperança, que é de todos nós.

*Gostou do artigo da Elisa Tawil? Saiba mais sobre os desafios do mercado de trabalho, gestão e liderança assinando gratuitamente [nossas newsletters](https://www.revistahsm.com.br/newsletter “Newsletter da HSM Management”) e ouvindo [nossos podcasts](https://www.revistahsm.com.br/podcasts “Podcast da HSM Management “) na sua plataforma de streaming favorita.*

Compartilhar:

Artigos relacionados

Mercado de RevOps desponta e se destaca com crescimento acima da média 

O Revenue Operations (RevOps) está em franca expansão global, com estimativa de que 75% das empresas o adotarão até 2025. No Brasil, empresas líderes, como a 8D Hubify, já ultrapassaram as expectativas, mais que dobrando o faturamento e triplicando o lucro ao integrar marketing, vendas e sucesso do cliente. A Inteligência Artificial é peça-chave nessa transformação, automatizando interações para maior personalização e eficiência.

Uso de PDI tem sido negligenciado nas companhias

Apesar de ser uma ferramenta essencial para o desenvolvimento de colaboradores, o Plano de Desenvolvimento Individual (PDI) vem sendo negligenciado por empresas no Brasil. Pesquisa da Mereo mostra que apenas 60% das companhias avaliadas possuem PDIs cadastrados, com queda no engajamento de 2022 para 2023.

Regulamentação da IA: Como empresas podem conciliar responsabilidades éticas e inovação? 

A inteligência artificial (IA) está revolucionando o mundo dos negócios, mas seu avanço rápido exige uma discussão sobre regulamentação. Enquanto a Europa avança com regras para garantir benefícios éticos, os EUA priorizam a liberdade econômica. No Brasil, startups e empresas se mobilizam para aproveitar as vantagens competitivas da IA, mas aguardam um marco legal claro.

Governança estratégica: a gestão de riscos psicossociais integrada à performance corporativa

A gestão de riscos psicossociais ganha espaço nos conselhos, impulsionada por perdas estimadas em US$ 3 trilhões ao ano. No Brasil, a atualização da NR1 exige que empresas avaliem e gerenciem sistematicamente esses riscos. Essa mudança reflete o reconhecimento de que funcionários saudáveis são mais produtivos, com estudos mostrando retornos de até R$ 4 para cada R$ 1 investido

Liderança
Ascender ao C-level exige mais que habilidades técnicas: é preciso visão estratégica, resiliência, uma rede de relacionamentos sólida e comunicação eficaz para inspirar equipes e enfrentar os desafios de liderança com sucesso.

Claudia Elisa Soares

6 min de leitura
Diversidade, ESG
Enquanto a diversidade se torna uma vantagem competitiva, o reexame das políticas de DEI pelas corporações reflete tanto desafios econômicos quanto uma busca por práticas mais autênticas e eficazes

Darcio Zarpellon

8 min de leitura
Liderança
E se o verdadeiro poder da sua equipe só aparecer quando o líder estiver fora do jogo?

Lilian Cruz

3 min de leitura
ESG
Cada vez mais palavras de ordem, imperativos e até descontrole tomam contam do dia-dia. Nesse costume, poucos silêncios são entendidos como necessários e são até mal vistos. Mas, se todos falam, no fim, quem é que está escutando?

Renata Schiavone

4 min de leitura
Finanças
O primeiro semestre de 2024 trouxe uma retomada no crédito imobiliário, impulsionando o consumo e apontando um aumento no apetite das empresas por crédito. A educação empreendedora surge como um catalisador para o desenvolvimento de startups, com foco em inovação e apoio de mentorias.

João Boos

6 min de leitura
Cultura organizacional, Empreendedorismo
A ilusão da disponibilidade: como a pressão por respostas imediatas e a sensação de conexão contínua prejudicam a produtividade e o bem-estar nas equipes, além de minar a inovação nas organizações modernas.

Dorly

6 min de leitura
ESG
No texto deste mês do colunista Djalma Scartezini, o COO da Egalite escreve sobre os desafios profundos, tanto à saúde mental quanto à produtividade no trabalho, que a dor crônica proporciona. Destacando que empresas e gestores precisam adotar políticas de inclusão que levem em conta as limitações físicas e os altos custos associados ao tratamento, garantindo uma verdadeira equidade no ambiente corporativo.

Djalma Scartezini

4 min de leitura
Gestão de Pessoas
A adoção de políticas de compliance que integram diretrizes claras de inclusão e equidade racial é fundamental para garantir práticas empresariais que vão além do discurso, criando um ambiente corporativo verdadeiramente inclusivo, transparente e em conformidade com a legislação vigente.

Beatriz da Silveira

4 min de leitura
Inovação, Empreendedorismo
Linhas de financiamento para inovação podem ser uma ferramenta essencial para impulsionar o crescimento das empresas sem comprometer sua saúde financeira, especialmente quando associadas a projetos que trazem eficiência, competitividade e pioneirismo ao setor

Eline Casasola

4 min de leitura