Uncategorized

ROBÔS NAS LOJAS: os consumidores vão comprar essa ideia?

Varejistas como Lowe’s, Target e Best Buy já colocam robôs para lidar com os clientes. Para saber se essa tendência vai ser firmar e chegar ao Brasil, confira prós e contras

Compartilhar:

Robôs são presença comum nas linhas de produção da indústria há décadas e, nos últimos anos, têm sido cada vez mais utilizados nos bastidores de grandes varejistas. Mais recentemente, porém, começam a ser vistos, ao menos nos Estados Unidos, nas lojas – entre os produtos em exposição. 

A Lowe’s, por exemplo, voltada para quem quer reformar, equipar ou decorar a casa, emprega robôs para repor produtos na prateleira e até para ajudar os consumidores, lendo códigos de barras, identificando produtos e encaminhando as pessoas à seção correta – nos dois últimos casos, por reconhecimento de voz. Outros exemplos são a loja de departamentos Target, de roupas, e a Best Buy, especializada em eletrônicos. 

Será que essa tendência veio para ficar e se espalhar, chegando ao Brasil? Os robôs prometem trazer redução de custos e aumentar a eficiência e a produtividade,  de fato. No entanto, de acordo com especialistas, para que sua utilização cresça e se consolide, é preciso que se traduza em uma melhoria da experiência de consumo e em mais valor para os clientes. 

Há uma oportunidade para isso. Como lembra Stephen Hoch, professor de marketing da Wharton School, da University of Pennsylvania, a área de serviço ao consumidor ainda é uma questão nem sempre bem resolvida na maioria dessas empresas. “Muitas vezes os funcionários não são treinados e possuem conhecimento insuficiente sobre os produtos da loja para indicar às pessoas como encontrar o que procuram”, explicou em entrevista à _Knowledge@Wharton_. Assim, os robôs podem acabar gerando mais valor para os consumidores do que os atendentes humanos atuais. 

Outro aspecto relevante em relação a um possível crescimento da participação de robôs no processo de venda dentro das lojas reside no fato de que as máquinas não tentam “empurrar” produtos e serviços para os consumidores. Isso pode fazer toda a diferença quando se leva em conta que algumas pessoas não aceitam bem as sugestões dos vendedores por suspeitar de suas reais intenções. Quando a interação passa a ser com um robô, essa suspeita pode desaparecer, diz o professor de management da Wharton Peter Cappelli. 

O uso de robôs deixa a desejar em aspectos decisivos, no entanto. Um deles é a incapacidade das máquinas, ao menos por enquanto, de “ler” a linguagem corporal e as emoções das pessoas, entendendo o comportamento do consumidor de maneira errada e frustrando a experiência de compra, como destaca Denise Dahlhoff, diretora de pesquisa do Baker Retailing Center. Aguardemos os próximos capítulos.

Compartilhar:

Artigos relacionados

Inovação

Living Intelligence: A nova espécie de colaborador

Estamos entrando na era da Inteligência Viva: sistemas que aprendem, evoluem e tomam decisões como um organismo autônomo. Eles já estão reescrevendo as regras da logística, da medicina e até da criatividade. A pergunta que nenhuma empresa pode ignorar: como liderar equipes quando metade delas não é feita de pessoas?

Liderar GenZ’s: As relações de trabalho estão mudando…

Mais da metade dos jovens trabalhadores já não acredita no valor de um diploma universitário — e esse é só o começo da revolução que está transformando o mercado de trabalho. Com uma relação pragmática com o emprego, a Geração Z encara o trabalho como negócio, não como projeto de vida, desafiando estruturas hierárquicas e modelos de carreira tradicionais. A pergunta que fica: as empresas estão prontas para se adaptar, ou insistirão em um sistema que não conversa mais com a principal força de trabalho do futuro?

Liderança
O problema está na literatura comercial rasa, nos wannabe influenciadores de LinkedIn, nos só cursos de final de semana e até nos MBAs. Mas, sobretudo, o problema está em como buscamos aprender sobre a liderança e colocá-la em prática.

Marcelo Santos

8 min de leitura
ESG
Inclua uma nova métrica no seu dashboard: bem-estar. Porque nenhum KPI de entrega importa se o motorista (você) está com o tanque vazio

Lilian Cruz

4 min de leitura
ESG
Flexibilidade não é benefício. É a base de uma cultura que transformou nossa startup em um caso real de inclusão sem imposições, onde mulheres prosperam naturalmente.

Gisele Schafhauser

5 min de leitura
Tecnologias exponenciais
O futuro da liderança em tempos de IA vai além da tecnologia. Exige preservar o que nos torna humanos em um mundo cada vez mais automatizado.

Manoel Pimentel

7 min de leitura
Tecnologias exponenciais
Setores que investiram em treinamento interno sobre IA tiveram 57% mais ganhos de produtividade. O segredo está na transição inteligente.

Vitor Maciel

6 min de leitura
Empreendedorismo
Autoconhecimento, mentoria e feedback constante: a nova tríade para formar líderes preparados para os desafios do trabalho moderno

Marcus Vaccari

6 min de leitura
Tecnologias exponenciais
Se seu atendimento não é 24/7, personalizado e instantâneo, você já está perdendo cliente para quem investiu em automação. O tempo de resposta agora é o novo preço da fidelização

Edson Alves

4 min de leitura
Inovação
Enquanto você lê mais um relatório de tendências, seus concorrentes estão errando rápido, abolindo burocracias e contratando por habilidades. Não é só questão de currículos. Essa é a nova guerra pela inovação.

Alexandre Waclawovsky

8 min de leitura
Tecnologias exponenciais
A aplicação da inteligência artificial e um novo posicionamento da liderança tornam-se primordiais para uma gestão lean de portfólio

Renata Moreno

4 min de leitura
Finanças
Taxas de juros altas, inovação subfinanciada: o mapa para captar recursos em melhorias que já fazem parte do seu DNA operacional, mas nunca foram formalizadas como inovação.

Eline Casasola

5 min de leitura