Business content, Gestão de pessoas

RH 5.0: o equilíbrio entre demandas do negócio e employee experience

Evento realizado por SAP discute o futuro (ou seria o presente?) da área de pessoas e abre caminhos sobre o emprego das tecnologias no dia a dia dos colaboradores

Compartilhar:

O estouro da pandemia em 2020 descortinou, enfim, o protagonismo do departamento de recursos humanos. Naquele momento, muitos gestores de pessoas participaram de decisões estratégicas junto à liderança. De lá para cá, o papel desses executivos se consolidou, trazendo à tona o que tem sido chamado de RH 5.0.

A premissa do RH 5.0 é a utilização das tecnologias para resolver as necessidades dos colaboradores, [focando no bem-estar das pessoas](https://www.revistahsm.com.br/post/de-chro-a-chief-of-experience-officer-cxo) – uma boa evolução. De uma área responsável apenas por contratações e demissões, o RH passou a dar conta de temas ainda mais pertinentes à jornada dos funcionários, como benefícios, engajamento e experiência, além de assumir um papel essencial na tomada de decisões, se posicionando como um time estratégico para os negócios.

Embora ainda não haja fórmula pronta para enfrentar os desafios contemporâneos, cabe ao head dessa área entender as particularidades humanas e equilibrá-las perante seu conhecimento do negócio, do mercado e da sociedade, a fim de pautar ações estratégicas, isso porque já está estabelecida a noção de que o capital humano é o maior ativo das empresas.

Nesse sentido, o [RH 5.0](https://event.on24.com/wcc/r/3102130/8FDFC5D1FA6997A3D8CE195C4AC83194?partnerref=hsm) tem sido importante para levantar algumas tendências, caso do reforço na automação de processos, principalmente para aqueles entendidos como repetitivos, possibilitando que o departamento direcione suas forças em questões que realmente tragam valor às organizações.

Entre as frentes de atuação, ferramentas digitais como people analytics têm se destacado, caracterizada pela coleta, organização e análise de dados dos funcionários. Essa inteligência torna claro aspectos e padrões presentes nas companhias e que podem ser trabalhados com o objetivo de melhorias na gestão e na tomada de decisões.

## Ponto de virada
Essa movimentação já havia sido iniciada antes de 2020, mas é impossível ignorar o peso da pandemia na evolução da área. “O RH está sendo empurrado para o protagonismo no novo mundo”, já destacava __HSM Management__ no [dossiê da edição 141 sobre “Os 30 aprendizados de cultura e RH”](https://www.revistahsm.com.br/edicoes/141-e-141-extra).

De fato, a covid-19 escancarou uma série de novas exigências aos líderes de pessoas, em especial, para garantir agilidade na gestão de times remotos e/ou híbridos, uma habilidade até então desconhecida por muitos. É de responsabilidade desses líderes, mais do que nunca, entender do negócio, suportar os demais gestores e acompanhar a experiência dos colaboradores, cuidando, mesmo à distância, de saúde física e mental de cada um deles.

Vale aqui um breve destaque ao tema da saúde mental dos colaboradores: assim que o trabalho remoto foi instituído para a grande maioria das empresas, profissionais por todo o planeta tiveram dificuldades ao equilibrar vida pessoal e trabalho de forma saudável para todos.

## Time alinhado
Com tantas frentes, o head de pessoas deve formar seu time tendo a autonomia como foco, pois dessa forma ele tem “pulverizada sua força, sua coragem, sua energia, sua inteligência, suas entregas durante uma crise”, declarou Lady Morais, especialista em pessoas da LM Consultoria, durante [entrevista para o dossiê 141](https://www.revistahsm.com.br/edicoes/141-e-141-extra) de __HSM Management__.

Logo, além de entender e estar alinhado aos negócios, o líder de RH precisa delegar confiança e responsabilidade e contar com um time de alta performance. Por isso, é esperada uma transformação do RH. Com a evolução da sociedade, da tecnologia e das organizações, o terreno se torna fértil para emergir o RH 5.0, de maneira a entregar muito mais valor ao negócio.

Como afirma o guru de RH Dave Ulrich em seu livro *Reinventing the organization: how companies can deliver radically greater value in fast-changing markets*, lançado em 2019, “a organização hierárquica tradicional está morta”. Nesta publicação, Ulrich traça um roteiro de como reinventar uma empresa que responda com agilidade a mercados em rápida transformação, e como liderá-la.

