Nessa nossa cultura tagarela e conectada, não há recurso melhor do que as tendências do Twitter para sua empresa produzir um conteúdo relevante de mídias sociais. A eficácia do Twitter para rastrear tendências é significativa, mas a ferramenta é subutilizada.
Lá você pode configurar sua conta para monitorar tendências globais, nacionais ou até regionais. Como no Facebook, é possível adaptar o conteúdo a qualquer situação ou grupo demográfico, estimular o interesse por seu produto ou serviço entre aqueles que não são seus seguidores e mostrar a um número maior de pessoas que você se preocupa com elas. No Twitter, porém, você alavanca sua mensagem melhor com o contexto dos #trending_topics e ainda pode pegar carona no conteúdo alheio, sem precisar pensar em textos criativos e originais todo dia – faz parte da etiqueta da rede.
Lembro que no dia seguinte ao da exibição de seu último episódio, a série de TV 30 Rock já estava na lista dos dez #trending_topics dos Estados Unidos. As marcas e empresas tinham de correr para contar sua história no contexto da série, já que os consumidores queriam falar sobre o 30 Rock. Você se pergunta: será que falar sobre um programa de TV que acabou pode ajudá-lo a vender mais doces ou queijos? A resposta é “sim” – se você for criativo. O segredo é procurar associações inesperadas, não óbvias.
Quer um exemplo? Sete. A série foi ao ar durante sete anos. Sua empresa está no mercado há sete anos? Você espera fazer alguma coisa nos próximos sete anos? Tem a palavra ou o número sete no nome de sua empresa? Uma marca tem: a 7 For All Mankind, fabricante de jeans sofisticados norte-americana, não raro usados por celebridades de Hollywood, chamados, às vezes, de “sevens”. E sabe como o departamento de marketing dessa empresa capitalizou o #trending_topic 30 Rock?
Não capitalizou. Fui à página da empresa e não vi qualquer indício de que tinha noção do que acontecia fora do mundo da moda. Um dos programas de TV de maior sucesso da década tinha acabado de chegar ao fim de sete anos de transmissão e a 7 For All Mankind nem tocou no assunto. Que desperdício! Ela pode dialogar com os amantes do jeans todos os dias, mas naquele dia em especial tinha a oportunidade perfeita de contar sua história a pessoas que não estavam pensando em jeans – e perdeu a chance.
O mais aflitivo foi constatar que a empresa parecia estar perdendo todas as oportunidades, não só a onda do 30 Rock. Seus tuítes revelavam que não surfava em nenhuma notícia ou atualidade; só falava de sorteios, brindes e vendas.
A 7 For All Mankind é uma empresa em expansão que vende um excelente produto. E ela se empenha em engajar seus seguidores e acompanhar as conversas sobre seus produtos. Mas isso é muito básico no Twitter; é o que se fazia nos idos de 2008, não hoje.
A esta altura, a empresa deveria estar fazendo muito, muito mais. E é uma sorte que ela seja tamanha potência no mundo da moda, porque, se fosse uma companhia menor, começando, ia se dar muito mal.
Se os consumidores não vivem em uma bolha de moda, por que uma fabricante de roupas deveria ficar enclausurada em seu mundinho?