Liderança

Rodovias focam as pessoas

Entenda por que e como a Arteris está transformando o modelo de gestão das concessionárias de estradas sob seu controle no Brasil

Compartilhar:

> **Saiba mais sobre**
>
> David Díaz Almazán: Formado pela Esade, de Barcelona, foi diretor de estratégia corporativa da Abertis e  diretor-geral da filial que abrange Chile, Argentina, Colômbia e EUA. 
>
> Arteris: Surgiu em 2013 no lugar da OHL Brasil, pertencente à Abertis e à Brookfield.

**PESSOAS -** _senso de dono_

“Uma das áreas a que dedico mais tempo é a de recursos humanos. No início de 2015, elevamos o status da gerência de RH para diretoria de pessoas. Somos uma empresa de serviços e sabemos que o que faz nosso sucesso são as pessoas. Mais do que as atribuições clássicas, como folha de pagamento e contratação, nossa área de RH atual precisa formar lideranças, planejar treinamentos, estabelecer políticas de retenção de longo prazo, fomentar ações e estratégias que ganharam importância nos últimos anos na gestão de pessoas, como o senso de dono. Temos de fazer com que os colaboradores se sintam responsáveis e participem ativamente da solução dos problemas e do andamento dos processos, como  se fossem donos  do negócio.”

**COMUNICAÇÃO  -** _Proatividade_

“As políticas de comunicação das concessionárias eram muito reativas e procuramos adotar uma postura proativa. A ordem é nos comunicarmos com total transparência. Nossos clientes são tanto os usuários das estradas como o governo, que é o poder concedente. Para fazermos isso de modo proativo, desenvolvemos um novo código ético e criamos um canal confidencial e um comitê de compliance, baseados nas melhores práticas das empresas da Europa. E aprimoramos as ferramentas de comunicação, que serviram para essa política de comunicação transparente e também para disseminar entre os colaboradores as novas estratégias, metas e valores que trazemos. Isso está sendo fundamental para engajar os funcionários e alinhar as equipes com o  que propomos.”

**ESTRUTURA  DE GRUPO** – _sinergia_

“As estruturas das nove concessionárias foram reavaliadas e, no lugar de estruturas independentes, construímos uma mais de grupo. Avaliamos quais atividades e funções era melhor fazer localmente, na concessionária, por ficarem mais rápidas e eficientes, e quais precisavam ser realizadas por uma estrutura comum, para ter homogeneidade e coerência e gerar sinergia. As áreas de compras, RH e comunicação entraram na estrutura comum de grupo, o que as impactou profundamente. Em compras, por exemplo, aumentamos o poder de barganha e reduzimos os custos adotando a compra de viaturas em conjunto, com inovações como pregões eletrônicos. Claro, houve reações e nem todos estão alinhados ainda; o processo demora.”

**VAlORES E METAS -** _M__ais Prática_

“Reavaliamos os valores do grupo e vimos que alguns precisavam ser reforçados e mais praticados. Por exemplo, enfatizamos bastante segurança e meritocracia. Antes havia uma política de metas muito subjetiva. Agora temos metas da empresa e metas individuais, quantitativas e qualitativas. O bônus de cada um é condicionado ao atingimento delas. No início, alguns colaboradores reagiram dizendo que muitas metas não dependiam só deles, como a de reduzir o número de acidentes nas estradas. Hoje, no entanto, percebem que ações deles, individuais e em equipe, podem contribuir para haver mais segurança, sim, tais como ter a iniciativa de negociar com a polícia o aumento do controle nas estradas ou disponibilizar mais bafômetros para as autoridades. Os acidentes caíram em torno de 50% e ficaram menos graves.”

**DIFERENÇAS BRASIL-EUROPA -** _aprendizado_

“Segundo minha experiência, há diferenças-chave entre o Brasil e os países europeus, tanto na operação das concessões como no estilo de gestão. Nos contratos na Europa, por exemplo, não há a exigência  de atendimento  pré-hospitalar e as rodovias não cortam áreas urbanas; aqui, sim. Isso impacta a gestão. Em relação a liderança e cultura organizacional, as empresas europeias são menos hierarquizadas e trabalham mais por projeto, com um diálogo baseado no conhecimento e em uma relação mais flexível. O planejamento é um processo mais rigoroso na Europa, onde há mais ferramentas para fazê-lo e pouco improviso. O europeu também tem um estilo mais direto de se relacionar, sem muitos formalismos, e, no Brasil, gestores têm dificuldade de dar feedback negativo. Uma competência que queremos desenvolver é a de comunicar as coisas negativas. Aprendemos mais com os erros.”

