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Reinvenção = (I x F x A x E) L > C

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Estou tendo de me conter para não encher este editorial de citações de Einstein e Shakespeare. Os dois estão no panteão dos frasistas mais geniais que a humanidade já produziu e ilustram, como o leitor verá nesta edição, o artigo do investidor Scott Hartley sobre a importância de techies (profissionais STEM, de ciências, tecnologia, engenharia e matemática, como Einstein) e  fuzzies (profissionais de ciências humanas, como Shakespeare) trabalharem juntos na era digital. Estamos, todos nós, cultivando um péssimo hábito, alerta Hartley: o de valorizar só o que é técnico na era digital. Isso pode acabar com as empresas. “O hábito, esse demônio que devora todos os sentimentos”, diria Shakespeare com a voz de Hamlet. E devora a razão também…

No artigo sobre os quatro gigantes da tecnologia – Apple, Amazon, Facebook e Google –, que é nossa capa, a falsa disputa entre techies e fuzzies é igualmente relevante. Escrito por outro Scott, o Galloway,  professor da New York University, o texto conta como esses gigantes trapacearam no início de suas jornadas empreendedoras (embora agora rejeitem tudo isso). Eles são de tecnologia, mas a raiz do seu sucesso tem a ver com o comportamento, o lado fuzzy.

A combinação de techie e fuzzy pode ser analisada ainda à luz do artigo de Roger Martin e Jennifer Riel sobre o pensamento integrativo – a mesma teoria que levou Martin a ser eleito o maior pensador da gestão na atualidade no último ranking _Thinkers50_. Conciliar extremos é o verdadeiro caminho para criar algo novo, ensinam os dois com o exemplo do _Lego Movie._

Até na entrevista que inspirou o título deste editorial, sobre o algoritmo de reinvenção dos negócios, o profissional fuzzy marca presença: o L, elemento multiplicador de foco, alinhamento e execução etc. é de Liderança. O líder é quem, com seu comportamento, faz a fórmula funcionar, segundo a especialista Kate Sweetman. E quem apoia líderes? Com frequência, educadores, jornalistas especializados etc. Reinvenção que se preze, portanto, requer techies e fuzzies.

Eu diria que a mensagem desta revista é simples: “pode-se pescar com um verme que haja comido de um rei, e comer o peixe que se alimentou desse verme” _[risos]_. Com essas palavras, Hamlet quis mostrar que “um rei pode fazer um passeio pelos intestinos de um mendigo” – a decadência está logo ali na esquina para os menos avisados.

A sugestão está dada. É boa ideia você acionar Einsteins e Shakespeares na era digital.

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