Em um mundo pós-pandêmico, onde a flexibilidade no trabalho se tornou crucial para profissionais e empresas, o conceito de Talent as a Service (TaaS) surge como uma inovação em um setor resistente às novas formulações. Inspirado na agilidade do modelo Software as a Service (SaaS), o TaaS permite que empresas acessem um pool de talentos sob demanda, combinando a necessidade de flexibilidade dos profissionais com a demanda empresarial por competências específicas.
O TaaS facilita a gestão de talentos em projetos específicos, promovendo uma interação mais dinâmica entre diferentes áreas de expertise. De acordo com Devanna e Fombrun (2015), o TaaS se configura como um “novo modelo de gestão de talentos” para um mundo em constante mudança, oferecendo diversos benefícios, como agilidade, flexibilidade, custo-benefício e diversidade.
No que diz respeito à agilidade, o foco é permitir que as empresas encontrem rapidamente os talentos específicos que precisam para projetos. Já a flexibilidade dialoga fundamentalmente com os talentos, ou seja, profissionais podem trabalhar de qualquer canto. E o custo-benefício?
Bem, nesse caso pega os dois pela proa, porque as empresas pagam apenas pelos talentos que precisam, quando precisam, reduzindo os custos com recrutamento e treinamento, e o profissional também abre horas-trabalho para abraçar outras demandas. A diversidade, diria, é um resumo, uma vez que possibilita às empresas acessarem um pool de talentos mais amplo e diverso, com diferentes habilidades e experiências.
Mas vamos aterrizar essa história, usando, por exemplo, uma corretora de investimentos. Nesse caso, a empresa enfrentava um desafio significativo: uma plataforma de investimentos subutilizada, com apenas 20% de engajamento ativo dos usuários cadastrados. A equipe de talentos criada especificamente para este projeto, combinando negócios, tecnologia, design e antropologia, foi fundamental.
Aplicou-se uma análise profunda para redefinir a experiência do usuário e expandir a base de clientes ativos da corretora. O resultado foi uma plataforma mais intuitiva e engajadora, que não só aumentou a fidelidade dos usuários existentes, mas também atraiu novos clientes, culminando na aquisição por parte de uma gigante do setor.
Se mudarmos radicalmente de setor… Por exemplo, em telecomunicações. Pois bem. Nesse caso, vou lembrar que a aposta foi em um Squad Estratégico, uma aplicação específica do TaaS. A empresa precisava acelerar sua transformação digital, mas enfrentava limitações internas de expertise e agilidade.
Formou-se então um squad de talentos sênior, incluindo especialistas em inovação, pesquisa, comunicação e design, atuando diretamente com a equipe interna da telecom. Esse squad estratégico não apenas orientou a implementação de novas iniciativas de inovação, como também capacitou a equipe interna, levando a resultados notáveis em um curto espaço de tempo, incluindo a criação de uma área de inovação premiada e o lançamento de um Corporate Venture Capital em parceria com grande gestora de fundos.
O que a gente tira desses casos? Simples: o TaaS pode ser aplicado em diversos setores. Depois, é imperativo considerar os desafios, porque são eles que vão impor o caminho da solução.
Essas inovações refletem a necessidade de um mercado de trabalho mais adaptável, onde a flexibilidade e a colaboração entre diferentes áreas de especialização não são apenas possíveis, mas essenciais para o sucesso empresarial no século XXI.
O futuro do TaaS parece promissor, com o mercado de trabalho se adaptando cada vez mais à flexibilidade e à demanda por competências específicas. A McKinsey Global Institute (2013) prevê que a automação impactará significativamente o mercado de trabalho, e o TaaS pode ser uma solução para lidar com as mudanças que estão por vir.