> **FATOS E NÚMEROS**
>
> * 3.200 km de rodovias que  ligam estados responsáveis por  70% do PIB brasileiro
> * 6,5 mil colaboradores
> * R$ 2,4 bilhões  de receita bruta de pedágios em 2014

Compartilhar:

Artigos relacionados

Inovação & estratégia
18 de novembro de 2025
Com agilidade, baixo risco e cofinanciamento não reembolsável, a Embrapii transforma desafios tecnológicos em inovação real, conectando empresas à ciência de ponta e impulsionando a nova economia industrial brasileira.

Eline Casasola - CEO da Atitude Inovação, Atitude Collab e sócia da Hub89 empresas

4 minutos min de leitura
Gestão de pessoas & arquitetura de trabalho
17 de novembro de 2025
A cultura de cocriação só se consolida quando líderes desapegam do comando-controle e constroem ambientes de confiança, autonomia e valorização da experiência - especialmente do talento sênior.

Juliana Ramalho - CEO da Talento Sênior

4 minutos min de leitura
Liderança
14 de novembro de 2025
Como dividir dúvidas, receios e decisões no topo?

Rubens Pimentel - CEO da Trajeto Desenvolvimento Empresarial

2 minutos min de leitura
Sustentabilidade
13 de novembro de 2025
O protagonismo feminino se consolidou no movimento com a Carta das Mulheres para a COP30

Luiza Helena Trajano e Fabiana Peroni

5 min de leitura
ESG, Liderança
13 de novembro de 2025
Saiba o que há em comum entre o desengajamento de 79% da força de trabalho e um evento como a COP30

Viviane Mansi - Conselheira de empresas, mentora e professora

3 minutos min de leitura
Inovação & estratégia
12 de novembro de 2025
Modernizar o prazo de validade com o conceito de “best before” é mais do que uma mudança técnica - é um avanço cultural que conecta o Brasil às práticas globais de consumo consciente, combate ao desperdício e construção de uma economia verde.

Lucas Infante - CEO da Food To Save

3 minutos min de leitura
Inovação & estratégia, ESG
11 de novembro de 2025
Com a COP30, o turismo sustentável se consolida como vetor estratégico para o Brasil, unindo tecnologia, impacto social e preservação ambiental em uma nova era de desenvolvimento consciente.

André Veneziani - Vice-Presidente Comercial Brasil & América Latina da C-MORE Sustainability

3 minutos min de leitura
Gestão de pessoas & arquitetura de trabalho
10 de novembro de 2025
A arquitetura de software deixou de ser apenas técnica: hoje, ela é peça-chave para transformar estratégia em inovação real, conectando visão de negócio à entrega de valor com consistência, escalabilidade e impacto.

Diego Souza - Principal Technical Manager no CESAR, Dayvison Chaves - Gerente do Ambiente de Arquitetura e Inovação e Diego Ivo - Gerente Executivo do Hub de Inovação, ambos do BNB

8 minutos min de leitura
Bem-estar & saúde
7 de novembro de 2025
Investir em bem-estar é estratégico - e mensurável. Com dados, indicadores e integração aos OKRs, empresas transformam cuidado com corpo e mente em performance, retenção e vantagem competitiva.

Luciana Carvalho - CHRO da Blip, e Ricardo Guerra - líder do Wellhub no Brasil

4 minutos min de leitura
Cultura organizacional, Gestão de pessoas & arquitetura de trabalho
6 de novembro de 2025
Incluir é mais do que contratar - é construir trajetórias. Sem estratégia, dados e cultura de cuidado, a inclusão de pessoas com deficiência segue sendo apenas discurso.

Carolina Ignarra - CEO da Talento Incluir

5 minutos min de leitura

Baixe agora mesmo a nossa nova edição!

Dossiê #170

O que ficou e o que está mudando na gangorra da gestão

Esta edição especial, que foi inspirada no HSM+2025, ajuda você a entender o sobe-e-desce de conhecimentos e habilidades gerenciais no século 21 para alcançar a sabedoria da liderança

Baixe agora mesmo a nossa nova edição!

Dossiê #170

O que ficou e o que está mudando na gangorra da gestão

Esta edição especial, que foi inspirada no HSM+2025, ajuda você a entender o sobe-e-desce de conhecimentos e habilidades gerenciais no século 21 para alcançar a sabedoria da liderança