Diversidade

Referências: checar ou não checar?

Se o candidato for bom demais para ser verdade, cheque suas referências. Se não for, cheque também
CEO da Amrop INNITI, Board Member, Lifelong Learner, Anticarreirista

Compartilhar:

Certa vez, entrevistamos uma pessoa que foi muito bem na entrevista. Pedimos referências e ela passou o contato de um importante líder corporativo, alguém que ainda não fazia parte da nossa rede. Avisou que deveríamos ligar em um horário específico. Foi o que fizemos e as referências foram excelentes.

Entretanto, tivemos uma sensação estranha. Estava tudo bom demais para ser verdade. Como uma amiga da Inniti conhecia o tal líder, perguntamos se aquele número passado pelo candidato era o mesmo que ela tinha.
A essa altura, você já sabe o final da história. Era uma fraude, e evitamos um problema grande. Para você não correr este risco, tenho algumas dicas.

Se for contratar com consultoria, não feche o processo antes de receber as referências. Além dos contatos informados pelo candidato, é importante que a consultoria pegue também algumas ‘blind references’, com pessoas que não tenham sido sugeridas por ele.

Se for contratar sem consultoria, ligue no telefone fixo da empresa (PABX) ou inicie o contato via email corporativo. É importante que você tenha em mãos um roteiro, como este que sugiro a seguir:

– Qual era a sua relação profissional com o candidato? (Empresa, cargo, duração)
– O que você destaca como pontos fortes, fracos e/ou a desenvolver?
– Como os pontos fracos afetavam a performance?
– Como você descreveria o estilo de liderança dele? O quão forte ele era em construir e desenvolver times? E em trabalhar em equipe (liderança lateral)? Você pode me dar exemplos?
– Competência técnica é uma fortaleza real?
– Por favor me fale sobre entrega nos prazos e confiabilidade. Pode me dar um exemplo de entrega sob pressão?
– Em uma escala de 0 a 10, em que patamar você encaixa essa pessoa? E em relação a outras pessoas que conheceu na mesma função? O que faria mover um ponto para cima?
– Qual foi o motivo da saída ou desligamento?
– Trabalharia novamente com ele?

Por fim, lembre-se que os profissionais não são fortes ou fracos de maneira absoluta. Pontos fracos ou a desenvolver podem não impactar em nada a função que a pessoa tem que desempenhar na sua empresa nesse momento.

Referências são uma parte importante de um processo de seleção e escolha. Mas apenas uma parte.

A propósito, um bom profissional também pegará referências da sua empresa. Mas isso já é assunto para uma das próximas colunas. =)

Compartilhar:

Artigos relacionados

Organização

Saúde psicossocial é inclusão

Quando 84% dos profissionais com deficiência relatam saúde mental afetada no trabalho, a nova NR-1 chega para transformar obrigação legal em oportunidade estratégica. Inclusão real nunca foi tão urgente

ESG
Home office + algoritmos = epidemia de solidão? Pesquisa Hibou revela que 57% dos brasileiros produzem mais em times multidisciplinares - no SXSW, Harvard e Deloitte apontam o caminho: reconexão intencional (5-3-1) e curiosidade vulnerável como antídotos para a atrofia social pós-Covid

Ligia Mello

6 min de leitura
Empreendedorismo
Em um mundo de incertezas, os conselhos de administração precisam ser estratégicos, transparentes e ágeis, atuando em parceria com CEOs para enfrentar desafios como ESG, governança de dados e dilemas éticos da IA

Sérgio Simões

6 min de leitura
Tecnologias exponenciais
Os cuidados necessários para o uso de IA vão muito além de dados e cada vez mais iremos precisar entender o real uso destas ferramentas para nos ajudar, e não dificultar nossa vida.

Eduardo Freire

7 min de leitura
Liderança
A Inteligência Artificial está transformando o mercado de trabalho, mas em vez de substituir humanos, deve ser vista como uma aliada que amplia competências e libera tempo para atividades criativas e estratégicas, valorizando a inteligência única do ser humano.

Jussara Dutra

4 min de leitura
Gestão de Pessoas
A história familiar molda silenciosamente as decisões dos líderes, influenciando desde a comunicação até a gestão de conflitos. Reconhecer esses padrões é essencial para criar lideranças mais conscientes e organizações mais saudáveis.

Vanda Lohn

5 min de leitura
Empreendedorismo
Afinal, o SXSW é um evento de quem vai, mas também de quem se permite aprender com ele de qualquer lugar do mundo – e, mais importante, transformar esses insights em ações que realmente façam sentido aqui no Brasil.

Dilma Campos

6 min de leitura
Uncategorized
O futuro das experiências de marca está na fusão entre nostalgia e inovação: 78% dos brasileiros têm memórias afetivas com campanhas (Bombril, Parmalat, Coca-Cola), mas resistem à IA (62% desconfiam) - o desafio é equilibrar personalização tecnológica com emoções coletivas que criam laços duradouros

Dilma Campos

7 min de leitura
Gestão de Pessoas
O aprendizado está mudando, e a forma de reconhecer habilidades também! Micro-credenciais, certificados e badges digitais ajudam a validar competências de forma flexível e alinhada às demandas do mercado. Mas qual a diferença entre eles e como podem impulsionar carreiras e instituições de ensino?

Carolina Ferrés

9 min de leitura
Inovação
O papel do design nem sempre recebe o mérito necessário. Há ainda quem pense que se trata de uma área do conhecimento que é complexa em termos estéticos, mas esse pensamento acaba perdendo a riqueza de detalhes que é compreender as capacidades cognoscíveis que nós possuímos.

Rafael Ferrari

8 min de leitura
Inovação
Depois de quatro dias de evento, Rafael Ferrari, colunista e correspondente nos trouxe suas reflexões sobre o evento. O que esperar dos próximos dias?

Rafael Ferrari

12 min de leitura