Você costuma procrastinar ou, como se diz popularmente, “empurrar com a barriga” seus trabalhos e outras tarefas? Mesmo sabendo que isso significará não cumprir prazos e, até mesmo, gerar algum prejuízo? Se a resposta é sim, você, muito provavelmente, também quer resolver o problema.
Em artigo no jornal The New York Times, o psicólogo Adam Grant, da Wharton School da University of Pennsylvania (EUA) e autor do best-seller Originais: como os inconformistas mudam o mundo, vai na contramão dos especialistas em gestão do tempo e recomenda cuidar, em primeiro lugar, das emoções.
“Procrastinamos quando uma tarefa desperta sentimentos como ansiedade, confusão ou tédio. E embora isso nos faça sentir melhor na hora, acabamos nos sentindo mal, e mais atrasados, no dia seguinte”, escreve.
Na prática, explica ele, isso significa que quem quer parar de deixar as coisas para depois não deve se concentrar na produtividade e em aprimorar a gestão do tempo. Em vez disso, o caminho é mudar a forma como faz o gerenciamento das emoções.
O primeiro passo é acabar com a dor autoinfligida, praticada especialmente pelos chamados perfeccionistas produtivos. Essas pessoas tendem a mirar sempre alto, com base em seus próprios padrões, e estão sempre preocupadas com o que os outros vão pensar. Nesse caso, quando se sente decepcionado com você mesmo, vale lembrar que somos humanos e que todos procrastinam às vezes. “Em seguida, comece a fazer planos para fechar a lacuna entre seu trabalho e suas expectativas”, recomenda o autor.
Outro passo significativo é reconsiderar quando realizar tarefas, preferindo os momentos do dia em que se está mais alerta. Grant destaca que, se você planeja fazer algo mais tarde porque sabe que conseguirá fazê-lo melhor, isso não é procrastinar.
Por fim, o autor destaca um estudo que mostra que, quando uma pessoa se senta ao lado de alguém que é duas vezes mais produtivo que a média, sua própria produtividade aumenta em cerca de 10%. “Às vezes, pessoas altamente produtivas tornam as tarefas mais divertidas ou mais significativas. Outras vezes, fazem a decisão de procrastinar ser algo tão doloroso que o progresso acaba parecendo um caminho mais atraente”, lembra Grant.
Para quem acha que o hábito de deixar para depois é uma doença sem remédio, Grant aponta caminhos bastante úteis. Ao mesmo tempo, porém, ressalta que lidar com o problema é um desafio permanente. “Sempre haverá tarefas indesejadas que despertam emoções igualmente indesejadas. Podemos aprender a evitar esses sentimentos”, garante.