Carreira

Retrospectiva de uma carreira executiva na área de marketing

Como me reconectar aos meus valores elevou minha consciência para ingressar numa zona de transformação pessoal

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Desde a época da escola, sempre soube que minha vocação me direcionava para atuar na área de comunicação, mas não sabia ao certo qual seria minha profissão. O jornalismo me atraia pela sua essência: a investigação e análise de informações para transmitir notícias relevantes para a sociedade.

Por outro lado, a área de relações públicas me instigava pelo dinamismo da disciplina de eventos, mas também pela responsabilidade da construção da imagem das organizações através da comunicação corporativa. No entanto, foi apenas no último ano da faculdade de relações públicas que realmente [encontrei a profissão que unia todos os aspectos da minha vocação](https://www.revistahsm.com.br/post/tomando-decisoes-dificeis): a área de marketing.

Em meu primeiro estágio na área, encontrei minha grande paixão, que unia a profundidade analítica com a criatividade, que integrava as competências financeiras com a inovação de produtos, que percorria o entendimento do consumidor até as ativações nos pontos de vendas. E, ao longo da minha carreira, as tantas outras disciplinas desta função central para o crescimento das organizações.

A comunicação evoluiu, o surgimento das mídias digitais transformou a forma de nos relacionarmos com consumidores e clientes. O [papel da liderança](https://www.revistahsm.com.br/post/quatro-elementos-para-construir-um-ambiente-que-inspira-e-desenvolve-pessoas) foi se transformando. A necessidade de desenvolver novas competências continuamente, redesenhar estruturas a cada ano, e todos os desafios que a evolução exponencial da tecnologia trouxe, me mantiveram sempre motivada e engajada em um processo de desenvolvimento pessoal e profissional ao longo de mais de 16 anos ocupando diferentes posições executivas em grandes multinacionais.

## Redescobertas

Foi somente quando me desconectei do mundo corporativo que pude compreender de fato como meus valores mais essenciais se conectavam à grande paixão que tenho pelo trabalho – e não pela profissão, pelo departamento ou pela posição que ocupava. Foi então que redescobri minhas principais fortalezas, que são as seguintes:

__1.__ O amor pela aprendizagem: [desenvolver novas habilidades, explorar diferentes assuntos](https://www.revistahsm.com.br/post/da-alfabetizacao-de-dados-a-alfabetizacao-emocional) e ampliar meu conhecimento (seja formal ou informalmente), que estão relacionados a uma grande curiosidade e vontade de acrescentar diariamente novas bagagens ao meu repertório.

__2.__ Liderança: [encorajar um grupo](https://www.revistahsm.com.br/post/sua-lideranca-e-inclusiva) de pessoas para realizar, para construir, para fazer coisas.

__3.__ Espiritualidade: minhas crenças precisam estar em coerência com um propósito maior, com um significado para as pessoas e para o mundo.

Hoje, numa [jornada empreendedora](https://www.revistahsm.com.br/post/a-nova-era-do-empreendedorismo), meus valores não mudaram – mas estou elevando a minha consciência da área de interesse próprio, onde o foco estava em satisfazer minha necessidade de segurança e proteção, de pertencer, de ter orgulho em ser quem eu era (ou ‘estava’), e uma ansiedade constante para atender essas necessidades – para uma área de transformação.

O foco desta área de consciência está em [abrir mão dos medos](https://mitsloanreview.com.br/post/seguranca-psicologica-a-base-do-alto-desempenho). Aos 40 anos, vejo que já tenho uma noção mais estabelecida da minha própria autoridade pessoal, e fui encontrando a minha voz. Escolhi viver ainda mais de acordo com os meus valores e crenças, aquilo que realmente me conecta à minha essência – a quem realmente sou.

Entender nossos valores nos ajuda a compreender melhor a nós mesmos, e por que agimos ou reagimos da maneira como fazemos. Entender nossos valores, nos ajuda a [tomarmos melhores decisões](https://mitsloanreview.com.br/post/o-grande-inimigo-da-inovacao), já que se tomamos uma decisão que não se alinha a um de nossos valores, isso gera extremo desconforto.

## Autorreflexão e valores

Portanto, a minha grande conclusão é que, para aqueles que estão no início de suas carreiras, o autoconhecimento através da conscientização dos seus valores pessoais, da compreensão verdadeira das suas motivações individuais, em conjunto com as suas crenças, ajudará a orientar melhor suas decisões de carreira.

E para quem já avançou, nunca é tarde. Aprender a gerenciar nossas necessidades é um processo para a vida toda. Muitas vezes, surgirão situações nas quais descobriremos que ainda temos crenças baseadas em medos, situações que nos frustram ou nos deixam ansiosos.

Assim, [desenvolver uma compreensão profunda de si](https://www.revistahsm.com.br/post/a-urgencia-da-transicao-ego-sistemica-para-eco-sistemica-nas-organizacoes) é o caminho para que você possa encontrar realização pessoal em tudo o que fizer, independentemente de sua profissão.

E você, já se reconectou aos seus valores mais essenciais? Coloca em prática diariamente suas grandes fortalezas?

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