Blockchain
6 min de leitura

Revolucionando a autenticidade com Blockchain e NFTs

Em sua estreia como colunista da HSM Management, Carolina Ferrés, fundadora da Blue City e partner na POK, traz atenção para a necessidade crescente de validar a autenticidade de informações e certificações, pois tecnologias como blockchain e NFTs, estão revolucionando a educação e diversos setores.
Carolina Ferrés é colunista da HSM Management, fundadora da plataforma The Blue City e partner na POK Brasil, uma plataforma que possibilita que qualquer instituição educacional, empresarial ou governamental emita e gerencie diplomas, credenciais e/ou certificações digitais verificáveis geradas com a tecnologia da Blockchain. Com sua visão e liderança, Carolina continua a impulsionar projetos que combinam tecnologia e educação.

Compartilhar:

As notícias falsas têm impactado o mundo de diversas maneiras, com consequências significativas em áreas como política, saúde pública, economia e sociedade. Com o desenvolvimento da inteligência artificial, a produção e disseminação de notícias falsas tende a aumentar a uma velocidade exponencial e precisamos desenvolver habilidades e ferramentas que nos ajudem a identificar rapidamente quando uma notícias é falsa. Dessa preocupação e habilidade coletiva depende o nosso futuro.

Imagina uma tecnologia que pudesse identificar em poucos cliques uma notícia falsa, ou pelo menos, verificar quem emitiu essa notícia? No contexto do setor da educação, por exemplo, estima-se que aproximadamente 50% dos diplomas e certificados que circulam nas redes sociais são falsos e não há forma de verificar a autenticidade. Para qualquer empresa pode ser uma grande dor de cabeça, além de um belo prejuízo, contratar um profissional que falsifica um certificado ou diploma. E em algumas profissões torna-se também muito perigoso. Imagina um certificado de realização de um curso falsificado em profissões como medicina e engenharia?

Outra área que sofre muito com as falsificações é a de ingressos para eventos, principalmente quando se trata de shows internacionais onde o ingresso tem um valor alto. Todo mundo conhece uma história ou já leu alguma notícia sobre alguém que caiu no golpe do ingresso falso, seja para assistir Taylor Swift ou para o Rock in Rio.

E onde entra a blockchain em tudo isso? Antes de mais nada, vamos fazer uma rápida recapitulação de como funciona essa tecnologia. Uma blockchain é um tipo de banco de dados distribuído e descentralizado que registra transações de maneira segura, transparente e imutável. As transações são agrupadas em blocos, que são interligados em uma cadeia (daí o nome blockchain). Cada bloco contém um conjunto de transações, um carimbo de tempo e uma referência ao bloco anterior, formando uma sequência cronológica.

A blockchain ganhou o conhecimento e a atenção do grande público em 2017 através das criptomoedas, com o Bitcoin puxando o carro, seguido pelo surgimento de várias outras, como por exemplo a Ethereum. Mas ela é uma tecnologia bem mais antiga – data de 2008 – e que possui vários outros formatos. Um deles é o NFT.

Um NFT (Non-Fungible Token) é um tipo especial de token criptográfico que representa a propriedade digital ou física única ou indivisível de um item específico. Enquanto criptomoedas como Bitcoin e Ethereum são fungíveis, ou seja, podem ser trocadas umas pelas outras em unidades iguais, os NFTs são únicos e não podem ser substituídos uns pelos outros de forma idêntica. A característica distintiva dos NFTs é que cada um possui um identificador exclusivo armazenado em um blockchain, geralmente na blockchain Ethereum. Isso permite rastrear a propriedade e a proveniência de cada NFT de forma transparente e imutável.

No cenário brasileiro ficaram conhecidos em 2021. Quem não se lembra quando Neymar lançou sua própria coleção de NFTs? Neymar se associou à plataforma de blockchain “Neymar Jr. Comics” para lançar uma série de NFTs baseados em histórias em quadrinhos digitais inspiradas em sua vida e carreira.

Em síntese, um NFT é um certificado digital único que prova a propriedade de um item digital específico usando a tecnologia blockchain. Eles são usados principalmente para representar ativos digitais como obras de arte digitais, vídeos, música, itens de jogos e em outros setores onde a autenticidade e a propriedade exclusiva de um item digital são valorizadas.

Nos últimos anos, o cenário educacional tem passado por transformações significativas, impulsionadas pela tecnologia e pela necessidade crescente de adaptação às demandas do mercado de trabalho. Uma das inovações mais promissoras é a integração da blockchain e da inteligência artificial (IA) com certificações educacionais, criando um ecossistema seguro, transparente e eficiente para a validação de competências e habilidades.

Se a tecnologia blockchain tem se destacado pela sua capacidade de armazenar dados de forma descentralizada e inviolável, aplicada ao setor educacional ela permite a emissão de certificações digitais que podem ser verificadas em tempo real por empregadores e instituições. Com a blockchain, diplomas, certificados e microcredenciais emitidos como NFTs garantem autenticidade e segurança. A POK (Proof of Knowledge), por exemplo, tem liderado essa transformação, capacitando instituições a emitir credenciais digitais verificáveis, facilitando a mobilidade acadêmica e profissional.

