Direto ao ponto

Quem moldará o futuro dos carros?

Professor de wharton afirma que as Empresas de tecnologia não substuirão as montadoras

Compartilhar:

Não vai ser fácil para as empresas de tecnologia assumir o volante da indústria automobilística, acredita John Paul MacDuffie, professor e diretor do programa de inovação em veículos e mobilidade da Wharton Business School.

Em geral, as empresas de tecnologia tendem a ser independentes e querem fazer tudo sozinhas. “Mas o automóvel é muito diferente da maioria dos equipamentos eletrônicos. É um objeto pesado, que se move rapidamente, funciona no espaço público e pode matar, invadir propriedades e causar muitos danos”, afirmou o pesquisador no podcast da escola.

O modus operandi das empresas de tecnologia envolve o desenvolvimento dos produtos e a contratação de indústrias estrangeiras na China, por exemplo, para a produção. Esse modelo, porém, não seria replicável no setor automotivo, segundo MacDuffie.

Ele acredita que as empresas de tecnologia que aspiram a produzir automóveis precisam entender a complexidade de restrições e exigências do setor. “Não se trata do que os clientes querem e precisam, e de fazer produtos práticos e inteligentes, mas de atender a requisitos de segurança, qualidade e padrões de emissão – um nível de exigência acima do que a indústria de eletrônicos está acostumada.”

O que mais se assemelha à responsabilidade que a indústria automotiva carrega são as preocupações com privacidade que hoje são imputadas às empresas de tecnologia. E isso se torna ainda mais grave quando se pensa na possibilidade de veículos autônomos serem hackeados.

## A lição de casa da Tesla
Para MacDuffie, a Tesla Motors é a única que realmente está fazendo a lição de casa. “A Tesla percorreu o caminho árido para se tornar uma fabricante de automóveis em si. E, em parte, comprovou que é preciso dominar as exigências que a indústria automobilística dominou ao longo do tempo para ser capaz de produzir um carro.” Ainda falta muito, porém, para que os protótipos de Elon Musk sejam produzidos em massa – esse é um desafio que o próprio empreendedor não cansa de citar. E MacDuffie ainda elenca outras dificuldades: a competividade e as margens baixas do setor.

Para que o carro do futuro seja elétrico, autônomo e conectado como se prevê, será preciso que as montadoras e as empresas de tecnologia criem modelos híbridos de trabalho. MacDuffie aposta que mudanças tecnológicas incrementais nos veículos tradicionais serão o caminho mais provável.

Compartilhar:

Artigos relacionados

Há um fio entre Ada Lovelace e o CESAR

Fora do tempo e do espaço, talvez fosse improvável imaginar qualquer linha que me ligasse a Ada Lovelace. Mais improvável ainda seria incluir, nesse mesmo

Carreira, Diversidade
Ninguém fala disso, mas muitos profissionais mais velhos estão discriminando a si mesmos com a tecnofobia. Eles precisam compreender que a revolução digital não é exclusividade dos jovens

Ricardo Pessoa

4 min de leitura
ESG
Entenda viagens de incentivo só funcionam quando deixam de ser prêmios e viram experiências únicas

Gian Farinelli

6 min de leitura
Liderança
Transições de liderança tem muito mais relação com a cultura e cultura organizacional do que apenas a referência da pessoa naquela função. Como estão estas questões na sua empresa?

Roberto Nascimento

6 min de leitura
Inovação
Estamos entrando na era da Inteligência Viva: sistemas que aprendem, evoluem e tomam decisões como um organismo autônomo. Eles já estão reescrevendo as regras da logística, da medicina e até da criatividade. A pergunta que nenhuma empresa pode ignorar: como liderar equipes quando metade delas não é feita de pessoas?

Átila Persici

6 min de leitura
Gestão de Pessoas
Mais da metade dos jovens trabalhadores já não acredita no valor de um diploma universitário — e esse é só o começo da revolução que está transformando o mercado de trabalho. Com uma relação pragmática com o emprego, a Geração Z encara o trabalho como negócio, não como projeto de vida, desafiando estruturas hierárquicas e modelos de carreira tradicionais. A pergunta que fica: as empresas estão prontas para se adaptar, ou insistirão em um sistema que não conversa mais com a principal força de trabalho do futuro?

Rubens Pimentel

4 min de leitura
Tecnologias exponenciais
US$ 4,4 trilhões anuais. Esse é o prêmio para empresas que souberem integrar agentes de IA autônomos até 2030 (McKinsey). Mas o verdadeiro desafio não é a tecnologia – é reconstruir processos, culturas e lideranças para uma era onde máquinas tomam decisões.

Vitor Maciel

6 min de leitura
ESG
Um ano depois e a chuva escancara desigualdades e nossa relação com o futuro

Anna Luísa Beserra

6 min de leitura
Empreendedorismo
Liderar na era digital: como a ousadia, a IA e a visão além do status quo estão redefinindo o sucesso empresarial

Bruno Padredi

5 min de leitura
Liderança
Conheça os 4 pilares de uma gestão eficaz propostos pelo Vice-Presidente da BossaBox

João Zanocelo

6 min de leitura
Inovação
Eventos não morreram, mas 78% dos participantes já rejeitam formatos ultrapassados. O OASIS Connection chega como antídoto: um laboratório vivo onde IA, wellness e conexões reais recriam o futuro dos negócios

Vanessa Chiarelli Schabbel

5 min de leitura