## Mundo BANI
Se o modelo hierárquico tradicional já tinha seu fim decretado em meio aos desafios do mundo VUCA (marcado pela volatilidade, incerteza, complexidade e ambiguidade, na sigla em inglês), imagine agora?

Afinal, [o mundo agora é BANI](https://www.mitsloanreview.com.br/post/o-modo-vuca-arrefece-boas-vindas-ao-bani), isto é, frágil, ansioso, não linear e incompreensível, na sigla em inglês, acrônimo criado pelo futurista Jamais Cascio. BANI ganhou relevância para descrever o cenário pós-pandêmico. “BANI remete à assimetria de informações”, diz Rafael Froes, diretor executivo de RH da Rede D’Or São Luiz. A ele coube uma tarefa gigantesca, já que a empresa, com 60 mil colaboradores, tem estado nas trincheiras da batalha contra a covid-19.

“O RH 5.0 precisa estar muito próximo do negócio, entender e ter a capacidade de se antecipar às necessidades, além de interpretar informações e tomar decisões rápidas”, avisa Froes, sem deixar de lado as tarefas de engajamento dos funcionários com uma comunicação fluida, ao mesmo tempo em que mantém proximidade com os executivos da companhia.

Essa visão é compartilhada por José Roberto Daniello, chief people officer da Alpargatas. Daniello agrega que quem atua em recursos humanos deve realizar escuta ativa e ter interesse genuíno pelas pessoas. “É preciso praticar a empatia; como dizemos é se colocar nas havaianas dos outros.”

## Talk show
Froes e Daniello participaram do “CHRO Talk Show: Perspectivas do RH 5.0”, o primeiro Encontro C-Level de 2021 da SAP Brasil, correalizado com a Gestão RH. A mediação do debate foi capitaneada por Marcus Almeida, VP Brasil de soluções de capital humano da SAP.

No evento, Fernanda Saraiva, diretora de RH da SAP Brasil, participou de um painel sobre [employee experience](https://www.revistahsm.com.br/post/experiencia-do-colaborador-alavanca-diversidade) e foi sabatinada por Renato Fiochi, CEO do Grupo Gestão RH. Fernanda dividiu com os espectadores como funciona a gestão de pessoas na companhia e seu caminho até percebeu a vantagem que as empresas dedicadas à experiência de seus funcionários tiveram quando a pandemia de covid-19 eclodiu.

“Ninguém estava preparado para o que estamos vivendo, mas para as empresas, que já trabalhavam preocupadas com a experiência das pessoas, foi mais fácil – ou menos difícil, como eu gosto de dizer – mudar o direcionamento”, afirmou Fernanda Saraiva. Para ela, o RH deve entender a estratégia do negócio, compreender o que as pessoas precisam, para então fazer ajustes de rota, o que foi fundamental na pandemia.

Com tamanha importância do RH, a tecnologia foi uma grande aliada, permitindo a criação de programas coletivos e, ao mesmo tempo, humanizando as relações. “É importante automatizar todos os processos, mas a tecnologia tem que ser utilizada para entender o que está acontecendo com cada colaborador”, pontuou a diretora da SAP.

A pedidos, esse CHRO Talk Show será reapresentado na sexta-feira, 21 de maio, às 13h30. O conteúdo é recheado por temas como people experience, liderança assertiva, transformação digital, cultura ágil, responsabilidade social, people analytics, flexibilidade e por aí vai. É possível conferir também uma solução desenvolvida por SAP durante a pandemia, focada em inclusão e diversidade. __*Quer acompanhar o CHRO Talk Show? [Basta clicar aqui e fazer sua inscrição](https://event.on24.com/wcc/r/3102130/8FDFC5D1FA6997A3D8CE195C4AC83194?partnerref=hsm).*__ Contamos com você!

Compartilhar:

Artigos relacionados

multiculturalidade

O conflito de gerações no mercado de trabalho e na vida: problema ou oportunidade?

Em um mundo onde múltiplas gerações coexistem no mercado, a chave para a inovação está na troca entre experiência e renovação. O desafio não é apenas entender as diferenças, mas transformá-las em oportunidades. Ao acolher novas perspectivas e desaprender o que for necessário, criamos ambientes mais criativos, resilientes e preparados para o futuro. Afinal, o sucesso não pertence a uma única geração, mas à soma de todas elas.

