#TBT

Sir Ken Robinson: “uma corrida entre a educação e a catástrofe”

Para lançar a seção #TBT, recuperamos a entrevista dEsse educador, um dos responsáveis por colocar a educação na agenda empresarial. ele morreu em agosto sem ver (ainda) a revolução que previu
Adriana Salles Gomes é diretora-editorial de HSM Management.

Compartilhar:

A relação entre a educação e os negócios foi rompida. O sistema de educação atual está baseado em uma série de mal-entendidos sobre os propósitos comuns às comunidades educacionais e de negócios. Assim, assistimos a um enorme desperdício de potencial humano e de possibilidades. E, conforme as tecnologias avançam e os empregos somem, isso pode ser um desastre.

Essas [declarações de sir Ken Robinson](https://drive.google.com/file/d/1dkLy7DlbB68MZnDHiD_IdFfdrSAZjdyp/view?usp=sharing) foram feitas numa entrevista exclusiva a HSM Management em 2012. Será que ainda são atuais?

## EM 2012
Sir Ken fez o diagnóstico do problema, criticou as soluções adotadas e propôs sua solução:

__O diagnóstico.__ Por anos as empresas partiram do pressuposto de que, ao serem formalmente instruídas, as pessoas terão as habilidades, aptidões e competências de que os negócios precisam. E os pais presumiram que, uma vez educados, seus filhos teriam emprego e renda. Só que essa regra, válida no século 20, agora expirou. De um lado, porque só funcionava para os jovens quando poucos tinham diploma universitário. De outro, porque não funciona para as empresas, já que os profissionais chegam sem a competência mais importante, a criatividade. As escolas têm uma visão estreita de habilidade.
As soluções adotadas. O modelo educacional dos países asiáticos – Coreia do Sul, China e Japão –, faz as crianças se esforçarem para absorver mais informações, passar em provas, fazer tarefas. Não funciona. Primeiro, não se desenvolve criatividade assim. Segundo, a criança que passou por esse sistema e não conseguiu ir para a universidade ou ter um bom emprego virará um adulto ansioso – ou deprimido.

__A solução de sir Ken.__ É preciso fazer uma revolução na educação, abandonando testes padronizados e reforçando humanidades, artes, educação física, projetos práticos, jogos. Só assim as crianças ficarão criativas e aptas a enfrentar as dificuldades sem precedentes que estão por vir. A revolução já está acontecendo, de baixo para cima. Um dos motivos pelos quais as pessoas vêm usando tanto a internet é sua insatisfação com a educação tradicional; elas preferem aprender sozinhas online. Quanto mais baratos ficarem computadores e celulares, mais gente tomará o controle da própria educação.

## EM 2020
A entrevista poderia ter sido publicada hoje sem retoques, não? Incluindo a citação que sir Ken fez do escritor H.G. Wells: “A civilização está em uma corrida entre a educação e a catástrofe”.

Compartilhar:

Artigos relacionados

Organização

Saúde psicossocial é inclusão

Quando 84% dos profissionais com deficiência relatam saúde mental afetada no trabalho, a nova NR-1 chega para transformar obrigação legal em oportunidade estratégica. Inclusão real nunca foi tão urgente

Empreendedorismo
Em um mundo onde as empresas têm mais ferramentas do que nunca para inovar, por que parecem tão frágeis diante da mudança? A resposta pode estar na desconexão entre estratégia, gestão, cultura e inovação — um erro que custa bilhões e mina a capacidade crítica das organizações

Átila Persici

0 min de leitura
Tecnologias exponenciais
A ascensão da DeepSeek desafia a supremacia dos modelos ocidentais de inteligência artificial, mas seu avanço não representa um triunfo da democratização tecnológica. Embora promova acessibilidade, a IA chinesa segue alinhada aos interesses estratégicos do governo de Pequim, ampliando o debate sobre viés e controle da informação. No cenário global, a disputa entre gigantes como OpenAI, Google e agora a DeepSeek não se trata de ética ou inclusão, mas sim de hegemonia tecnológica. Sem uma governança global eficaz, a IA continuará sendo um instrumento de poder nas mãos de poucos.

Carine Roos

5 min de leitura
Tecnologias exponenciais
A revolução da Inteligência Artificial está remodelando o mercado de trabalho, impulsionando a necessidade de upskilling e reskilling como estratégias essenciais para a competitividade profissional. Empresas como a SAP já investem pesadamente na requalificação de talentos, enquanto pesquisas indicam que a maioria dos trabalhadores enxerga a IA como uma aliada, não uma ameaça.

Daniel Campos Neto

6 min de leitura
Marketing
Empresas que compreendem essa transformação colhem benefícios significativos, pois os consumidores valorizam tanto a experiência quanto os produtos e serviços oferecidos. A Inteligência Artificial (IA) e a automação desempenham um papel fundamental nesse processo, permitindo a resolução ágil de demandas repetitivas por meio de chatbots e assistentes virtuais, enquanto profissionais se concentram em interações mais complexas e empáticas.

Gustavo Nascimento

4 min de leitura
Empreendedorismo
Pela primeira vez, o LinkedIn ultrapassa o Google e já é o segundo principal canal das empresas brasileiras. E o seu negócio, está pronto para essa nova era da comunicação?

Bruna Lopes de Barros

5 min de leitura
ESG
O etarismo continua sendo um desafio silencioso no ambiente corporativo, afetando tanto profissionais experientes quanto jovens talentos. Mais do que uma questão de idade, essa barreira limita a inovação e prejudica a cultura organizacional. Pesquisas indicam que equipes intergeracionais são mais criativas e produtivas, tornando essencial que empresas invistam na diversidade etária como um ativo estratégico.

Cleide Cavalcante

4 min de leitura
Empreendedorismo
A automação e a inteligência artificial aumentam a eficiência e reduzem a sobrecarga, permitindo que advogados se concentrem em estratégias e no atendimento personalizado. No entanto, competências humanas como julgamento crítico, empatia e ética seguem insubstituíveis.

Cesar Orlando

5 min de leitura
ESG
Em um mundo onde múltiplas gerações coexistem no mercado, a chave para a inovação está na troca entre experiência e renovação. O desafio não é apenas entender as diferenças, mas transformá-las em oportunidades. Ao acolher novas perspectivas e desaprender o que for necessário, criamos ambientes mais criativos, resilientes e preparados para o futuro. Afinal, o sucesso não pertence a uma única geração, mas à soma de todas elas.

Alain S. Levi

6 min de leitura
Carreira
O medo pode paralisar e limitar, mas também pode ser um convite para a ação. No mundo do trabalho, ele se manifesta na insegurança profissional, no receio do fracasso e na resistência à mudança. A liderança tem papel fundamental nesse cenário, influenciando diretamente a motivação e o bem-estar dos profissionais. Encarar os desafios com autoconhecimento, preparação e movimento é a chave para transformar o medo em crescimento. Afinal, viver de verdade é aceitar riscos, aprender com os erros e seguir em frente, com confiança e propósito.

Viviane Ribeiro Gago

4 min de leitura
Liderança
A liderança eficaz exige a superação de modelos ultrapassados e a adoção de um estilo que valorize autonomia, diversidade e tomada de decisão compartilhada. Adaptar-se a essa nova realidade é essencial para impulsionar resultados e construir equipes de alta performance.

Rubens Pimentel

6 min de leitura