Um dos aspectos interessantes da plataforma é que não é preciso entender de blockchain ou NFT para poder utilizá-la, pois toda a programação da blockchain acontece no seu backend. No sistema criado pela POK, em poucos cliques é possível conferir a autenticidade do emissor do certificado digital. Outra característica importante é a possibilidade de criar trilhas de aprendizagem que se refletem em nano-certificados, micro-certificados e certificados.

O conceito de LifeLong Learning, ou aprendizagem ao longo da vida, nunca foi tão relevante. Em um mundo onde as habilidades se tornam obsoletas rapidamente, a educação contínua é essencial para manter a competitividade. As trilhas de aprendizagem surgem como uma solução eficaz, oferecendo caminhos personalizados que combinam cursos, certificações e experiências práticas, alinhados às necessidades e objetivos individuais.

O futuro da educação está diretamente ligado à capacidade de integrar novas tecnologias com métodos de ensino inovadores. A blockchain, as certificações digitais, a inteligência artificial e as trilhas de aprendizagem representam apenas o começo dessa revolução. À medida que avançamos, veremos um ecossistema educacional mais inclusivo, flexível e centrado no aprendiz, onde a educação contínua se torna uma realidade acessível para todos.

Estamos apenas começando a explorar o potencial dessa integração, e as possibilidades são infinitas. A colaboração entre instituições educacionais, empresas de tecnologia e o setor privado será fundamental para construir um futuro onde o aprendizado é verdadeiramente uma jornada para a vida toda.

Compartilhar:

Carolina Ferrés é colunista da HSM Management, fundadora da plataforma The Blue City e partner na POK Brasil, uma plataforma que possibilita que qualquer instituição educacional, empresarial ou governamental emita e gerencie diplomas, credenciais e/ou certificações digitais verificáveis geradas com a tecnologia da Blockchain. Com sua visão e liderança, Carolina continua a impulsionar projetos que combinam tecnologia e educação.

Artigos relacionados

A ilusão que alimenta a disrupção

Em um ambiente onde o amanhã já parece ultrapassado, o evento celebra a disrupção e a inovação, conectando ideias transformadoras a um público global. Abraçar a mudança e aprender com ela se torna mais do que uma estratégia: é a única forma de prosperar no ritmo acelerado do mercado atual.

De olho

Liderança, ética e o poder do exemplo: o caso Hunter Biden

Este caso reflete a complexidade de equilibrar interesses pessoais e responsabilidades públicas, tema crucial tanto para líderes políticos quanto corporativos. Ações como essa podem influenciar percepções de confiança e coerência, destacando a importância da consistência entre valores e decisões. Líderes eficazes devem criar um legado baseado na transparência e em práticas que inspirem equipes e reforcem a credibilidade institucional.

Lifelong learning
Quais tendências estão sendo vistas e bem recebidas nos novos formatos de aprendizagem nas organizações?

Vanessa Pacheco Amaral

ESG
Investimentos significativos em tecnologia, infraestrutura e políticas governamentais favoráveis podem tornar o país líder global do setor de combustíveis sustentáveis

Deloitte

Estratégia, Liderança, times e cultura, Cultura organizacional
À medida que o mercado de benefícios corporativos cresce as empresas que investem em benefícios personalizados e flexíveis não apenas aumentam a satisfação e a produtividade dos colaboradores, mas também se destacam no mercado ao reduzir a rotatividade e atrair talentos.

Rodrigo Caiado

Empreendedorismo, Liderança
Entendimento e valorização das características existentes no sistema, ou affordances, podem acelerar a inovação e otimizar processos, demonstrando a importância de respeitar e utilizar os recursos e capacidades já presentes no ambiente para promover mudanças eficazes.

Manoel Pimentel

ESG, Liderança, times e cultura, Liderança
Conheça e entenda como transformar o etarismo em uma oportunidade de negócio com Marcelo Murilo, VP de inovação e tecnologia da Benner e conselheiro do Instituto Capitalismo Consciente.

Marcelo Murilo

ESG
Com as eleições municipais se aproximando, é crucial identificar candidatas comprometidas com a defesa dos direitos das mulheres, garantindo maior representatividade e equidade nos espaços de poder.

Ana Fontes

ESG, Empreendedorismo
Estar na linha de frente da luta por formações e pelo desenvolvimento de oportunidades de emprego e educação é uma das frentes que Rachel Maia lida em seu dia-dia e neste texto a Presidente do Pacto Global da ONU Brasil traz um panorama sobre estes aspectos atuais.

Rachel Maia

Conteúdo de marca, Marketing e vendas, Marketing Business Driven, Liderança, times e cultura, Liderança
Excluído o fator remuneração, o que faz pessoas de diferentes gerações saírem dos seus empregos?

Bruna Gomes Mascarenhas

Blockchain
07 de agosto
Em sua estreia como colunista da HSM Management, Carolina Ferrés, fundadora da Blue City e partner na POK, traz atenção para a necessidade crescente de validar a autenticidade de informações e certificações, pois tecnologias como blockchain e NFTs, estão revolucionando a educação e diversos setores.
6 min de leitura
Transformação Digital, ESG
A gestão algorítmica está transformando o mundo do trabalho com o uso de algoritmos para monitorar e tomar decisões, mas levanta preocupações sobre desumanização e equidade, especialmente para as mulheres. A implementação ética e supervisão humana são essenciais para garantir justiça e dignidade no ambiente de trabalho.

Carine Roos