Medo na vida e na carreira: um convite à mudança

O medo pode paralisar e limitar, mas também pode ser um convite para a ação. No mundo do trabalho, ele se manifesta na insegurança profissional, no receio do fracasso e na resistência à mudança. A liderança tem papel fundamental nesse cenário, influenciando diretamente a motivação e o bem-estar dos profissionais. Encarar os desafios com autoconhecimento, preparação e movimento é a chave para transformar o medo em crescimento. Afinal, viver de verdade é aceitar riscos, aprender com os erros e seguir em frente, com confiança e propósito.

DeepSeek e os 6Ds da disrupção: o futuro da inteligência artificial está sendo redefinido?

O DeepSeek, modelo de inteligência artificial desenvolvido na China, emerge como força disruptiva que desafia o domínio das big techs ocidentais, propondo uma abordagem tecnológica mais acessível, descentralizada e eficiente. Desenvolvido com uma estratégia de baixo custo e alto desempenho, o modelo representa uma revolução que transcende aspectos meramente tecnológicos, impactando dinâmicas geopolíticas e econômicas globais.

Gestão de Pessoas
O setor de Recursos Humanos enfrenta um momento crucial de transformação, equilibrando inovação tecnológica, diversidade e bem-estar para moldar uma cultura organizacional mais ágil, inclusiva e orientada ao futuro.

Daniel Campos Neto

4 min de leitura
ESG
Não importa se a sua organização é pequena, média ou grande quando se trata de engajamento por parte dos seus colaboradores com causas sociais

Simon Yeo

4 min de leitura
Gestão de Pessoas
O envelhecimento populacional desafia o mercado de trabalho a romper com o etarismo, promovendo inclusão, aproveitamento de talentos sêniores e modelos inovadores como o TaaS para impulsionar diversidade, criatividade e sustentabilidade econômica

Juliana Ramalho

6 min de leitura
ESG
Promover a saúde mental no ambiente de trabalho é mais do que um gesto de empatia; é uma estratégia essencial para elevar a produtividade, reduzir custos e fomentar o bem-estar dos profissionais, dentro e fora da empresa.
3 min de leitura
Gestão de Pessoas
Entenda como a obliquidade e o efeito cobra podem transformar estratégias organizacionais trazendo clareza e objetividade para questões complexas que enfrentamos no dia-dia.

Manoel Pimentel

4 min de leitura
ESG
As mudanças climáticas colocaram o planeta no centro das decisões estratégicas. Liderar nessa nova era exige visão, inovação e coragem para transformar desafios ambientais em oportunidades de crescimento e vantagem competitiva.

Marcelo Murilo

9 min de leitura
Gestão de Pessoas
Um convite para refletir sobre como o Brasil pode superar barreiras internas, abraçar sua identidade cultural e se posicionar como protagonista no cenário global

Angelina Bejgrowicz

11 min de leitura
Finanças
Uma das características mais importantes no mundo atual é o que Roland Barthez chamava de "Além do texto". Este é mais um daqueles artigos fantásticos que vão te ajudar a compreender entrelinhas que muitas vezes a experiência forja nosso entendimento, por isso, nos vale compartilhar estes manejos.

Fernando Seabra

4 min de leitura
Finanças
A transformação da Indústria 4.0 exige integração tecnológica e inovação estratégica. O programa Finep Inovacred 4.0 viabiliza essa mudança ao oferecer financiamento para soluções avançadas como IoT, IA, robótica e automação. Empresas fornecedoras podem se credenciar como integradoras, enquanto indústrias aproveitam condições atrativas para modernizar processos. Essa iniciativa impulsiona eficiência, competitividade e a digitalização da economia.

Eline Casasola

5 min de leitura
Uncategorized
A redução da jornada para 36 horas semanais vai além do bem-estar: promove saúde mental, equidade de gênero e inclusão no trabalho. Dados mostram como essa mudança beneficia especialmente mulheres negras, aliviando a sobrecarga de tarefas e ampliando oportunidades. Combinada a modelos híbridos, fortalece a produtividade e a retenção de talentos.

Carine Roos

4 min de leitura